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Debate dos candidatos de PG: troca de farpas, ofensas e muitas críticas à saúde

Debate dos candidatos de PG: troca de farpas, ofensas e muitas críticas à saúde
  • Publishedagosto 18, 2024
Debate dos candidatos de PG: troca de farpas, ofensas e muitas críticas à saúde. (Foto: Reprodução/Band TV)

O rompimento político entre Marcelo Rangel (PSD) e Elizabeth Schmidt (União Brasil) foi um dos assuntos tratados no debate realizado pela TV Band Paraná, com a mediação do jornalista Rodrigo Leite. Rangel afirmou que já convidou Elizabeth quatro vezes para fazer parte do seu time (ela foi sua secretária de Administração, secretária de Gestão de Recursos Humanos, vice-prefeita e candidata à sucessão) e perguntou o motivo de ser tão atacado pela ex-aliada.

Elizabeth acusou Rangel de traição. “Vejam só, você se considera o epicentro do universo. O que você chama de ingratidão, eu chamo de traição porque você me abandonou. Virou as costas para mim e nunca mais olhou nos meus olhos para me dizer por que você seria candidato e não eu, que era a candidata nata”, disse Elizabeth ao ex-companheiro.

A prefeita falou claramente sobre o que considera traição de Rangel. “Para mim foi inesperado, inusitado e surpreendente esse rompimento que aconteceu porque eu não sabia por qual motivo estava sendo atacada através do microfone. Eu não tinha rádio para responder pra você. Vocês (Sandro e Rangel) nunca tiveram coragem de falar francamente comigo. Por que isso? E os recadinhos começaram a chegar, egos muito grandes com motivos pequenos ridículos como por exemplo a fake news e o abacateiro. Vocês tentaram me calar, tentaram roubar um pedaço do meu mandato, vocês tentaram me anular até o último dia da convenção, vocês tentaram tirar os partidos de mim para me desestruturar e para acabar comigo.” desabafou Elizabeth.

Rangel disse que não esperava tantos ataques vindos de Elizabeth, mas não respondeu sobre a traição. “Eu não esperava isso da senhora, professora, porque confiava muito plenamente no seu trabalho e na sua personalidade, mas infelizmente como o eleitor também me decepcionei assim como todas as famílias em Ponta Grossa pelos atos, pelas ações infelizmente que a senhora tomou diante da sua gestão. Mas eu nunca lhe ataquei, eu simplesmente disse a senhora que gostaria que a senhora não fechasse o pai, que a senhora não fechasse o pronto-socorro. A senhora disse novamente que fui eu que fechei o pronto-socorro, isso não é verdade.”, respondeu Rangel.

Em outro momento, Rangel destacou que ele é o candidato apoiado pelo governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), e pelo  ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O ex-prefeito questionou Aliel Machado a respeito do apoio que a sua candidatura recebeu do Partido dos Trabalhadores e do presidente Lula (PT).

Aliel respondeu que não está interessado em brigas políticas e que sua prioridade é unir forças para trazer melhorias à cidade e disse que ao contrário do ex-presidente, o governo federal está trazendo melhorias para Ponta Grossa.

“Eu tenho apoio do governo federal porque esses apoios que não  trazem nada, resultado para cidade não é o que a população espera. Eu sou o único candidato com condição de dialogar com todos os grupos e brigar com o governo federal significa brigar com a cidade. Eu acabei de anunciar o maior investimento da história de Ponta Grossa na saúde pública, um novo hospital, inclusive com o apoio do governador ratinho Júnior. Ponta Grossa não pode ficar refém desses grupos políticos, não pode ficar refém dessa briga que traz uma tragédia para a vida das pessoas. A minha diferença e a sua é que eu trago o resultado, a diferença é que eu não abandonei a cidade por briga política”, afirmou.

A candidata Mabel Canto (PSDB) questionou Elizabeth Schmidt sobre o fechamento de órgãos investigados por corrupção, como a Autarquia de Trânsito (AMTT), escândalo do EstaR Digital , a Companhia de Habitação (Prolar) e Funepo (TV Educativa). “Qual foi o fundamento para fechar os órgãos?”, perguntou Mabel

Elizabeth disse que o fechamento foi para enxugar a máquina e desviou do tema questionada por Mabel sobre a corrupção. “O Objetivo de todos esse fechamentos foi o enxugamento da máquina. Nós precisávamos fazer com que os gastos fossem concentrados na prefeitura. (…) Era economia principal objetivo, economizar para conseguir ter todas as certidões negativas, para conseguir ter crédito para conseguir manter e ter a nossa capacidade de pagamento e a administração financeiro nas rédeas para conseguir ter as contas aprovadas sem ressalva pela primeira vez em Ponta Grossa, para conseguir fazer tudo aquilo que precisávamos com dinheiro em caixa virou com superávit”.

O candidato Magno Zanellato (Novo) fez uma pergunta para Elizabeth sobre a culpa de Sandro e Rangel no fechamento do Pronto Socorro. “Quando a senhora resolveu fechar o hospital municipal, a senhora ainda tinha um apoio político de Marcelo Rangel e Sandra Alex, eles tinham conhecimento que iria ser fechado pronto socorro?”, perguntou Magno.

Em resposta, Elizabeth Schmidt fez questão de culpar os ex-companheiros pelo fechamento do hospital: “o Marcelo Rangel fechou o pronto-socorro, ele sabe disso”.

Magno perguntou para Rangel sobre o Mercado Municipal que ele prometeu e anunciou em 2017 e não entregou. Rangel fugiu da resposta e “convidou Magno a acompanhar suas redes sociais para ver a ideia que teve para o espaço (agora prometeu um Centro Especializado de Segurança), admitindo que não vai fazer o mercadão no local que prometeu.

Magno rebateu dizendo que “Rangel não teve responsabilidade com o dinheiro público, pois teve dinheiro investido na obra do mercado municipal”.

Saúde pública em foco

O debate foi marcado por intensas discussões sobre a saúde pública de Ponta Grossa, especialmente em relação ao fechamento do Pronto-Socorro Municipal (Hospital Amadeu Puppi).

Elizabeth Schmidt, atual prefeita e candidata à reeleição, justificou a decisão, afirmando que a responsabilidade do município é a atenção básica e primária. “Encontrei 54 Unidades Básicas de Saúde caindo aos pedaços. A média e alta complexidade são responsabilidades do Governo do Estado, os hospitais e os leitos. Nós colocamos os pingos nos is, porque 10% do nosso orçamento ia para nossa responsabilidade e 90% para os demais”, declarou.

A prefeita enfatizou que o fechamento do Pronto-Socorro foi uma continuação de medidas já iniciadas por seu antecessor. “O Marcelo Rangel fechou o pronto-socorro, ele sabe disso”, declarou.

O ex-prefeito Marcelo Rangel contestou as alegações de Elizabeth e solicitou direito de resposta, o que foi concedido pelo departamento jurídico do debate. “O Hospital Amadeu Puppi foi fechado no dia 1º de maio de 2022 pela atual gestão”, afirmou. 

Rangel criticou a decisão de Elizabeth. “A responsabilidade de um prefeito é cuidar das pessoas, independente da questão da atenção básica na saúde. Não se poderia ter fechado o pronto-socorro, a senhora fechou um ano e meio depois do seu mandato e a senhora tinha a caneta, a senhora era a prefeita”.

Além do Pronto-Socorro, Marcelo Rangel prometeu também a reabertura do Pronto Atendimento Infantil (PAI) e a criação do Hospital do Idoso. “Nós queremos fazer o Hospital do Idoso com vagas de longa permanência para atender as pessoas idosas que hoje infelizmente estão passando com dificuldade nas filas das UPAs. Assim como PAI junto ao Hospital da Criança”.

Dr. Magno também se posicionou contra o fechamento do Hospital Amadeu Puppi. Segundo ele, o município não pode ficar sem uma estrutura hospitalar capaz de oferecer internamento e cuidados intensivos aos pacientes que precisam de atendimento de urgência e emergência. “Reorganizar as unidades básicas de saúde é essencial, mas isso não resolve o problema de quem precisa de atendimento imediato”, disse.

Mabel Canto, candidata pelo PSDB, defendeu a necessidade de utilizar a estrutura dos hospitais existentes na cidade, como a Santa Casa e o Hospital Bom Jesus, para suprir a falta de leitos até que um novo hospital municipal seja construído. “Hoje, infelizmente, pessoas da nossa cidade precisam ir para outros municípios, como Campo Largo, para tratar cirurgias simples que poderiam ser feitas aqui”, afirmou.

Aliel Machado também se pronunciou sobre o tema, destacando os altos custos do Pronto-Socorro que, segundo ele, não funcionava adequadamente. “Se nós desviarmos esses recursos para responsabilidades que são do Estado, as unidades básicas de saúde vão voltar a não ter médicos, não ter remédios, e será um caos completo”, alertou o candidato. Aliel destacou a conquista de 239 novos leitos para o Hospital Universitário da UEPG (HU) e prometeu a construção de duas novas UPAs.

Considerações finais

Durante suas considerações finais, Marcelo Rangel disse que está pronto para resgatar o protagonismo de Ponta Grossa, que, segundo ele, “era número um do interior do Paraná e deixou de ser a bola da vez”. 

Aliel Machado destacou sua trajetória como deputado federal e sua capacidade de “unir todas as forças” políticas em prol da cidade, rejeitando “brigas políticas” e “acusações”. 

Mabel Canto afirmou estar “preparada para fazer um bom trabalho pela nossa cidade, sem falsas promessas”. 

Dr. Magno expressou sua gratidão a Ponta Grossa, lembrando sua trajetória de vida e reforçando seu desejo de “contribuir” com a cidade como médico e gestor. 

Esta matéria foi realizada com a colaboração do estagiário (estudante de jornalismo), João Vitor Pizani. A supervisão é da jornalista Mareli Martins (Registro Profissional: 9216/PR), conforme convênio de estágio firmado com a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).

Veja o debate na íntegra

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