Após denúncias, UEPG cancela uso de laboratório para experiência com cães da raça beagle
Após denúncias do Grupo Fauna de Proteção aos Animais, da Comissão de Proteção e Direito dos Animais da Ordem dos Advogados (OAB) da Subseção de Ponta Grossa e de funcionários, a Universidade Estadual de Ponta Grossa admitiu, por meio de nota, que “houve solicitação de uso do laboratório da instituição”, para a experiência com os cães, mas disse que “cancelou as tratativas”. O procedimento estava agendado para ocorrer no dia 21 de abril (feriado de Tiradentes), no laboratório de Técnica Operatória (TO) do curso de Medicina.
A UEPG também foi questionada pela Comissão de Ecologia, Meio Ambiente e Proteção aos Animais, por meio do presidente, que é o deputado Arilson Chiorato (PT).
A UEPG afirmou que cancelou o uso do laboratório. “A instituição foi, sim, procurada para a locação de um de seus laboratórios. A Reitoria, tão logo tomou ciência das intenções do estudo, cancelou imediatamente todas as tratativas”, disse a UEPG. (veja a nota completa no final da matéria)
A nota da UEPG é confusa quando afirma que “a notícia é falsa”, mas ao mesmo tempo, confirma que “cancelou a liberação do laboratório para a experiência”.
Vale dizer que se a notícia fosse falsa, não teria a necessidade da UEPG cancelar a experiência.
A UEPG também confirmou que a pesquisa que utilizaria cães beagles foi desenvolvida por um professor da instituição, mas que ele não está mais na universidade, como disse o reitor Miguel Sanches Neto ao Blog da Mareli Martins, no dia 12 de abril. (matéria: https://marelimartins.com.br/2023/04/12/funcionarios-denunciam-pesquisa-academica-com-utilizacao-de-caes-da-raca-beagle-em-)
“A Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação informa que o projeto em questão não é desenvolvido na UEPG, apesar de ter sido iniciado na instituição em 2016, por um pesquisador que já não integra os quadros da Universidade”, afirmou a UEPG.
O assunto se tornou público depois que o Blog da Mareli Martins recebeu denúncias de funcionários da UEPG e do Grupo Fauna de Proteção aos Animais. Em matéria publicada no dia 12 de abril, o reitor Miguel Sanches Neto disse “que a pesquisa é de um ex-professor da universidade” e afirmou que “o professor pediu para utilizar o laboratório da UEPG para realização da experiência com os cães da raça beagle, mas a universidade negou o pedido”. O reitor também declarou ser “contrário à realização deste tipo de experimento”
OAB QUESTIONA UEPG SOBRE EXPERIÊNCIA COM CÃES DA RAÇA BEAGLE
A Comissão de Proteção e Direito dos Animais da Ordem dos Advogados (OAB) da Subseção de Ponta Grossa questionou nesta terça-feira (18) a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) sobre uma experiência com utilização de cães vivos da raça beagle. A comissão encaminhou um ofício solicitando explicações ao reitor Miguel Sanches Neto e aguarda a resposta.
Por meio de ofício, nesta terça-feira (18), o presidente da Comissão de Proteção e Direito dos Animais da OAB de Ponta Grossa, Anael Ruccieri Proença dos Santos, pediu informações à UEPG sobre o responsável pela pesquisa, requerimentos oficiais para utilização do laboratório da universidade para a experiência com animais vivos, decisão da Reitoria da universidade e critérios adotados, entre outras informações.
“Considerando que o Brasil é signatário da Declaração Universal dos Direitos dos Animais, proclamada pela UNESCO, na cidade de Bruxelas em 1978 que prevê em seu artigo 8º, item 1, que a experimentação animal que implique sofrimento físico ou psicológico é incompatível com os direitos do animal, quer se trate de uma experiência médica, científica, comercial ou qualquer que seja a forma de experimentação”, diz o trecho do ofício encaminhado pela Comissão de Proteção e Direito dos Animais da OAB de Ponta Grossa para a UEPG.
Veja trechos do pedido da OAB
A UEPG também foi questionada pela Comissão de Ecologia, Meio Ambiente e Proteção aos Animais
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NOTA DA UEPG (Assessoria de Imprensa)
A Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), devido a boatos de que realiza pesquisa com cães da raça Beagle, esclarece que a informação é falsa. A instituição foi, sim, procurada para a locação de um de seus laboratórios. A Reitoria, tão logo tomou ciência das intenções do estudo, cancelou imediatamente todas as tratativas.
A Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação informa que o projeto em questão não é desenvolvido na UEPG, apesar de ter sido iniciado na instituição em 2016, por um pesquisador que já não integra os quadros da Universidade. Nenhuma das etapas previstas com cães foi realizada na instituição, que não utiliza estes animais em experimentos.
A UEPG, por dever de responsabilidade com a exatidão da informação, esclarece que não incentiva a pesquisa com cães; não está construindo um centro com esta finalidade; assumiu, publicamente, compromisso de redução de pesquisas com animais e investe em tecnologias alternativas, como o estômago artificial, em processo de registro por nossos pesquisadores.
Há mais de 50 anos, a UEPG é referência em pesquisa, dentro e fora do Brasil. Por isso, considera inaceitável o processo de desinformação forjado sobre o fato e reitera o compromisso com a ética e as boas práticas na pesquisa científica.
(Assessoria de Imprensa da UEPG)
