Papa Francisco nomeia Dom Bruno Elizeu Versari como novo bispo da Diocese de Ponta Grossa


Nesta segunda-feira (10), o Papa Francisco aceitou o pedido de renúncia de Dom Sergio Arthur Braschi e nomeou Dom Bruno Elizeu Versari como o novo bispo da Diocese de Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná.
Dom Sérgio Arthur Braschi apresentou a renúncia obrigatória por ter completado 75 anos em dezembro.
Em carta, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) agradeceu pelos serviços prestados pelo agora bispo emérito.
“Neste novo tempo de seu ministério, possa contar com a intercessão e a proteção da Mãe da Graça Divina para levar a outros campos de missão a preciosidade simples de seus gestos, palavras e canções”, diz um trecho do texto.
Informações sobre Bruno Elizeu Versari
Dom Bruno Elizeu Versari nasceu no dia 30 de maio de 1959, na cidade de Cândido Mota (SP). Ainda na sua infância, a família migrou para o Paraná. No ano de 1980, marcado pelo testemunho de São João Paulo II, entrou no Seminário Propedêutico em Maringá. Estudou Filosofia na Pontifícia Universidade Católica do Paraná, em Curitiba, e Teologia no Instituto Teológico Paulo VI, em Londrina, entre os anos 1984 e 1987. Foi ordenado presbítero em 3 de janeiro de 1988, na Paróquia Nossa Senhora do Rosário, na cidade de Floresta, no Paraná.
No exercício do seu ministério presbiteral atuou como vigário; colaborou na formação dos seminaristas no Seminário de Filosofia Nossa Senhora da Glória, em Maringá; pároco; ecônomo arquidiocesano; vigário geral; membro do Colégio de Consultores e do Conselho de Presbíteros; e diretor da Rádio Colméia de Maringá.
Dom Bruno tem especialização em Educação Especial; pós-graduação em Teologia Bíblica, pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná, em Maringá, e em Teologia Bíblica – Novo Testamento, pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná, em Maringá.
No dia 19 de abril de 2017, foi nomeado bispo coadjutor da Diocese de Campo Mourão. Recebeu a ordenação em 25 de junho do mesmo ano, tomando posse em 9 de julho de 2017. Meses depois, em 6 de dezembro de 2017, com a aceitação da renúncia de dom Francisco Javier ao governo pastoral de Campo Mourão, dom Bruno assumiu oficialmente a função de bispo diocesano.
Em 2019, foi escolhido pelo Conselho Permanente da CNBB membro da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família. No período, colaborou na produção e revisão dos materiais produzidos pela Comissão, foi responsável pelo acompanhamento administrativo da Secretaria Nacional da Pastoral Familiar (Secren/CNPF) e aplicou na diocese o Itinerário Vivencial de Acompanhamento Personalizado para o Sacramento do Matrimônio sendo ele mesmo o catequista de dois casais de noivos.
Na manhã de hoje, 10 de junho, o Papa Francisco mandou publicar a nomeação para bispo diocesano de Ponta Grossa.
Dom Sergio seguirá como administrador

Dom Sergio passará a ocupar o cargo de ‘administrador apostólico’, que difere do ‘administrador diocesano’ por ser um cargo nomeado pelo Papa. O bispo apresentou, há pouco mais de seis meses, sua carta de renúncia, uma lei da Igreja, norma do direito canônico. A carta tem que ser feita um pouco antes do aniversário de 75 anos e encaminhada diretamente para o Papa. “Agora, ele mandou uma carta, dizendo que aceitava (a renúncia), mas que eu continuasse administrando a Diocese até a posse do sucessor. E assim será”, afirmou o bispo.
A posse ainda não tem data. Segundo Dom Sergio, o bispo nomeado estará na semana que vai em Brasília, em uma reunião da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). “Talvez, ele venha na reunião geral do clero, que seria realizada agora dia 27, mas pode ser que tenhamos que antecipar para que ele possa vir, conhecer os padres, ter um primeiro contato. Ele é que vai decidir a data da posse. Mas, ele disse que quer ouvir os padres”, citou Dom Sergio.
Ao comentar como se sente, Dom Sergio afirmou que, por um lado, se sente muito grato a Deus e à Igreja, e, também feliz porque finalmente chegou a notícia de seu sucessor. “Enquanto não chegava (a notícia) ficava naquela insegurança. Todos perguntando, eu até evitava falar. As pessoas querendo saber e a gente não sabendo o que dizer. Mas, as pessoas pensam que a gente sabe. Estava no coração do Papa. Há pouco dias fiquei sabendo por uma carta sob segredo pontifício, sob rigoroso embargo. É uma alegria poder comunicar. Pessoalmente, fiquei muito feliz. Conheço Dom Bruno desde seminarista, gosto muito dele, tenho amizade, mas, não fui eu quem o escolheu, nem sugeri o seu nome, mas no meu coração estava o nome dele e de tantos outros bispos e padres. Acho que o Papa captou”, brincou Dom Sergio.
Agora, é se preparar para recebê-lo quando ele marcar, adiantou o bispo. Sobre o futuro, Dom Sergio lembrou que passará a ser emérito. “O futuro a Deus pertence. Como sou padre diocesano, nascido em Curitiba, poderia ir morar lá; poderia ficar aqui…vai depender. Não quero colocar limites na providência de Deus. Tem o problema da minha saúde. Depende de tudo isso para tomar a decisão, que pode ser uma decisão temporária… Tenho minha vida missionária, trabalhei anos no Nordeste quando padre. Se a saúde melhorar, posso ir morar em uma paróquia, ir para a Igreja Irmã (na Prelazia de Lábrea, no Amazonas). Ficar um tempo em cada lugar”, detalhou.
Durante todo o dia, Dom Sergio recebeu mensagens carinhosas de seus paroquianos. A prefeita Elizabeth Schmidt fez uma chamada de vídeo, expressando sua gratidão por sua caminhada em Ponta Grossa. O bispo da Prelazia de Lábrea, Dom Santiago Sànchez Sebastian, parabenizou e agradeceu a Dom Sergio por tudo o que tem feito. “Como irmão da Igreja-Irmã, quero agradecer a fraternidade, a disponibilidade, essa solicitude conosco. Que o Senhor abençoe a sua aposentadoria e que seu testemunho continue ser essa missão aqui na igreja. Orando com você, por você, unidos na oração e na missão”, destacou Dom Santiago.
Dom Sergio é Cidadão Benemérito do Paraná

O bispo da Diocese de Ponta Grossa, Dom Sergio Arthur Braschi é Cidadão Benemérito do Paraná. O título foi entregue no dia 05 de abril deste ano, diante de um plenário e galerias lotados, na Câmara Municipal de Ponta Grossa. A honraria foi proposta em fevereiro do ano passado, pelo então deputado estadual, Tadeu Veneri (PT), que atualmente é deputado federal.
Em sua justificativa, o deputado fez questão se dizer honrado com o aceite de Dom Sergio para que fosse prestada a ‘singela e modesta’ homenagem. “As pessoas que me procuraram sempre destacavam os méritos de Dom Sergio, que sintetiza, segundo elas, as lutas que representam”, relatou Veneri ao comentar os motivos da proposição. “Oração, força, suavidade, generosidade, resumem a caminhada dele. Se compromete em estar em todos os lugares que precisam dele, com o intuito de unir a todos, mesmos os diferentes…ouvir a todos…porque tudo leva a um único caminho. Poucas vezes estive num evento onde todos os segmentos eclesiásticos ou não, estivessem reunidos. Isso reafirma a importância da liderança de Dom Sergio. Uma pessoa humilde, bem humorada e que o tempo todo reafirmou seu compromisso com os postulados do Papa Francisco”, enalteceu Tadeu Veneri.
A cerimônia, de acordo com o parlamentar, foi uma oportunidade de conviver com segmentos distintos entre si, mas que tinham o mesmo objetivo: reconhecer o carisma de Dom Sergio. “Para mim foi um momento para entender que podemos sim ser melhores. Mais generosos e solidários. Fiquei extremamente grato ao empenho de toda a organização e, ao final sinto, que os premiados fomos nós”, destacou.
Na presença de inúmeros representantes da Igreja Católica (padres, seminaristas, religiosos, coordenadores de pastorais e movimentos), da sociedade civil (Associação Comercial e Industrial de Ponta Grossa e Universidade Estadual de Ponta Grossa), de movimentos sociais, inclusive de líderes religiosos de outras denominações, o bispo teve sua caminhada contada no documentário Vida, Doçura e Esperança, produzido pela AssCom da Diocese de Ponta Grossa.
O clero diocesano esteve representado pelos padres Jaime Rossa, Hélio Guimarães, Joel Nalepa e Mário Dwulatka. Participaram autoridades políticas da região além da prefeita de Ponta Grossa, Elizabeth Schmidt, do deputado federal, Aliel Machado, deputada estadual Mabel Canto, e os vereadores Maurício Silva, Divo, Paulo Balansin, Ede Pimentel e Dr Erick.
“Sabemos que alguém que foi escolhido por Deus para desempenhar determinada função como no seu caso, ser bispo de uma diocese, exige dedicação e empenho. Isso com certeza nunca lhe faltou. Podemos dizer que a sua atividade ministerial tem sido manifestação da caridade do próprio Cristo, da qual o senhor tem sabido exprimir atitudes e comportamentos, doando a própria vida em benefício do rebanho que lhe foi confiado, pois o próprio Evangelho convida, antes de tudo, a responder a Deus que nos ama e salva, reconhecendo-o nos outros e saindo de nós mesmos para procurar o bem de todos. E conforme está mencionado na exortação do Rito de Ordenação Episcopal, o bispo deve ser alguém particularmente próximo dos sofredores, dos pequenos, das crianças, das pessoas em dificuldade, dos marginalizados e dos pobres, levando a todos o amor misericordioso do Bom Pastor. E assim tem sido a sua conduta, expressando em atitudes concretas a sua paternidade espiritual. E um dos aspectos que nós reconhecemos como característico de sua vida, é justamente essa proximidade. Preocupado com o bem estar do rebanho, o senhor nunca deixou de se fazer presente nas diversas situações em que era necessária a presença e o apoio da Igreja”, argumentou o vigário geral da Diocese, padre Jaime Rossa, que saudou o bispo em nome de todo o clero.
E a sua vida tem sido expressão também do seu lema episcopal: “Vida, Doçura, Esperança”. ‘Vida’, que se manifesta na sua preocupação com o desenvolvimento integral das pessoas, especialmente procurando atender necessidades e carências espirituais e materiais, sentidas em tantas situações, especialmente localizadas nas periferias existenciais, conforme expressão do Papa Francisco. ‘Doçura’, manifestada através de uma atitude de compreensão e paciência, na convicção de que o conteúdo essencial do Evangelho fala aos anseios mais profundos do coração, e que se revela muitas vezes em situações que estão em desacordo com determinados objetivos e metas. ‘Esperança’, porque o senhor tem voltado o seu olhar otimista para o futuro, acreditando na força do Espírito Santo que impele, motiva, encoraja e dá sentido à ação pessoal e comunitária. Com certeza o seu olhar é alimentado pelo desejo de que aconteça um mundo melhor para todos. Ao mesmo tempo o senhor implora as bênçãos de Deus sobre todos aqueles que lhe estão entregues, almejando que cada pessoa encontre, onde quer que esteja, atenção, reconhecimento da própria dignidade e amor. Diante de tudo isso, nos alegramos por essa homenagem”, acrescentou padre Jaime.
“Uma honra estar com Dom Sergio quando ele comemora esses belos jubileus: 75 anos de idade, 50 anos de padre e 25 anos como bispo. Era o momento de se prestar essa homenagem. O povo paranaense reconhece o seu valor. Gratidão ao pastor do imenso mar de católicos, que é muito querido, um iluminado, músico, cantor, sempre aberto, com uma presença que transmite confiança, que exala leveza, demonstra amor ao próximo na mansidão da sua voz e dos grandes gestos que inspira. Certeza que o rebanho está em boas mãos”, elogiou a prefeita Elizabeth Schimidt. “É um momento muito especial. O senhor transmite espiritualidade e sua alegria é contagiante. Por isso é merecedor dessa honraria. Por isso ganhou a Diocese e o Paraná”, frisou o vereador Mauricio Silva, que presidiu a sessão especial.
Dom Sergio recebeu uma cesta de alimentos orgânicos produzidos por famílias do Assentamento Maria Rosa, de Castro. “O senhor está sempre no meio do povo. O senhor exerce o verdadeiro sacerdócio”, afirmou Célio de Oliveira Meira, coordenador da brigada do MST Emiliano Zapata, assentado no assentamento Maria Rosa do Contestado, em Castro. O coordenador lembrou que, em um momento mais crítico, quando todas as forças eram contrárias àquela comunidade, o bispo estendeu a mão, foi em Brasília, conversou com autoridades e criou articulação de forças, que acabou resultando no diálogo que possibilitou a criação do assentamento.
Dom Sergio
O bispo se disse muito alegre em ver tanta gente importante na vida dele e os que marcaram a presença dele na Diocese, a maioria católicos, sim, mas também tantas outras pessoas, de diferentes credos. “Sinto uma profunda unidade de visões quando voltamos o olhar ao ser humano, que tanto necessita de vida plena, de doçura, de esperança. Estamos aqui a serviço da vida e da esperança, mas com doçura. É preciso dar testemunho. É importante a presença da Igreja, não de Dom Sergio. Ele que só foi chamado a uma missão tenta levar a presença da Igreja na sociedade, com erros, mas com desejo de acertar, de se oferecer, de trabalhar pela vida, em um mundo de desrespeito, especialmente neste momento em que acabamos de reviver Jesus dando a vida pelo ser humano…Agradeço a Deus! Agradeço ao Tadeu! Agradeço a todos!”, comentou Dom Sergio.
Sobre Dom Sergio
Sergio Arthur Braschi nasceu no dia 3 de dezembro de 1948, em Curitiba. A ordenação como sacerdote aconteceu em 1973. Após mais de duas décadas servindo a Igreja, em 1998 foi nomeado bispo-auxiliar de Curitiba pelo Papa João Paulo II, e sagrado no dia 14 de abril de 1998 na igreja Catedral de Curitiba. No dia 16 de julho de 2003 foi nomeado bispo diocesano de Ponta Grossa, tomando posse em 5 de setembro de 2003.
(Com informações da jornalista Jornalista: Cláudia Carneiro, da AssCom Diocese de Ponta Grossa)