Balanço da Defesa Civil aponta 54 municípios afetados pelas chuvas no Paraná


A Defesa Civil do Paraná divulgou um balanço nesta segunda-feira (9) que aponta 54 municípios afetados pelos eventos meteorológicos que atingem o Estado desde o ultimo dia 03. A estimativa é que mais de 13 mil pessoas tenham sido afetadas pelo mau tempo.
“Desde as primeiras informações meteorológicas vindas do Simepar e de outros organismos meteorológicos, foram adotadas medidas para alertar a população sobre as condições que chegavam ao Estado e que podiam provocar emergências e desastres”, afirmou o capitão Marcos Vidal da Silva Júnior, que integra a Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil.
Alguns municípios tiveram danos extensivos, como é o caso de São Jorge d’Oeste, Paulo Frontin, Paula Freitas e Mangueirinha, atingidos no início da semana por vendavais que causaram destelhamento em diversas residências, afetaram comércio e lavouras.
Mais recentemente, Rio Negro, União da Vitória, Rebouças e Peabiru, por exemplo, tiveram problemas de alagamento e inundações por conta da chuva continuada e dos grandes acumulados no último dia. Cerca de 200 pessoas tiveram que deixar as suas residências em União da Vitória e 56 em Rio Negro. Ao todo, durante esses dias, mais de 740 pessoas deixaram suas residências por causa das chuvas e vendavais e 503 ainda permanecem fora de seus lares.
As equipes locais da Defesa Civil, juntamente com o Corpo de Bombeiros, realizaram as ações de atendimento à população, resgatando as pessoas em maior risco e levando para locais seguros. Os alertas da população, enviados desde a segunda-feira (03), assim como a mobilização junto às redes sociais e outros canais de comunicação, auxiliaram para que a informação sobre as chuvas pudesse ser repassada. Dicas sobre ações de proteção também complementam a informação sobre os riscos e ajudam para que menos danos e prejuízos sejam causados pelas tempestades.
SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA – Paula Freitas, Mangueirinha, Rio Negro e São Jorge do Oeste já decretaram situação de emergência. O decreto de São Jorge d’Oeste já está homologado pelo Estado e o de Mangueirinha está em processo de homologação. Paula Freitas e Rio Negro estão inserindo a documentação para pedir a homologação da situação de emergência. Além disso, Pinhão, Paulo Frontin e Cascavel estão dando prosseguimento nos documentos iniciais.
AJUDA HUMANITÁRIA – As localidades mais afetadas no Estado já receberam apoio nos primeiros momentos da emergência, primeiramente com a distribuição emergencial de lonas e outros socorros públicos, e posteriormente com materiais de higiene, dormitório e telhas.
Já foram distribuídas mais de 18 mil telhas aos municípios mais afetados pelos vendavais e tempestades, além de 650 kits dormitório, 584 kits higiene e 484 cestas básicas. Os materiais vão auxiliar para que as famílias mais vulneráveis atingidas pelas tempestades possam se restabelecer.
MONITORAMENTO – O acompanhamento das condições meteorológicas e ocorrências no estado é realizado pelo Centro Estadual de Gerenciamento de Riscos e Desastres da Defesa Civil (Cegerd). Ele recebe informações atualizadas do Simepar sobre eventos mais fortes que têm o potencial de gerar problemas, além de possuir ferramentas dentro do sistema de monitoramento que indicam quando parâmetros importantes de chuva foram alcançados. Esse trabalho integrado ajuda para que os municípios e população recebam informações e possam adotar as medidas de preparação.
O sistema utilizado pela Defesa Civil do Paraná foi pioneiro no Brasil para o controle de ocorrências e, ao longo do tempo, foi ganhando mais ferramentas para a gestão de Defesa Civil, o que permitiu com que fosse premiado pela ONU, em 2015, como melhor sistema de gestão interna das Américas.
Ele conta com mecanismos que auxiliam os municípios na elaboração de seus planos de contingência, assim como facilitam a gestão a partir da integração de informações das ocorrências. Conta também com um BI, que processa as informações e auxilia na tomada de decisão.
Bloqueios em rodovias
As chuvas causaram estragos em rodovias estaduais no final de semana. Em Jaguariaíva houve o rompimento do pavimento da PR-151 na altura do km 214. O tráfego de veículos está sendo desviado por rotas alternativas. Já a PR-170, entre Guarapuava e o distrito de Entre Rios, registrou um escorregamento de terra em um dos acostamentos. O tráfego permanece aberto no local, mas em apenas uma faixa.
Outros dois pontos chegaram a registrar alagamentos. A PR-364 foi interditada temporariamente na altura do km 100, entre Irati e Inácio Martins, devido ao transbordo do Rio Preto, que cobriu ambas as pistas, mas a pista já foi liberada. Em Pitanga, a PRC-466 (ligação com Guarapuava e Campo Mourão) e a PR-239 (ligação com Mato Rico) foram atingidas e ainda seguem com bastante água.
Na Graciosa, segue a interdição para circulação de tráfego durante a noite. Durante o dia, o tráfego está liberado, com orientação das equipes que trabalham no local e sistema pare-e-siga na altura das obras de recuperação das chuvas do último verão. Não houve novos deslizamentos. As informações sobre a rodovia podem ser acompanhadas neste perfil no Twitter.
Em União da Vitória, a BR-476 cedeu na altura do km 356. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) já está analisando o trecho. Na Serra do Mar, a BR-277 chegou a operar em uma pista ao longo do final de semana de maneira preventiva, entre os km 39 e 42.