Audiência pública debate privatização da Copel


A Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) debateu nesta segunda-feira (17) o processo de privatização da Companhia Paranaense de Energia (Copel). Além dos deputados, a audiência pública contou com a participação de funcionários da empresa, representantes dos setores do comércio, trabalhadores rurais , movimentos sociais. A diretoria da Copel foi convidada para o debate, mas não compareceu.
A audiência foi uma proposta do coordenador da Frente Parlamentar Estatais e das Empresas Públicas, Arilson Chiorato (PT). Segundo o deputado, a venda de ações da Copel possui inúmeras irregularidades.
“Essa audiência serviu para ouvir a sociedade paranaense, coisa que o governo do estado não fez quando enviou o projeto para cá e também arguir a Copel sobre algumas irregularidades que chegam até nós, então a gente pretende discutir isso e buscar preservar a empresa mais robusta que o nosso estado tem hoje”, destacou.
O início da privatização da Copel foi aprovado pelos deputados da base do governador Ratinho Jr (PSD) em dezembro de 2022. Mas com votação feita às pressas, já foram apontadas diversas irregularidades no processo, como foi apontado pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
O deputado Requião Filho (PT) declarou que “é preciso explicar para todos os segmentos da sociedade a importância de manter a Copel e não privatizá-la. Explicar para o Agro que a Copel privada aumentará os custos de produção, explicar para a indústria que a energia cara aumentará os custos de produção, explicar para os empresários que o a energia cara irá comer o seu lucro. Ou explicamos para todos os paranaenses a importância desta empresa pública ou ficaremos falando apenas para nós mesmos”.
Participaram do encontro as deputadas Luciana Rafagnin (PT) e Ana Júlia (PT) e os deputados Professor Lemos (PT), Requião Filho (PT), Goura (PDT), Doutor Antenor (PT) e Renato Freitas (PT), além dos deputados federais Tadeu Veneri (PT) e Elton Welter (PT).
O presidente do Sindicato dos Engenheiros do Paraná, Leandro Grassmann, afirmou que “a Copel hoje é a empresa que tem a menor tarifa entre todas as empresas concessionárias de energia. Uma empresa só faz investimento onde tem retorno, chamado de investimento prudente que são os investimentos reconhecidos pela ANEEL, portanto são transferidos para a tarifa”.
Ao final da audiência pública os dirigentes dos partidos, sindicatos de trabalhadores, representantes da Federação do Comércio, Federação dos Trabalhadores Rurais e Agricultores Familiares, Sindicato dos Engenheiros e Movimentos Sem Terra e Sem Teto, assim com representantes de estudantes ouviram a leitura da Carta Manifesto apoiada por todos os presentes contra a privatização da Copel.