Governo propõe rever reajuste para acabar com a greve


O governo do Paraná realizou nesta quinta-feira (20), mais uma rodada de negociações com o objetivo de encerrar a greve dos professores e demais categorias do funcionalismo público. Durante o encontro que contou com representantes do Fórum das Entidades Sindicais (FES) e com lideranças da APP-Sindicato, o chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni e o líder do governo na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), deputado Luiz Claudio Romanelli (PSB), fizeram a proposta de retirada do artigo que altera a data-base do funcionalismo para o ano de 2017. Mas o governo colocou como condição para isso, o encerramento da greve.
Em entrevista à Rádio T nesta sexta-feira (21), Romanelli disse que as negociações estão avançando. “Houve um entendimento de que os servidores se sentiram traídos pelo governo ter enviado uma emenda que propõe a inversão das prioridades dos pagamentos de 2017, priorizando o pagamento das progressões e promoções, em detrimento da data-base. Esse sentimento está sendo removido, por que o governo está propondo retirar da tramitação o artigo 33, da emenda 43, que trata disso. Dessa forma, esse artigo vai para uma mesa de negociação com os servidores”, esclareceu.
O deputado destacou que essa discussão precisa ser racional. “Vamos discutir com os servidores as possibilidades financeiras para 2017. Acredito que o governo agiu com bom senso por admitir retirar a emenda, mas condicionou a retirada ao término da greve, de uma forma que é não é emocional e sim racional. Nossa expectativa é de que até segunda-feira as greves se encerrem”, afirmou Romanelli.
A presidente do Fórum das Entidades Sindicais e secretária de Finanças da APP-Sindicato, Marlei Fernandes, disse à Rádio T, que a proposta será discutida em assembleias de todas as categorias. “O governo já havia acenado, depois de um duro embate, que era necessário retirar a emenda. Mas nós não assinamos nenhum documento e vamos discutir isso em assembleia. O Fórum das Entidades Sindicais deliberou isso aos sindicatos e cada categoria vai deliberar ou não a suspensão da greve, para que se faça um amplo debate do conjunto de finanças que o governo tem que pagar aos servidores”. A assembleia da APP-Sindicato está marcada para o próximo sábado (22).
APP afirma que o governo cumpriu boa parte do que assumiu no passado, mas acumulou mais dívidas desde 2015
Para encerrar a greve de 2015, que durou 44 dias, o governo do Paraná assumiu alguns compromissos com os servidores. Segundo Marlei Fernandes, o governo cumpriu parte do que foi acordado, em relação aos atrasados, mas gerou mais dívidas desde o ano de 2015.
“O governo cumpriu boa parte dos compromissos, que foram os pagamentos dos atrasados do ano anterior e a aplicação da data-base em outubro do ano passado e janeiro deste ano. O problema é que o governo fez o pagamento do que devia anteriormente, mas passou a dever a partir de 2015. E isso cria um passivo novamente com os servidores. Isso cria uma grande dívida com os servidores. Mas pior que isso é que o governo colocou nesta emenda a impossibilidade de pagar a data-base, por isso foi deflagrada a greve”, declarou Marlei Fernandes.