MDB e DEM deixam o ‘blocão’ do Centrão de Arthur Lira, aliado de Bolsonaro na Câmara


Os líderes partidários do MDB e do DEM na Câmara dos Deputados confirmam que devem deixar o ‘blocão’ do Centrão. A confirmação foi feita nesta segunda-feira (27).
Comandado pelo deputado Arthur Lira (PP-AL), o ‘blocão’ juntava PL, PP, PSD, MDB, DEM, Solidariedade, PTB, Pros e Avante. Com o movimento, o bloco perde 28 deputados do partido do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e 35 emedebistas e diminui de 221 deputados para 158.
“Vamos seguir carreiras autônomas. Posicionamento regimental, requerimentos, urgência, uma burocracia que não fazia mais sentido. Impacto sobre sucessão é um efeito colateral, não causa. Só trataremos disso depois das eleições municipais”, afirmou Efraim Filho (PB), líder do DEM. A “sucessão” citada por Efraim Filho é a eleição para a presidência da Câmara, no início do ano que vem.
Com a saída de DEM e MDB, o bloco passa dos atuais 221 para uma bancada de 158 deputados federais. Outros partidos, como PTB e PSL, também já estudam deixar o “blocão” para criar outro, com legendas menores.
As lideranças dessas siglas mostram preocupação com a concentração nas mãos de Lira das decisões sobre quem vai ocupar espaços no governo.
Com as duas saídas, o bloco terá os seguintes partidos: PL (42 deputados), PP (39 deputados), PSD (35 deputados), Solidariedade (14 deputados), Pros (11 deputados), PTB (11 deputados), Avante (6 deputados).
O desligamento oficial dos dois partidos ainda não tem data prevista para ocorrer. O líder do bloco, Arthur Lira, comentou o assunto no Twitter. Segundo ele, o bloco foi formado para votar o orçamento e é natural que se desfaça. “Ele deveria ter sido desfeito em março, o que não aconteceu por conta da pandemia”, disse.