Empresa investigada pelo Gaeco tem obras paradas e licitadas pela Prefeitura de Ponta Grossa

– Vereador Antonio Laroca Neto (PDT), vai encaminhar os casos de Ponta Grossa ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e ao Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce) –
Três escolas que estão com as obras de ampliação e reforma paradas e com prazo de entrega em atraso, estão sobre a responsabilidade da empresa Valor Construtora e Serviços Ambientais Ltda, que está sendo investigada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), ligado ao Ministério Público do Paraná (MP-PR) e também pelo Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce).
Em maio deste ano, através da operação “Quadro Negro”, foram presas quatro pessoas ligadas à Valor Construtora e Serviços Ambientais, suspeitas de desvio de milhões da Educação do Estado. A empresa recebeu, pelo menos, R$ 19 milhões do Governo do Estado para construir e reformar 10 escolas do Paraná.
No caso de Ponta Grossa um fato chama atenção, uma obra de reforma e ampliação de escola estadual, ou seja, de responsabilidade do Governo do Estado, foi licitada pela Secretaria Municipal de Educação de Ponta Grossa. Trata-se da Escola Estadual Francisco Pires Machado, localizada na vila Cara-Cará. A obra foi orçada em R$ 4,8 milhões e deveria ser entregue em 240 dias, conforme consta no contrato com a prefeitura, mas o contrato foi assinado em novembro de 2013 e a obra ainda não foi concluída e está parada.
Outras duas escolas municipais também estão com as obras atrasadas e paradas. Este é o caso da Escola Municipal Professor Kamal Tebcherani, situada no Jardim Esplanada, no bairro da Boa Vista. A ampliação e reforma desta obra foi licitada em R$ 760 mil. E o Centro Municipal Sophia Adamowicz, localizado no Jardim Los Angeles, também não foi concluído e as obras estão paralisadas. Esta obra foi orçada em R$ 795 mil.
Segundo o vereador Antonio Laroca Neto (PDT), os casos serão encaminhados para investigação. “É muito estranho uma licitação de uma escola estadual feita com o município de Ponta Grossa. Outra situação é que a empresa está sobre forte investigação das principais forças policias do Paraná. Além disso, as obras não foram entregues no prazo de contrato e estão paradas. Vamos encaminhar tudo isso para os devidos órgãos de investigação”, disse.
Da Valor foram presos e posteriormente soltos: o procurador Eduardo Lopes de Souza, a engenheira Viviane Lopes de Souza, a ex-sócia da construtora, Tatiane Souza e a sócia proprietária Vanessa Domingues de Oliveira, que representa a empresa nos contratos com a Prefeitura de Ponta Grossa. Também foi preso o ex-diretor da Secretaria de Estado da Educação (SEED), Maurício Fanini. O dinheiro deveria ser usado para construção de escolas. A empresa recebeu, pelo menos, R$ 19 milhões do governo do estado para construir e reformar 10 escolas do Paraná.