Dia da Árvore: Brasil apresenta cenário recorde de desmatamento


Nesta quarta-feira (21) é comemorado o Dia da Árvore. Mas no Brasil a data serve para reflexão sobre o desmatamento da Amazônia, por exemplo, além da falta de políticas públicas voltadas a preservação do meio ambiente.
O Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) afirmou, em agosto de 2022, que a área de floresta desmatada da Amazônia Legal nos primeiros oito meses de 2022 foi a maior dos últimos 15 anos.
De janeiro de 2022 a agosto do mesmo ano, foram derrubados 7.943 km² de floresta, o que equivale um pouco menos que cerca de sete vezes a cidade do Rio de Janeiro.
Os dados são do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do instituto, que diferem da metodologia do Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Segundo o Imazon, os satélites usados são mais refinados que os dos sistemas do governo e são capazes de detectar áreas devastadas a partir de 1 hectare, enquanto os alertas do Inpe levam em conta áreas maiores que 3 hectares.
“Já passamos da metade do ano e o que vem acontecendo são recorrentes recordes negativos de devastação da Amazônia, com o aumento no desmatamento e na degradação florestal. E infelizmente temos visto ações insuficientes para combater esse problema”, lamenta a pesquisadora Bianca Santos, do Imazon.
Ainda de acordo com os novos dados do Imazon, apenas em agosto, foram derrubados 1.415 km². Além disso, a degradação florestal causada pela extração de madeira e pelas queimadas cresceu 54 vezes.
A área degradada passou de 18 km² em agosto de 2021 para 976 km² em agosto de 2022, uma alta de 5.322%.
O Desmatamento é definido pelo instituto como a remoção completa da vegetação, processo conhecido como “corte raso”, e a degradação florestal é classificada quando parte da floresta foi destruída por exploração madeireira ou incêndio. Por isso, o Imazon afirma que é comum que uma área classificada como degradada seja posteriormente desmatada.
O sistema do Imazon detecta áreas desmatadas em imagens de satélites de toda a Amazônia Legal (região que corresponde a 59% do território brasileiro e que engloba a área de 9 estados – Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e uma parte do Maranhão) e leva em conta degradações florestais ou desmatamentos que ocorreram em áreas a partir de 1 hectare, o que equivale a aproximadamente 1 campo de futebol.
Assim como o Deter, do Inpe, o calendário de monitoramento do SAD começa em agosto de um ano e termina em julho do ano seguinte por causa da menor frequência de nuvens na Amazônia. Os sistemas também são semelhantes porque servem como um alerta, mas não representam um dado oficial de desmatamento.
A medição oficial do desmatamento é feita pelo sistema Prodes (também do Inpe) e costuma superar os alertas sinalizados tanto pelo Deter como pelo Imazon. Segundo o Inpe, o nível de precisão do Prodes é de aproximadamente 95%.
(As informações são do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e Jornal O Globo)