“Ratinho escondeu na campanha a privatização da Copel, isso é estelionato eleitoral”, diz Arilson Chiorato


Em entrevista à Rádio Clube e ao Blog da Mareli Martins nesta terça-feira (22), o deputado e líder da oposição na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), Arilson Chiorato (PT), disse que o governador Ratinho Junior (PSD) cometeu “estelionato eleitoral” ao esconder na campanha à reeleição o seu plano de privatizar a Copel, além de outros temas polêmicos encaminhados à Alep em regime de urgência nesta semana.
“O Ratinho Junior não disse na campanha que iria privatizar a Copel, ao contrário, fez vídeos dizendo que não faria isso. É um estelionato eleitoral. O estado quer diminuir pra mais da metade o número de ações que o estado tem e com isso ele fica com a maioria, mas não absoluta e no bolo os acionistas terão mais decisão de voto do que o estado. Isso é privatização da Copel e um verdadeiro absurdo. A Copel é o maior patrimônio público do Paraná. Nós não vamos permitir essa privatização”, disse o deputado Arilson Chiorato.
Para impedir a privatização da Copel, a oposição vai adotar diversas medidas.
“Estamos protocolando pedimos suspensão da tramitação pelas irregularidades e falta de debate com a população. Vamos fazer uma ação popular defendendo serviços públicos, além de medidas judiciais junto Superior Tribunal de Justiça. Também pedimos que o Ministério Público Federal investigue esse processo de privatização, pois tem ligação com a bolsa de valores. Além de outras medidas, como uma nota para a Comissão de Valores Mobiliários, pois essa notícia da venda da Copel foi antecipada e aumentaram o valor das ações da Copel, ou seja, tem gente lucrando com isso. Nós também vamos uma investigação pelo Tribunal de Contas do Estado e pedir que o projeto passe por todas as comissões temáticas da Alep”, afirmou o deputado.
Arilson Chiorato destacou o lucro da Copel e as possíveis consequências da privarização.
“A Copel é altamente lucrativa, há seis meses teve mais de cinco bilhões de lucro e o Ratinho quer passar para o capital financeiro, especulação na bolsa de valores. Isso é um atraso muito grande para os paranaenses. Vão diminuir investimentos, aumentar os lucros para os acionistas e aumentar as tarifas”, disse.
OUÇA A ENTREVISTA
GOVERNO DO PARANÁ ENCAMINHA PROJETO PARA PRIVATIZAÇÃO DA COPEL
A Companhia Paranaense de Energia (Copel) divulgou nesta segunda-feira (21) que recebeu do governo do Paraná, seu controlador, um comunicado sobre a intenção do Estado de transformar a elétrica em companhia de capital disperso, sem acionista controlador. O projeto claramente prevê a venda de ações da Copel, dando início ao processo de privatização da Companhia.
De acordo com o Executivo, a transformação da Copel em uma corporação tem como principal objetivo aumentar sua competitividade no setor elétrico brasileiro para beneficiar o consumidor paranaense.
“Este setor passa por uma profunda mudança e, apesar das transformações que vêm ocorrendo no setor, deve-se dizer que o mesmo é reconhecido pela sua maturidade e segurança regulatória e institucional, mantendo assim as condições necessárias para atração de capital privado, com alto nível de capacidade de investimento e excelência na gestão corporativa”, ressalta o Poder Executivo na justificativa da matéria.
Ainda segundo a matéria, “nenhum acionista ou grupo de acionistas, poderá exercer votos em número superior a 10% (dez por cento) da quantidade do total de votos. Esta condição caracteriza uma corporação na medida em que o controle é pulverizado em milhares, dezenas ou centenas de milhares de acionistas, o que se apresenta, inclusive como uma medida de proteção ao Estado do Paraná, uma vez que impede a figura do acionista controlador ou do bloco de controle”.
Ainda segundo a matéria, “nenhum acionista ou grupo de acionistas, poderá exercer votos em número superior a 10% (dez por cento) da quantidade do total de votos. Esta condição caracteriza uma corporação na medida em que o controle é pulverizado em milhares, dezenas ou centenas de milhares de acionistas, o que se apresenta, inclusive como uma medida de proteção ao Estado do Paraná, uma vez que impede a figura do acionista controlador ou do bloco de controle”.
“Diante do momento que o Brasil está vivendo, tem a situação da Copel e outras companhias de energia que têm prazos para sua devida autorização novamente de concessão, que vence dentro de um ano. Se não tomar essa medida, corre-se o risco de o Governo não poder competir com empresas multinacionais”, afirmou o presidente da Casa, deputado Ademar Traiano (PSD).
“A Copel não está sendo vendida. Não está sendo privatizada. Privatizar é você entregar ela para um novo proprietário. Estamos vendendo algumas ações porque nós temos concessão da Unisa de Foz de Areia, que ano que vem encerra e nós precisamos ter estratégia”, explicou o líder do Governo na Assembleia, deputado Marcel Micheletto (PSD).