Você acha que os vereadores de PG deveriam receber um salário mínimo?

O que para muitos trabalhadores é o “pão de cada dia”, para outros: não é o suficiente. Tomando com o exemplo o que aconteceu em Santo Antônio da Platina, em que os vereadores reduziram os salários de R$ 3,7 mil para R$ 970, após a pressão popular. Neste sentido, ao invés de reduzir o número de vereadores, os parlamentares de Ponta Grossa, também poderiam pensar na redução do salário de R$ 10.063,38 para o salário mínimo regional, que gira em torno de R$ 1.192,00.

 A comerciante de Santo Antônio da Platina, Adriana Lemes, que ganhou a mídia por ter protestado contra o aumento dos salários dos vereadores, o que ocasionou a votação pela diminuição do salário, espera que isso sirva de exemplo para todo o país. “Estou orgulhosa por todos que se mobilizaram e venceram. O povo venceu. Eu espero que com a nossa mobilização, os políticos se sensibilizem e que esta redução de salários aconteça em todo o Brasil, que está em crise. Não é hora de aumento e sim de redução”, afirmou Adriana.

 A Câmara de Vereadores de Ponta Grossa fala em redução do número de parlamentares de 23 para 19, além de outras propostas para que a casa passe a contar com 21, 15 ou até 9 vereadores,com o objetivo de economizar. Mas se o salário fosse menor, haveria uma economia maior que com a redução no número de vereadores.

 Hoje cada vereador custa, em salário, aos cofres públicos, R$ 10.063,38. Multiplicando esse número por 23 vereadores, o custo mensal é de R$ 231.457,74, apenas em salários. Os vereadores gastam em média R$ 20 mil reais com outras despesas como diária para viagens, telefone, combustível. No ano, o total aos cofres públicos é de mais de R$ 3 milhões.Com uma possível redução de 23 para 19, o gasto mensal, seria de R$ 191.204,22 (salário), com gastos anuais de R$ 2,5 milhões. Com isso, a economia seria de R$ 525 mil.

 Mas se cada um recebesse o salário mínimo regional de R$ 1.192,00, seriam gastos, por mês, R$ 27.416,00 (somente em salários). Com esse valor, no ano, seriam gastos R$ 568.992,00. Ou seja, seriam economizados aproximadamente R$ 2,4 milhões. Sendo assim se o objetivo é “economizar”, a redução no salário dos vereadores teria um impacto maior que a redução de quatro ou mais cadeiras.

 Para o vereador Márcio Schirlo (PSB), é impossível ser vereador ganhando um salário mínimo. “Cada vereador tem sua luta e sua filosofia de política, não podemos fazer demagogia. Isso de trabalhar com um salário mínimo é uma farsa. Sou totalmente contra. Acredito que só vai desestimular a concorrência pelo cargo de vereador”, apontou.

Por outro lado, o vereador e líder do governo, Romualdo Camargo (PSDC), disse que trabalharia até sem receber nada. “Eu trabalho até de graça, pois gosto de trabalhar para o povo. Já fui vereador sem salário e viveria muito bem sem os honorários de um vereador”, disse.

Já o vereador George Luiz de Oliveira (PMN), disse que quem fala que seria vereador, mesmo ganhando um salário mínimo, é demagoga. “Isso é pura demagogia. Pela dedicação que tenho, eu não deixaria minha família, pra me dedicar o tanto que me dedico, pra receber um salário mínimo. O vereador que disser que aceita isso, está sendo demagogo”, declarou.

Segundo o vereador Pietro Arnaud (PTB), uma redução tão grande de salário, poderia abrir um leque para a corrupção. “Se essa moda pega no Brasil podem surgir brechas para o corruptor, ou seja, aquele agente que faz a corrupção”, afirmou.

Não existe até o momento nenhuma proposta para a redução do salário dos parlamentares. Os vereadores estão discutindo a redução do número de cadeiras, que pode ser de 23 para 19, 15 ou 9 vereadores.