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Blog da Mareli Martins encerra entrevistas com candidatos à Prefeitura de PG: confira o resumo

Blog da Mareli Martins encerra entrevistas com candidatos à Prefeitura de PG: confira o resumo
  • Publishedsetembro 6, 2024
Elizabeth Schmidt (União Brasil), Dr. Magno (NOVO), Aliel Machado (PV) e Mabel Canto (PSDB) participaram desta série de entrevistas do Blog da Martins. O ex-prefeito Marcelo Rangel (PSD) não quis dar entrevistas, justificando que queria “evitar confrontos”, conforme assessores.

Nesta semana, o Blog da Mareli Martins concluiu mais uma série de entrevistas com os candidatos à prefeitura de Ponta Grossa. (CONFIRA TODAS AS ENTREVISTAS NO FINAL DO TEXTO)

Elizabeth Schmidt (União Brasil), Dr. Magno (NOVO), Aliel Machado (PV) e Mabel Canto (PSDB) participaram desta série de entrevistas.

O ex-prefeito Marcelo Rangel (PSD) não participou, pela segunda vez, alegando “medo de confrontos”, preferiu “evitar confrontos”. Rangel também não compareceu na primeira rodada de entrevistas e não foi no debate da UEPG. Na pré-campanha não compareceu para prestar depoimento na CPI da Saúde, da Câmara dos Vereadores.

O Blog da Mareli Martins destaca que cumpriu todas as exigências eleitorais. Os cinco candidatos foram convidados e tiveram o mesmo tempo de entrevista: 50 minutos, com mais um minuto para as considerações finais. Os temas abordados foram plano de governo e trajetória política, sem qualquer distinção entre os participantes.

O Blog não adotou nenhum tipo de tratamento diferente que pudesse beneficiar ou prejudicar qualquer candidato, mantendo sua imparcialidade.

O Blog da Mareli Martins agradece os candidatos que aceitaram debater temas importantes para toda a população. Enfrentar o debate é algo essencial para qualquer gestor.

Confira os principais pontos discutidos durante as entrevistas

Candidatos divergem sobre a gestão plena da saúde 

Elizabeth, atual prefeita e candidata à reeleição, aposta na implementação da gestão plena como principal estratégia para melhorar a saúde pública de Ponta Grossa, um sistema em que o município assume total responsabilidade pela administração dos recursos estaduais, federais e municipais destinados à saúde.

Segundo Elizabeth, esse modelo, aplicado com sucesso em cidades como Maringá e Curitiba, permitiria ao município ter maior controle sobre os leitos hospitalares e reduzir o tempo de espera para procedimentos, como cirurgias. “Hoje não temos as condições [para gestão plena], mas vamos criar as condições para isso”, prometeu Elizabeth.

Além da atual prefeita, Mabel Canto considera a possibilidade de implementar a gestão plena na saúde do município. “Funciona em algumas cidades aqui do Paraná e pode ser uma alternativa para Ponta Grossa. Mas a gente precisa sentar com o Conselho de Saúde e com os hospitais da cidade para entender se conseguimos de fato implantar em Ponta Grossa”, disse.

O candidato Aliel Machado afirma que a gestão plena pode oferecer um controle orçamentário maior ao município, mas também traz responsabilidades adicionais, como a necessidade de lidar com ações judiciais para medicamentos caros que atualmente são de responsabilidade do Estado ou da União. “A princípio não [implantaria]. É um modelo que precisa ser estudado depois de termos um diagnóstico mais completo sobre a saúde da cidade”, afirmou. 

Dr. Magno Zanellato também se mostrou cético quanto à implementação da gestão plena. O candidato disse que o modelo pode sobrecarregar as finanças do município devido aos altos custos dos tratamentos de saúde. “Tenho um grande receio que isso pode dar mais errado do que certo”, avaliou.

Reabertura do Pronto Socorro

A prefeita Elizabeth foi perguntada sobre a decisão de transferir a gestão do Hospital Amadeu Puppi (Pronto Socorro) para o governo estadual e afirmou que essa medida foi crucial para aliviar o orçamento municipal e melhorar a capacidade de atendimento.

Segundo ela, os leitos e serviços foram transferidos para a UPA Santana e para o hospital regional, garantindo que não houvesse perda de capacidade de atendimento. “A responsabilidade era do governo do estado, mas quem pagava a conta era o povo de Ponta Grossa”, disse Elizabeth.

Aliel criticou a ideia de reabrir o pronto-socorro municipal, “Essa discussão é uma falácia. Quem entende de saúde, de gestão e de orçamento sabe que estão enganando as pessoas. Mesmo o pronto-socorro, quando funcionava, tinha muitos problemas”, declarou.

Dr. Magno afirmou que a cidade “não pode abrir mão” do pronto-socorro, mas considera que há soluções mais rápidas e práticas, como o uso de hospitais filantrópicos para suprir a demanda por internamentos e cirurgias.

Mabel Canto propõe, como resposta ao fechamento do Pronto Socorro (Hospital Amadeu Puppi), a construção de um novo hospital municipal no prédio do Antigo Hospital 26 de Outubro para atender a demanda de pacientes que atualmente precisam ser transferidos para outras cidades. Questionada sobre o custo da obra, a candidata disse que vai precisar de R$ 100 milhões para construção.

Educação

Os candidatos abordaram a falta de vagas nos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs).

Elizabeth assegurou que a prefeitura está trabalhando para resolver o problema de mães que não conseguem vagas para seus filhos nos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs). Ela destacou que sua gestão conseguiu criar 1.500 novas vagas para crianças de 0 a 4 anos, superando as metas estabelecidas pelo Plano Nacional de Educação. “Nós estamos adiantados nas nossas vagas”, destacou.

Aliel criticou a falta de infraestrutura adequada nas escolas e defendeu a ampliação de CMEIs. “Eu trouxe recursos como deputado e vou priorizar a ampliação de CMEIs e escolas nos bairros onde há maior demanda”, prometeu. 

Mabel propõe a construção de mais CMEIs e a realização de concursos públicos para contratar mais profissionais. “Precisamos melhorar as condições de trabalho dos professores, que estão sobrecarregados, com turmas muito grandes, inclusive com crianças com necessidades especiais”, afirmou?.

Dr. Magno defendeu a ideia de Público-Privadas (PPPs) para resolver o problema da falta de vagas nos CMEIs. Ele sugeriu que grandes empresas locais possam colaborar na criação de creches para os filhos de seus funcionários.

Aumento do IPTU

A prefeita Elizabeth afirmou que, no momento, não há possibilidade de discutir um aumento do IPTU devido a uma reforma tributária em andamento, que pode impactar as decisões sobre impostos. Ela também mencionou programas como Nota PG e IPTU Premiado, que ajudaram a aumentar a receita municipal sem necessariamente aumentar os impostos.

Dr. Magno declarou ser contra o aumento do IPTU. “A carga de impostos tem que diminuir em cima do trabalhador e deixar ele trabalhar, produzir, gerar mais emprego”, afirmou. O candidato, contudo, defende um IPTU progressivo para terrenos que estão sendo mantidos apenas como especulação imobiliária, ou seja, terrenos que não estão sendo utilizados.

“Não pretendo aumentar a alíquota do IPTU. Acho que não é o momento. A gente ainda vive uma crise econômica. Houve uma reforma tributária recentemente e ainda não sabemos o que isso irá impactar”, afirmou Mabel. A candidata defende a busca por outras fontes de recursos para a prefeitura, ao invés de onerar ainda mais a população.

Aliel Machado afirmou que é contra o aumento de impostos, incluindo o IPTU, mas enfatiza que não é justo que algumas propriedades paguem valores muito baixos em comparação com outras que deveriam pagar mais. Ele defende que a atualização dos valores venais dos imóveis é necessária para evitar injustiças fiscais, mas diz que não pretende aumentar a carga tributária. 

Transporte 

Aliel Machado criticou a atual gestão pela prorrogação do contrato com a Viação Campos Gerais (VCG) sem uma nova licitação. Para Aliel, o modelo atual é insustentável e prejudica os moradores mais humildes. “O poder público tem que assumir mais responsabilidade sobre o transporte e não deixar nas costas do trabalhador e do empresário”, declarou. Aliel defende a implementação de subsídios para reduzir o preço da passagem de ônibus para três reais. 

Mabel Canto também criticou a prorrogação do contrato com a VCG sem realizar uma nova licitação. Ela defende a realização de uma licitação ampla e a necessidade de melhorar a qualidade dos ônibus em circulação. Sobre o subsídio do transporte coletivo, Mabel afirmou que o governo estadual deveria financiar parte desse custo para aliviar o orçamento municipal. 

Magno Zanellato criticou o monopólio existente sobre o transporte coletivo e propôs a criação de lotes de transporte, permitindo que mais de uma empresa opere na cidade. Ele acredita que a concorrência entre as empresas melhoraria a qualidade do serviço oferecido à população.

A prefeita Elizabeth respondeu às críticas sobre a prorrogação do contrato com a VCG. Ela explicou que a Câmara Municipal não votou o projeto a tempo para a realização de uma nova licitação para o transporte coletivo. “Mandei o projeto em outubro de 2022 e a Câmara não votou, e em 2023 tivemos que prorrogar o contrato com a VCG para a cidade não ficar sem transporte”.

Elizabeth destacou que a licitação segue impugnada pela justiça. “Teve três impugnações da justiça e nós estamos lutando para derrubar essa liminar”. A prefeita também afirmou que agora o sistema de transporte tem mais transparência, confirmando a existência da “caixa preta” da Viação Campos Gerais: “A caixa preta da VCG foi derrubada”.

Combate à corrupção 

Aliel prometeu que, caso seja eleito, ele irá determinar a realização de uma auditoria completa na prefeitura, para identificar e corrigir possíveis irregularidades. “Meu primeiro ato como prefeito será uma varredura na prefeitura. Não vamos aceitar nenhum tipo de situação que não esteja de acordo com a legislação. Queremos uma gestão transparente, que respeite os cidadãos”, disse.

Mabel se compromete a realizar um “pente fino” para avaliar e investigar possíveis casos de corrupção nas gestões anteriores. A candidata também propõe revisar todos os contratos vigentes na prefeitura para garantir que não haja irregularidades.

“Nós tivemos casos graves de corrupção no governo anterior, envolvendo a Prolar, a Funepo (TV Educativa), a Autarquia de Trânsito. Por isso, nós precisamos rever todo os contratos da prefeitura e combater qualquer tipo de ato de corrupção”, afirmou.

Magno criticou a forma como a administração pública é gerida atualmente e defendeu um modelo mais moderno e transparente. Ele acredita que a gestão deve ser independente e que os funcionários públicos devem ter liberdade para realizar seu trabalho sem pressões políticas.

Elizabeth anunciou que, em parceria com o senador Sérgio Moro, pretende instituir a Agência de Combate à Corrupção em Ponta Grossa. “GAECO nunca mais na prefeitura, não na minha gestão”, afirmou Elizabeth. A prefeita respondeu a acusações de que haveria cargos comissionados na controladoria municipal, algo que, segundo ela, é mentira. “A controladoria faz um trabalho sério, muito responsável e técnico”, declarou.

O escândalo de corrupção no EstaR

Os escândalos de corrupção citados por Mabel ocorreram na gestão do ex-prefeito Marcelo Rangel (PSD), candidato à reeleição. Elizabeth Schmidt (União Brasil) era vice-prefeita. Em 2020, o Gaeco esteve em Ponta Grossa com a Operação Saturno, que investiga corrupção no EstaR Digital e na Prolar. E também ocorreram denúncias e processos sobre falcatruas na Funepo. Todos estes órgãos investigados foram fechados pela atual prefeita.

No processo do EstaR Digital, após a operação, em janeiro de 2021, o Ministério Público (MP) tornou réus no processo por corrupção passiva o ex- vereador Walter José de Souza, Valtão (PRTB), os empresários da Cidatec (empresa segue operando o EstaR), Antonio Carlos Domingues de Sá, Alberto Abujamra Neto, Celso Ricardo Madrid Finck e o empresário e comunicador do Grupo T de Rádios por meio da Rádio Lagoa Dourada e proprietário do site D’Ponta News, João Carlos Barbiero.

No entanto, em novembro de 2021, o Tribunal de Justiça do Estado do Paraná acolheu o pedido dos advogados dos réus e decretou a nulidade das provas obtidas com a interceptação telefônica, determinando ao Juízo de primeiro grau que avaliasse quais provas seriam atingidas pela nulidade e se o processo teria prosseguimento. A defesa do réus alegou que havia “contaminação de uma prova” e que isso contaminaria todas as provas (interceptações telefônicas).

A defesa dos réus questionou a decisão que autorizou as interceptações telefônicas. O Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) decidiu anular as provas que tinham como base as ligações e afirmou que “a autorização não foi fundamentada de forma adequada”.

As provas contra Valtão e os outros quatro empresários acusados por corrupção ativa ou passiva foram definitivamente anuladas pelo TJ-PR.

O Ministério Público Ministério Público do Paraná (MPPR) recorreu para tentar manter as provas e dar andamento ao processo de investigação, mas o TJ-PR não atendeu ao pedido do MPPR e decidiu manter a anulação das provas.

A corrupção na Prolar

A Operação Domus foi realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que investiga o desvio a apropriação indevida de valores que deveriam ser devolvidos aos beneficiários do Programa Minha Casa, Minha Vida.

A investigação envolve o ex-presidente da Prolar, Dino Schrutt, que foi denunciado pelo Ministério Público pelo crime de peculato. E também o ex-diretor da Prolar, Deloir Scremin, que teria colaborado com os desvios, segundo o Gaeco.

Dino Schrutt foi secretário de Administração entre 2013 e 2016 no primeiro mandato de Marcelo Rangel na Prefeitura de Ponta Grossa. E chegou a acumular o cargo de Procurador Geral. Depois, no final do primeiro mandato de Rangel, Dino foi nomeado diretor jurídico da Companhia de Habitação do Paraná, no governo de Ratinho Jr. Foi indicado por Rangel e Sandro Alex. Mas com as investigações do Gaeco, o Ministério Público pediu afastamento de Dino do cargo.

Enxugamento da máquina pública

Mabel criticou o número excessivo de cargos comissionados na prefeitura e se comprometeu a reduzir esse número para possibilitar a realização de concursos públicos para áreas essenciais. “Precisamos enxugar a máquina para que a gente possa investir naquilo que é prioridade, naquilo que é necessário”, afirmou. A candidata disse que pretende priorizar a nomeação de servidores de carreira para cargos de chefia.

Magno defendeu a contratação de pessoas estritamente técnicas para cargos comissionados e propôs uma reestruturação das secretarias para otimizar os gastos. O candidato mencionou que, ao eliminar de 300 a 350 cargos comissionados, seria possível economizar cerca de 2 milhões de reais por mês, que poderiam ser reinvestidos em áreas essenciais como saúde e educação. “O que a gente puder enxugar da administração pública, em termos de gastos, deve ser enxugado”, afirmou.

Aliel se compromete a não aumentar o número de cargos comissionados. “Temos a pretensão, inclusive, de diminuir o número de cargos comissionados, mas não vamos criminalizar a política. Vamos ter um número suficiente para fazer e entregar o serviço adequado”, disse.

O candidato propõe a criação da Secretaria Municipal da Mulher e criar a Secretaria Municipal da Criança e do Idosa, mas diz que isso será feito a partir de remanejamento interno, sem criar novos cargos.

A prefeita Elizabeth destacou a importância de cortar gastos e tomar medidas impopulares para permitir que a prefeitura tenha mais verba para investir em áreas prioritárias. “Eu sempre ouvia dizer que não tem dinheiro. Então, a minha primeira medida foi economizar. Cortar, tomar medidas impopulares, levar pedradas de todo tipo para economizar”.

Os candidatos que cumprem mandato de deputado

Aliel Machado e Mabel Canto responderam às críticas sobre disputar a prefeitura enquanto cumprem mandato como deputado, para o qual foram eleitos em 2022.

“O Marcelo foi eleito prefeito no meio do mandato. O Péricles foi eleito prefeito no meio do mandato. O Jocelito foi eleito prefeito no meio do mandato. E agora eu não posso pleitear o direito de disputar? Eu acho que se a democracia, se a lei permite, é meu direito. E eu tenho muito orgulho de ser candidato”, afirmou Aliel.

Mabel menciona que muitos eleitores que votaram nela para deputada pediram que ela se candidatasse à prefeita. “Eu sou candidata a pedido da população. Elas realmente me chamaram. Vendo tudo isso que está acontecendo em Ponta Grossa, a saúde dessa maneira, a gente não pode deixar de participar, temos que colocar as nossas propostas”, afirmou.

Esse também é o caso de Marcelo Rangel, eleito para a Assembleia Legislativa em 2022, mas o deputado não pôde responder a essa pergunta porque recusou o convite de entrevista.

(Colaboração: João Vitor Pizani)

Assista todas as entrevistas

ELIZABETH SCHMIDT (UNIÃO BRASIL)

DR. MAGNO ZANELLATO (NOVO)

ALIEL MACHADO (PV)

MABEL CANTO (PSDB)

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