“Estamos com a força da verdade, ao contrário dos que usam fake news e jogo sujo”, diz Elizabeth
Nesta segunda-feira (21), o Blog da Mareli Martins entrevistou a prefeita Elizabeth Schmidt (União Brasil), candidata à reeleição em Ponta Grossa. Durante 50 minutos de entrevista, seguidos de mais um minuto para considerações finais, a candidata falou sobre as principais demandas da cidade e apresentou suas propostas.
Confira os principais pontos da entrevista de Elizabeth Schmidt
Mulheres na política
Pela segunda vez consecutiva, o segundo turno da eleição para a Prefeitura de Ponta Grossa é disputado por duas mulheres, Elizabeth Schmidt e Mabel Canto.
A prefeita destacou a importância desse cenário ao relembrar que, há 50 anos, não se imaginava uma mulher ocupando posições de destaque na política da cidade. Ela mencionou o projeto “Eleitor do Futuro”, em que os jovens das escolas estaduais elegeram vereadores, com nove deles sendo mulheres. Segundo Elizabeth, muitas dessas jovens a veem como uma referência e se sentem motivadas a ocupar espaços na política. “Se eu posso ser prefeita, elas também podem ser vereadoras”, afirmou.
Saúde e gestão plena
Um dos principais temas abordados na entrevista foi a saúde, uma área que tem sido foco de críticas da população. A prefeita reconhece que as filas para consultas e atendimentos se agravaram devido à pandemia.
Para lidar com essa questão, a prefeita destacou que sua administração tem promovido mutirões em unidades básicas de saúde e planeja intensificar essa estratégia no próximo mandato.
A prefeita também promete implantar cinco unidades básicas com livre demanda, nas quais os pacientes poderão buscar atendimento independente do bairro onde moram. Essas medidas, segundo Elizabeth, vão ajudar a reduzir a pressão sobre as UPAs, que enfrentam altas demandas.
A UPA Uvaranas, cuja inauguração está prevista para dezembro, é vista como um reforço significativo no atendimento de urgência, com capacidade para atender 100 mil pessoas da região. Apesar das limitações impostas pelo Ministério da Saúde, que permite apenas três UPAs credenciadas em municípios com menos de 400 mil habitantes, Elizabeth afirmou que Ponta Grossa construirá uma quarta UPA. “Nós vamos fazer a quarta, mesmo que a gente ainda não possa credenciar”, garantiu.
Elizabeth defende que a gestão plena da saúde é a solução para otimizar os serviços, com a prefeitura assumindo a responsabilidade sobre leitos e cirurgias de média e alta complexidade.
“Para assumir a gestão plena, a prefeitura precisa estar plena em relação às finanças. E nós, então, preparamos esse terreno”, afirmou. Elizabeth destacou que sua administração já eliminou dívidas e aprovou todas as contas, o que garante segurança financeira para a implementação da proposta.
Questionada se pretende reabrir o antigo Pronto-Socorro como um hospital, a prefeita esclareceu que a gestão agora é de responsabilidade do Governo do Estado e está sendo transformado em um hospital-dia, voltado para cirurgias eletivas e procedimentos de curta duração. “A pessoa entra de manhã e pode ir embora à tarde. Se precisar, fica internada, mas essa é a ideia”, explicou Elizabeth.
Segundo a prefeita, a transição da gestão foi formalizada com a entrega dos projetos e aprovação da Câmara Municipal em novembro do ano passado. “A escritura já está no nome do estado, e o reitor da UEPG me disse que o edital de licitação para as reformas já está em andamento”, completou.
Transporte coletivo e tarifa técnica
Outro tema relevante para a população de Ponta Grossa, o transporte público foi alvo de críticas devido à retirada de algumas linhas de ônibus durante a pandemia de Covid-19. Este mês, a Prefeitura anunciou a reativação de parte dessas rotas, buscando evitar a superlotação dos ônibus. Elizabeth explicou que as mudanças ocorreram em meio à recuperação da demanda.
Segundo a prefeita, durante o auge da crise sanitária, milhares de passageiros deixaram de utilizar o transporte coletivo. Isso afetou diretamente a tarifa técnica – o valor repassado à concessionária com base na quantidade de usuários.
“Com a redução do número de passageiros, a tarifa técnica chegou a R$ 10,00. A VCG chamava de ‘ônibus bate-lata’, porque não tinha ninguém e o custo era pago por todos os usuários”, afirmou Elizabeth.
A prefeita reconheceu que a readequação das linhas gerou reclamações e dificuldades para a população. “Começaram a reclamar que os ônibus estavam cheios demais porque aumentou o número de passageiros. Há 15 dias, a tarifa técnica baixou e nós pudemos voltar com mais linhas para atender melhor”, explicou.
A prefeita destacou que, com o aumento do número de passageiros, a tarifa técnica caiu para R$ 6,00, o que permitiu que a tarifa paga pelos usuários fosse reduzida para R$ 4,00. “Decidi baixar para R$ 4,00 para que sobrasse dinheiro no bolso das pessoas. É uma economia de até R$ 80,00 por mês”, declarou.
Elizabeth espera que o processo de licitação para o transporte coletivo, atualmente paralisado na Justiça, possa ser retomado após as eleições. A prefeita destacou que a nova concorrência incluirá dois lotes, o que permitirá a entrada de mais empresas além da VCG.
“Exigimos muito no edital porque eu quero conforto para nossa população. Eu quero que todo mundo goste de andar no transporte coletivo de Ponta Grossa. Então, as exigências do edital são inúmeras. Desde o aumento dos ônibus movidos à eletricidade até ar-condicionado e Wi-Fi”, afirmou.
Elizabeth também falou sobre o desejo de diminuir gradualmente o valor da tarifa, inspirado em exemplos como a cidade de Araucária, que oferece passagens a R$ 1,00 graças ao apoio da Petrobras. “Não prometo tarifa zero, mas é algo que podemos buscar. Mobilidade urbana é um direito, assim como saúde e educação”, enfatizou.
Pavimentação
Questionada sobre a promessa de asfaltar 100% a cidade de Ponta Grossa, feita durante a eleição de 2020, a prefeita Elizabeth reconheceu que não será possível concluir essa meta até o final de 2024, mas garantiu que os projetos para a finalização do asfaltamento já estão em andamento.
Segundo Elizabeth, 95% das vias da cidade já estão asfaltadas, restando apenas 5% para completar a cobertura de toda a área urbana de Ponta Grossa.
Habitação e regularização fundiária
No campo da habitação, Elizabeth Schmidt destacou que, durante sua gestão, foram construídas mais de 10 mil moradias populares. A prefeita também falou sobre o processo de regularização fundiária no Parque das Andorinhas, afirmando que a área já foi regularizada.
Ela destacou que a prefeitura está realizando o arruamento de todo o loteamento e que a infraestrutura, como a parte de água e posteamento, está sendo planejada e programada conforme as determinações da Justiça. Elizabeth também anunciou que já existem mais de 5 mil casas populares aprovadas para o próximo ano, através de parcerias com a Caixa Econômica.
Agricultura
A prefeita afirmou que o programa “Feira Verde” é o carro-chefe da agricultura em Ponta Grossa e que o “Mercado da Família” precisa de melhorias. Ela enfatizou a importância de ampliar os pontos de entrega e as formas de acesso aos produtos. “Para mim, me dói aquelas pessoas na fila ali esperando. A gente está tentando ver um modo de minimizar essa questão”, declarou.
Elizabeth também destacou a boa repercussão do programa “Caminhos do Agro”. “Nunca tinha tido um programa constante de recuperação e manutenção das nossas estradas rurais. Então, ele vai continuar acontecendo até a gente chegar com asfalto, onde a gente puder chegar”, declarou.
Meio ambiente e turismo
A prefeita declarou que o meio ambiente é o “diferencial” de seu plano de governo, por ser baseado no ESG (governança ambiental, social e corporativa). Elizabeth mencionou que, com recursos da Itaipu e da prefeitura, já começaram processos de reurbanização e melhorias para as pessoas que moram ao lado dos riachos e arroios. “Não vai mais passar água por cima da rodovia, lá em cima do Rio Honda”, garantiu.
A prefeita afirmou que o turismo de negócios em Ponta Grossa está em expansão e que a cidade é reconhecida como um dos 21 destinos inteligentes do Brasil. Elizabeth também mencionou que estão surgindo novos investimentos na região de Itaiacoca e que a estrada para o Buraco do Padre está em processo de aprovação.
Elizabeth responde acusações da adversária
A prefeita comentou sobre as críticas feitas por sua adversária, Mabel Canto, que a acusa de não ter entregue uniformes escolares e de envolvimento de seu filho em investigações conduzidas pelo GAECO. Elizabeth negou as alegações e chamou de “fake news e jogo sujo da velha política”.
A prefeita afirmou que a questão está sendo tratada por seu departamento jurídico e disse que manterá o foco em uma campanha baseada em propostas.
Elizabeth fala sobre vitória em cima de Rangel
Eleita com o apoio do ex-prefeito Marcelo Rangel (PSD) em 2020, com quem rompeu politicamente e se tornou adversária nas eleições de 2024, Elizabeth já foi acusada de só ter chegado à prefeitura porque eles a “colocaram no cargo”. Em resposta, a prefeita destacou que sua passagem para o segundo turno foi uma demonstração clara do apoio popular.
“Quem me elegeu agora foi o povo. E foi muito bom. Eu recebi o respeito do povo em resposta ao meu trabalho, que é sério, honesto, com contas aprovadas, com tudo dentro do conforme. Não teve GAECO no meu governo. E a população me deu o seu voto de confiança para estar no segundo turno. Foi muito bom”, afirmou.
Considerações finais
“A nossa cidade está em constante transformação, e nós estamos fazendo com que a nossa vida esteja à disposição da nossa população. Construindo fake news o tempo todo, ninguém vai conseguir credibilidade. Nós estamos com a força da verdade. Nunca vamos mentir. Então, venham conosco porque estamos com a consciência tranquila, com muita fé em Deus, porque nunca deixei de dizer: Deus no comando”, concluiu Elizabeth.
Assista a entrevista de Elizabeth
Mabel Canto foge de entrevista com o Blog da Mareli Martins
No total, o Blog da Mareli Martins realizou três rodadas de entrevistas com os candidatos nas eleições de 2024, uma rodada na pré-campanha, outra no primeiro turno e no segundo turno.
As duas candidatas que concorrem no 2º turno em Ponta Grossa foram convidadas para entrevista, sendo o mesmo tempo (50 minutos e um minuto para considerações finais) paras as duas e os mesmos temas, ligados às demandas da cidade, saúde, planejamento urbano, esporte, agricultura, meio ambiente, turismo, entre outros temas.
No entanto, a candidata Mabel Canto (PSDB) está fugindo da entrevista. Por meio de sua assessoria, Mabel Canto disse que “está atarefada e com muitas agendas e que não tem tempo para conceder entrevista”.
A mesma resposta foi dada pela candidata ao cargo de vice-prefeita na chapa de Mabel, Sandra Queiroz, que afirmou que “está tudo uma loucura e que Mabel e ela estão atarefadas demais”!
Mesmo assim, o Blog da Mareli Martins deixa o espaço aberto para a candidata Mabel Canto.
Esta matéria foi realizada com a colaboração do estagiário (estudante de jornalismo), João Vitor Pizani. A supervisão é da jornalista Mareli Martins (Registro Profissional: 9216/PR), conforme convênio de estágio firmado com a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).
