“A cidade que a prefeitura mostra não existe”, diz Gadini


Em entrevista à Rádio T nesta segunda-feira (12), o candidato à prefeitura de Ponta Grossa, Professor Gadini (Psol) criticou as propagadas da atual gestão, sobre a cidade. Para ele, tudo está aparecendo “de forma fantasiosa” e a “realidade é diferente”.
Gadini falou sobre a importância de um modelo de gestão adequado ao município. Segundo ele, os principais setores de serviços essenciais estão ocupados por cargos em comissão e não por funcionários de carreira. Gadini propõe uma redução de mais de 50% dos cargos em comissão e uma real fiscalização dos serviços básicos e essenciais.
A prefeitura de Ponta Grossa conta com mais de 300 cargos em comissão. De acordo com o professor Gadini, este número pode ser reduzido em mais de 50%. “Nós começamos com cinquenta por cento, mas podemos diminuir duzentos cargos. Existem conversas de grupos políticos já negociando cargos e nós não temos essas amarras, por isso falo desse assunto com tranquilidade. Alguns grupos políticos fazem os famosos acordos que incluem contratação de parentes próximos, quando possível, e de outros aliados. Nós não temos amarras”, disse.
O Professor Gadini é servidor de carreira da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e declarou que vai abrir mão do salário de prefeito. “Isso vai proporcionar uma economia de um milhão, em quatro anos, e para quem questionar se esse número é pequeno, digo que tem programas sociais da prefeitura, que não saem do papel por falta de cem mil reais, por exemplo. Temos projetos culturais que não são executados e que precisam de apenas trinta mil reais”.
Gadini citou a Agência Reguladora de Águas e Saneamento (ARAS), como exemplo de um setor que não cumpre a sua finalidade, por que está na mão de apadrinhados políticos e não de profissionais técnicos. Atualmente quem responde pela pasta é o amigo pessoal do prefeito Marcelo Rangel, Márcio Ferreira. “Nós temos um mapa da distribuição dos cargos em comissão e percebemos que setores essenciais, que deveriam fiscalizar os contratos de serviços terceirizados, estão ocupados por cargos em comissão. Temos a ARAS que deveria fiscalizar o serviço prestado e o monitoramento dos serviços, mas que possui a maior parte de cargos comissionados, no seu quadro de servidores”, apontou o Professor Gadini.
Segundo Gadini, isso reflete na falta de transparência e na divulgação e informações inverídicas. “Dá pra entender por que a prefeitura divulga que a cidade tem mais de 90% de cobertura de saneamento. Basta andar próximo aos arroios e verificar para onde sai o esgoto. Esse número de 90% não é só enganoso, mas é uma falsa ilusão, que tem sido usada por muitas administrações, que colocam esse número como referência. Segundo o Fórum das Águas, esse número não chega a 70%. Com isso, temos propagandas enganosas, que mostram uma cidade linda e fantástica. Mas essa propaganda é fantasiosa”.
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