Em Brasília, Ratinho Jr tenta manter pedágio que favorece atuais concessionárias


O governador Ratinho Jr foi à Brasília para tentar convencer o Governo Federal a manter o modelo de pedágio proposto em seu primeiro mandato e junto com o ex-presidente Bolsonaro (PL). O modelo favorece as seis concessionárias condenadas por corrupção e que aturam no Paraná desde 1997.
O modelo prevê a criação de mais 15 praças de pedágio no Paraná, totalizando 42. E também cobrança de aporte das empresas, licitação pela menor na tarifa, mas com autorização de aumento a cada trecho de obra duplicada.
Além disso, o Tribunal de Contas da União (TCU) apontou falta de transparência. E as pedageiras poderiam subir as tarifas a cada trecho de obra duplicada, o chamado degrau tarifário. O modelo também cobra duas vezes por obras não executadas no contrato anterior. Pelo modelo, Ratinho Jr faria a delegação de parte a rodovias estaduais à União (Governo Federal) pelo período de 30 anos.
Durante a posse no dia 1º de janeiro, o governador reeleito Ratinho Jr (PSD) defendeu a concessão para as pedageiras e criticou o modelo de pedágio de manutenção, apresentado pelo governo Lula (PT).
“Famoso pedágio caipira nós não vamos aceitar. Cortar mato e pintar asfalto nós não vamos aceitar. Nós queremos duplicações, pra que essas duplicações e infraestrutura possam atender o crescimento econômico do nosso estado”, disse o governador.
Mas o governo Lula defende o chamado “pedágio de manutenção”, com tarifas de até R$ 5 . “Nossa proposta é de um pedágio de manutenção nas praças já instaladas e com serviço de qualidade nas rodovias”, disse o coordenador da Frente dos Pedágios da Assembleia Legislativa do Paraná, deputado estadual Arilson Chiorato (PT).
O fato é que a eleição de Lula estragou os planos de Ratinho Jr e Bolsonaro (PL), juntamente com o ex-secretário de Infraestrutura do Paraná, Sandro Alex, que pretendiam implantar no Paraná um modelo que poderia ficar pior que o anterior. O modelo prevê aporte financeiro das pedageiras, o que não garantiria uma licitação pela menor tarifa de fato.