Estudo sobre Aeroporto de PG foi encomendado e pago pelo governo da ex-presidente Dilma (PT), mas ela cancelou programa


O vereador Professor Careca (PV) disse que pretende abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar um estudo técnico sobre o Aeroporto de Ponta Grossa, feito em 2014. No requerimento, o vereador questiona as ações do ex-prefeito Marcelo Rangel (PSD), atualmente deputado estadual, mas não faz nenhum questionamento ao Governo Federal, que pagou e encomendou o estudo.
Naquele ano de 2014, quem determinou o estudo foi a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e depois ela cancelou o programa. (Veja estudo e documentos no final da matéria)
Ocorre que em 2014, vale lembrar, o Professor Careca estava filiado ao PT e foi eleito vereador. Careca é “pupilo” do deputado federal Aliel Machado (PV), que faz parte da bancada de apoio do presidente Lula (PT). Em 2014, Aliel foi eleito vereador pelo PCdoB e sempre teve o apoio do PT.
Ou seja, Careca poderia solicitar ao deputado Aliel que busque informações sobre o Estudo de Viabilidade Técnica do Aeroporto Sant’Ana e sobre os R$ 30 milhões investidos pelo governo de Dilma no estudo.
O Estudo de Viabilidade Técnica do Aeroporto Sant’Ana de Ponta Grossa foi contratado em 2014 pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Na época, entre 2012 e 2014, Dilma lançou o Programa de Investimentos nos Aeroportos e anunciou que seriam investidos R$ 7,3 bilhões em 270 aeroportos regionais.
O estudo encomendado em Ponta Grossa teve o investimento do Governo Federal de aproximadamente R$ 30 milhões e foi pago pelo Governo Federal, ou seja, não teve verba municipal e sim federal. No entanto, a própria presidente Dilma cancelou o programa alegando que “não era viável”.
Em entrevista concedida para Agência Brasil, no dia 07 de janeiro de 2013, a ex-presidente Dilma destacou a importância dos aeroportos e falou sobre os investimentos. “Nosso programa prevê investimentos de R$ 7,3 bilhões em 270 aeroportos regionais. Um país do tamanho do Brasil precisa ter bons e modernos aeroportos nas grandes metrópoles, mas também precisa de uma rede de aeroportos que atenda bem as cidades do interior, as pequenas e as médias”, afirmou.
Dilma ressaltou os investimentos que faria em 270 aeroportos. “Agora nós estamos nos preparando para fazer uma forte intervenção nos aeroportos. Vamos fazer concessões, aceitar investimentos da iniciativa privada que sejam adequados aos planos de expansão necessários. Nós vamos enviar ao Congresso a medida provisória que cria a Secretaria de Aviação Civil com status de ministério, que agregará a Anac, a Infraero e toda a estrutura para fazer a política de aviação”.
O problema é que nada do que Dilma anunciou saiu do papel e o dinheiro foi investido pelo Governo Federal. O cancelamento foi feito pela própria presidente.
A confusão em PG por conta do Aeroporto e o cancelamento dos voos

O Estudo de Viabilidade Técnica do Aeroporto Sant’Ana foi lembrado em 2025 depois que a Azul anunciou que vai “cancelar os voos em Ponta Grossa a partir de 10 de março”. Depois disso, começou uma troca de acusações entre pessoas do governo da prefeita Elizabeth Schmidt (União Brasil) e do ex-prefeito Marcelo Rangel (PSD) e do secretário de Infraestrutura e Logística do Paraná, Sandro Alex.
Sandro organizou uma reunião com diversas lideranças e foram debatidos temas sobre o Aeroporto e o cancelamento dos voos. Mas a prefeita de Ponta Grossa não compareceu ao encontro.
De lá pra cá, secretários e vereadores que apoiam a prefeita fizeram diversas declarações colocando a culpa pela situação ao ex-prefeito Marcelo Rangel, que foi o prefeito que reinaugurou o aeroporto em 2016.
Por outro lado, o grupo de Rangel questiona recursos federais liberados para ampliação da pista do aeroporto e outras reformas que não foram feitas pela prefeita Elizabeth, mesmo com dinheiro liberado. O governo municipal afirmou que “as obras não saíram por problemas na licitação”.
E a Azul afirmou que cancelará os voos em Ponta Grossa “por questões comerciais, oferta e procura” e deixou bem claro que não está sendo lucrativo para a empresa manter os voos em Ponta Grossa.
Aeroporto de PG foi reinaugurado pelo ex-prefeito Marcelo Rangel em 2016: com voos da Azul e investimentos do ex-governador Beto Richa

O histórico Aeroporto Sant’Ana (Comandante Antônio Hamilton Beraldo (PGZ) foi inaugurado em 1949 e reinaugurado no dia 30 de de junho de 2016 pela Prefeitura de Ponta Grossa, no governo de Marcelo Rangel, como prefeito e Beto Richa, governador do Paraná.
A linha que começou a operar conecta Ponta Grossa a Campinas, onde a Azul concentra suas operações. Essa conexão oferece aos cidadãos de Ponta Grossa a possibilidade de conexão de 100 destinos em voos nacionais e internacionais.
Para receber voos comerciais regulares, o aeroporto de Ponta Grossa foi totalmente adaptado e equipado. O investimento chegou a quase R$ 14 milhões, com recursos da prefeitura, do governo estadual e governo federal.
O Governo do Estado repassou R$ 1,3 milhã para outras ações, como a reforma do Terminal de Passageiros e instalação do sistema de balizamento noturno.
Entre as melhorias feitas no aeroporto estão a reestruturação da rua de acesso ao aeroporto, que recebeu drenagem e pavimentação.
A prefeitura investiu em equipamentos para a operação aeroportuária, atendimento a passageiros e a normas de segurança, asfaltamento das áreas do entorno, marcações da pista nos padrões Anac, estrutura e implantação da caixa d’água com 25 mil litros para combate a incêndios, além do cercamento de toda a área do aeroporto e demais adaptações.
Também foi adquirido um caminhão para o Corpo de Bombeiros e foi feita estruturação da Seção Contra Incêndios.
Acordo com o Estado

Pelo acordo com o Governo do Estado, houve uma redução, em dois pontos percentuais, na carga tributária do ICMS nas compras de querosene de aviação, para cada nova cidade que passou a ser atendida pelo serviço. A alíquota, de 18%, passou para 16% com o início dos serviços aéreos em Ponta Grossa.
A redução ocorreu de forma progressiva na medida em que ocorreu expansão para outras cidades, até o limite de 8%.

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