“Não sou auxiliar do Ratinho Jr, quem diz isso é o candidato autoritário”, diz Gomyde


Dando início à série de entrevistas da Rádio Clube de Ponta Grossa com os candidatos ao governo do Paraná, Ricardo Gomyde (PDT), rebateu acusações de seus adversários de que “sua candidatura está a serviço do candidato Ratinho Junior”. (Entrevista completa no final do texto). As entrevista ocorrem durante o Jornal Falado Clube, 12h25, com a jornalista Mareli Martins. Na terça-feira (6), a entrevista será Angela Machado (PSOL).
Gomyde disse que não está auxiliando ninguém na eleição e se considera uma opção ao eleitorado que não pretende votar no atual governador Ratinho Jr (PSD) e no ex-governador Roberto Requião (PT).
“Não estou de auxiliar de ninguém nessa eleição. O que ocorre é que o Requião tem muita dificuldade de lidar com o contraditório, diz que quer combater o fascismo, mas ele é autoritário. Requião queria fazer oposição sozinho ao Ratinho. Agora eles dizem isso, mas não estou de auxiliar do Ratinho e também não sou auxiliar do Requião. Vamos mostrar isso durante a campanha e levar a eleição ao segundo turno”, disse Gomyde.
O candidato do PDT afirmou que os candidatos Ratinho Jr e Roberto Requião tiraram vários concorrentes da disputa para polarizar também a eleição no Paraná.
“Ratinho e Requião tiraram todos os candidatos pra ter uma disputa apenas entre eles e tentaram tirar minha candidatura também. Tiraram Cesar Sivestri e outros candidatos. Um tirou um de um grupo e outro de outro grupo. E os dois candidatos tiveram participação direta nas candidaturas que foram retiradas. Depois tentaram tirar minha candidatura também, mas eu tenho o apoio do Ciro Gomes e lideranças do partido e eles não conseguiram. Minha candidatura veio pra romper tudo isso. Nada contra o Ratinho e o Requião, mas aponto as contradições dos dois”, declarou.
Vale destacar, que na entrevista à Rádio Clube, Gomyde foi mais incisivo quando fez críticas ao ex-governador Requião do que ao governador Ratinho Jr. Mas Gomyde também fez alguns apontamentos sobre a gestão de Ratinho Jr, porém de forma moderada.
Gomyde foi secretário de Esportes no governo de Roberto Requião e ambos já estiveram no mesmo grupo político, em outras eleições.
“Requião tem demagogia, teve a falácia do baixa ou acaba dos pedágios e ele não acabou e nem baixou e culpa o Ministério Público por isso. Já estivemos juntos com o Requião, até reconheço nele avanços, soluções para o passado, mas hoje ele não está mais capacitado para o Paraná do futuro. Esse povo se deixar não entra liderança nova na política. Requião é todo cheio de anacronismos e o atual governo não está à altura do Paraná. Mas não sou auxiliar nem de um e nem de outro”, disse Ricardo Gomyde.
Pedágio de manutenção com tarifas de R$ 5
Gomyde criticou o modelo defendido pelo atual governo junto ao Governo Federal e disse que defende o chamado “pedágio de manutenção” e afirmou que as tarifas “não passar de cinco reais”, caso seja eleito. O candidato do PDT criticou Requião pelo “baixa ou acaba”, mas disse que Ratinho Jr não resolveu o problema dos pedágios.
“A proposta do governo federal é muito ruim e o governo atual quase aceitou. O governo atual teve a oportunidade de fazer a licitação dos pedágios e não fez. Esse modelo não serve e nem o modelo que estão defendendo. Teve o baixa ou acaba e não abaixou e nem acabou e hoje ele culpa o Ministério Público (se referindo ao candidato ex-governador Requião). O Ratinho poderia ter resolvido e não resolveu”, disse.
A proposta de Gomyde para os pedágios envolve a manutenção do estado por meio do Departamento de Estradas e Rodagem do Paraná (DER-PR) e o estado teria que buscar recursos para investimentos. Dessa forma, Gomyde garante que a tarifa não vai passar de R$ 5 e cita os modelos de Santa Catarina e São Paulo.
“Defendo o modelo de pedágio de manutenção, ou seja, o estado faz a manutenção das rodovias, sem as concessionárias, mantendo os serviços via estado. Os investimentos vamos buscar junto ao governo federal e de outras formas. O governo tem que arregaçar as mangas. Pois esse modelo de jogar os investimentos na tarifa prejudica a população, limita o acesso e torna o nossos produto pouco competitivo”, afirmou o candidato.
Obras inacabadas da Copa de 2014– Gomyde foi gestor da Copa
Ricardo Gomyde foi gestor da Copa do Mundo de 2014 no Brasil, na gestão as ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Durante a entrevista, o candidato foi questionado sobre as mais de 40 obras inacabadas da Copa do Mundo, ou seja, obras que não ficaram prontas até a Copa do Mundo, foram concluídas depois e outras ainda estão inacabadas.
Gomyde reconheceu que houve má gestão, mas disse que não era o responsável pelas obras, embora tenha sido o gestor geral da Copa do Mundo de 2014.
“Colocaram obras demais ali para aproveitar a Copa e não deu certo. Esse foi um problema de má gestão”, declarou.
Questionado se incluiu seu nome na crítica de má gestão, visto que era o gestor da Copa do Mundo, Gomyde diz que embora tenha cobrado pela conclusão da obras, não era o responsável pelas obras.
“Eu acompanhei como gestor e cobrei, mas não era o responsável pelas obras. E teve o PAC da Copa. Mas eu não tenho denúncia no Ministério Público e demais órgãos sobre isso. E restou muita coisa boa da Copa, como o esquema de integração das forças policiais. Mas o atraso das obras é absolutamente lamentável”, disse.
OUÇA O TRECHO SOBRE A COPA
Gomyde falou sobre propostas para as áreas de segurança pública, saúde, educação, emprego e economia.
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