Marcio Pacheco dá recado a Pauliki “Deputado tem que ter postura e não retroceder por pressão do governo”


Deputados estaduais do Paraná rejeitaram nesta semana um simples requerimento com pedido de informações ao governo de Beto Richa (PSDB), a respeito da suspensão do atendimento do disque denúncia 181 (Narcodenúncia), nas cidades de Ponta Grossa, Cascavel, Maringá, Londrina e Pato Branco. Foram 18 votos contrários ao requerimento e 17 favoráveis. O Narcodenúncia 181 é voltado à prevenção ao uso de drogas e entorpecentes.
Mas a polêmica maior foi o fato de que alguns deputados garantiram apoio à causa, mas em plenário votaram contra. Segundo informações do autor do requerimento, deputado Marcio Pacheco (PPL), o governo teria “acertado” com estes deputados. Um caso chamou a atenção, o deputado ponta-grossense, Marcio Pauliki (PDT), assinou o requerimento, mas depois da pressão do governo, “mudou de opinião” e votou contra o requerimento.
Em entrevista à Rádio T e ao Blog da Mareli Martins nesta sexta-feira (12), o autor do requerimento, deputado Marcio Pacheco (PPL), lamentou que deputados deixem de votar a favor da população e defendam apenas os seus próprios interesses e do governo de Richa.
“Lamento por que perdemos a aprovação por apenas um voto. Considero isso lamentável por que acredito que um deputado tem que ter postura, não pode retroceder por pressão do governo. Quando toma a decisão deve ir até o fim”, afirmou Marcio Pacheco, se referindo ao deputado Pauliki que assinou o requerimento, mas em plenário votou contrário ao requerimento. Pacheco disse que “outros deputados não assinaram o documento, mas teriam se comprometido a votar a favor, mas na hora também cederam às pressões do governo”.
Segundo Marcio Pacheco o maior prejuízo será para a população. “A população será prejudicada com essa centralização do atendimento do 181 em Curitiba. Isso vai causar atraso no acompanhamento das ocorrências”.
O deputado também afirmou que o requerimento contém perguntas que “iriam destruir a tese do governo de que a exoneração dos cargos seria uma determinação do Ministério Público”. “O Ministério Público determinou a exoneração do excesso de cargos, ou seja, se fossem mais que 127 cargos. Mas eram 27 cargos, então isso não se justifica. Além disso pessoas com algum tipo de deficiência física trabalham no órgão, mas com muita qualidade técnica. Elas foram exoneradas”.
Segundo o líder do governo, Luiz Claudio Romanelli (PSB), foi uma determinação do Ministério Público. “Apenas foi cumprido o que o MP determinou, não tem pessoal. Todos eram cargos em comissão”, disse.
Pauliki afirma que votou contra “por que o estado vai economizar”
Embora o deputado Márcio Pacheco tenha deixado claro que os deputados que votaram contra o requerimento foram adestrados pelo governo, Pauliki afirmou que tudo é uma questão de economia.
“Assinei o requerimento baseado em uma informação que o 181 seria extinto , mas após buscar mais esclarecimentos de que não seria extinto e sim centralizado votei contra o pedido de informações, pois entendo que será uma ação de economia para o estado e sem perder a qualidade”, disse Marcio Pauliki ao Blog da Mareli Martins.
Questionado sobre o fato de que o 181 não está funcionando em Ponta Grossa, Pauliki defendeu a centralização do serviço em Curitiba. “Por isso precisa centralizar pois está sem controle. Vou te dar um exemplo, o disque 100 que atende maus tratos, abuso sexual, prostituição infantil , etc , é atendido em Brasília e na mesma hora é repassado para as autoridades locais como o conselho tutelar da cidade por exemplo”.