Ex-diretor do Mercado da Família de PG condenado pelo desvio de R$ 760 mil é preso e outro está foragido
A polícia civil prendeu nesta segunda-feira (22) o ex-diretor da Secretaria Municipal de Abastecimento de Ponta Grossa, Marcio Ribeiro Ferreira, popularmente conhecido como ‘Chokito’, ) após ter a condenação por desvio dinheiro do Mercado da Família “transitada em julgado”, ou seja, sem possibilidade de recorrer.
Os desvios de mais de R$ 760 mil aconteceram entre 2013 e 2014 na gestão do ex-prefeito Marcelo Rangel (PSD). Marcio e outro ex-diretor financeiro, Robson Lendzion, foram considerados culpados por se apropriar de dinheiro que deveria ser depositado na conta bancária do programa do Mercado da Família. Robson Lendzion é considerado foragido. Robson chegou a ser flagrado tirando envelopes do cofre e colocando na calça
O ex-secretário de Abastecimento de Ponta Grossa, Sérgio Zadorosny Filho, chegou a ser denunciado no mesmo processo, mas fechou um acordo com o Ministério Público do Paraná (MP-PR) para pagar R$ 40 mil em multa e cumprir uma série de restrições por dois anos.
As condenações
Conforme a sentença do juiz titular da 3ª Vara Criminal de Ponta Grossa, Helio Cesar Engelhardt, Marcio Ribeiro Ferreira foi condenado a 12 anos, 9 meses e 10 dias de prisão, inicialmente em regime fechado.
E Robson Lendzion recebeu a condenação de 44 anos, 11 meses e 22 dias de reclusão em regime semiaberto Além disso, eles terão que devolver R$ 727 mil aos cofres públicos. ( na época -março de 2019 – a defesa dos réus ainda poderia recorrer). A prisão é determinada após sentença transitar em julgado (sem possibilidade de recorrer).
Palavra da defesa dos condenados
O advogado Herculano Filho afirmou, em nota, que Marcio Ribeiro Ferreira irá cumprir regularmente a pena, “devendo obter o regime semiaberto em aproximadamente um ano e meio a partir da prisão”.
A defesa de Robson Lendzion disse, em nota, que o suspeito se entregará à Justiça para cumprimento dos seus comportamentos.
Ex-secretário de Abastecimento fez acordo com MP e se livrou da prisão
O MP-PR também processou o ex-secretário Sérgio Zadorosny Filho na esfera criminal, pelos crimes de lesão ao erário, atentado contra a administração pública e peculato. Os promotores alegam que ele não tinha controle sobre o dinheiro arrecadado nas lojas do Mercado da Família.
Em depoimento à Justiça, ele reconheceu que a Secretaria de Abastecimento tinha problemas para controlar o fluxo de caixa. “O sistema era um pouco falho e nós verificamos depois isso”, disse.
O ex-secretário de Abastecimento de Ponta Grossa, Sérgio Zadorosny Filho, chegou a ser denunciado no mesmo processo, mas fechou um acordo com o Ministério Público do Paraná (MP-PR) para pagar R$ 40 mil em multa e cumprir uma série de restrições por dois anos.
A defesa do ex-secretário Sérgio Zadorosny Filho disse que o cliente não tem culpa, tendo em vista que os desvios aconteceram fora do âmbito de controle e responsabilidade que ele tinha na pasta. Os advogados também afirmam que não há indícios de que ele tenha desviado dinheiro ou tivesse conhecimento dos supostos desvios e que ele sempre foi informado sobre o cumprimento dos protocolos do manejo do dinheiro.
Roubo durou dois anos, diz investigação
As investigações mostraram que a fraude acontecia no fim do horário de funcionamento dos mercados. Até 2012, os funcionários das lojas, ao final do expediente, pegavam o dinheiro do caixa e iam ao banco depositar as quantias em uma conta bancária da prefeitura.
No início da gestão do prefeito Marcelo Rangel (era do PPS, foi para o PSDB e hoje está no PSD), em 2013, o novo diretor financeiro, Robson Lendzion mandou instalar um cofre na Secretaria de Abastecimento. A partir de então, os funcionários foram orientados a não realizar mais os depósitos no banco, mas a levar as quantias para esse cofre. O objetivo seria juntar valores maiores para fazer os depósitos, em vez de colocar aos poucos, como era feito anteiormente.
Para os promotores do MP-PR, essa mudança facilitou a fraude. Eles dizem que, só em 2013, mais de R$ 131 mil deixaram de ser depositados na conta bancária da prefeitura. No início das investigações, em 2015, foi descoberto um vídeo do ano anterior, que mostra Lendzion pegando um envelope de dentro do cofre e colocando dentro da calça. O MP-PR afirma que havia R$ 800 dentro do pacote.
