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Aumento do preço do diesel vai deixar alimentos mais caros do que já estão

Aumento do preço do diesel vai deixar alimentos mais caros do que já estão
  • Publishedfevereiro 3, 2025
Diesel está R$ 0,22 mais caro. (Imagem: Agência Brasil)

A Petrobras anunciou na última sexta-feira (31) um reajuste no preço do diesel em 6,29% aos distribuidores. A alta de R$ 0,22 ao litro eleva o preço médio do combustível a R$ 3,72.

Além da alta por parte da Petrobras, o preço do diesel também subiu cerca de R$0,06/litro desde o sábado (1º) com o reajuste da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

A Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) estima que para o consumidor final, considerando a participação do diesel puro de 86%, o impacto deve ser de R$0,25/litro, considerando tanto o reajuste da Petrobras quanto o do ICMS.

“Se, provisoriamente, reduzir o teor de biodiesel no diesel, este impacto poderá ser anulado. Permitindo ainda um aumento na arrecadação do Governo”, afirma Sérgio Araujo, presidente da Abicom.

“Ele compromete 0,23% do orçamento das famílias, então, comprometimento pequeno porque poucas são as famílias que usam carro diesel”, diz André Braz, coordenador dos índices de preços do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre). Contudo, a preocupação fica em torno do impacto em outros preços.

Preço dos alimentos

O efeito indireto é maior em toda a cadeia produtiva, logística e espalha-se por causa do preço de frete. O impacto geral do diesel é difícil de estimar e o timing disso também.

O reajuste também “não ajuda” em um momento no qual uma das principais preocupações é com o comportamento sensível do preço dos alimentos.

Nos últimos meses, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tem, repetidamente, apontado os alimentos dentre os principais culpados pela alta da inflação no país.

No dia 24 de janeiro de 2025, o IPCA-15 (indicador tido como a prévia da inflação oficial) de janeiro registrou alta de 0,11% no mês. Apesar de desacelerar ante dezembro, quando estava em 0,34%, o índice continuou sendo puxado por alimentos e bebidas, que subiram 1,06% em janeiro.

O governo busca alternativas para conter o preço dos alimentos. Enquanto isso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, avalia que as expectativas por uma safra mais forte e o câmbio mais controlado neste ano devem acomodar a inflação. Contudo, o reajuste do diesel pode se tornar mais uma pedra neste sapato.

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