Apesar dos “impasses”, Rangel afirma que confia no apoio do PPS


Em entrevista exclusiva à Rádio T FM e ao Blog da Mareli Martins, o prefeito de Ponta Grossa, Marcelo Rangel falou abertamente sobre o impasse que enfrenta com o PPS, como pré-candidato à reeleição. A entrevista completa vai ar nesta quinta-feira (2), na edição local do Tnews, às 7h, na Rádio T FM 99,9.
Desde que o deputado federal Sandro Alex saiu da legenda para ingressar no PSD, o presidente do PPS no Paraná, Rubens Bueno deixou bem claro o seu descontentamento. Por conta disso, Rubens Bueno chegou a dissolver o diretório local do PPS e nomeou uma comissão provisória. A disputa pelo diretório foi parar na Justiça. Hoje o diretório está com presidente Leopoldo Cunha Neto, por meio de liminar judicial. Ou seja, não há nada definitivo sobre o comando do diretório.
Em entrevista à Rádio T, Bueno disse que a candidatura do PPS para prefeitura de Ponta Grossa será decidida em convenção. Dessa forma, Bueno não declarou apoio à reeleição de Marcelo Rangel.
O problema é que ou Marcelo Rangel disputa pelo PPS ou não poderá ser candidato, pois para concorrer por outro partido, a filiação deveria ter ocorrido num prazo mínimo de seis meses, antes do pleito eleitoral.
Rangel disse que tem buscado apoio de lideranças nacionais do partido. “Falei com o presidente nacional do PPS, Roberto Freire e também com o senador Cristovam Buarque, pois eles são admiradores do trabalho que fazemos aqui, principalmente na educação. Se nós colocarmos um nome do partido, com apoio do governo, não tenho dúvidas, que teremos o apoio do presidente”.
Marcelo Rangel também destacou que é compreensível o fato de Rubens Bueno ter ficado magoado pela mudança partidária de Sandro Alex. “Conversei com o Rubens Bueno e sempre tive orgulho do trabalho dele e do partido. Claro que ele ficou chateado com a saída do Sandro, mas é preciso entender que ele teve uma grande ascensão política em diversos municípios. Por conta desse crescimento, surgiu a oportunidade do Sandro ficar a frente do PSD, que talvez seja o maior partido do Paraná. Respeito o posicionamento do meu irmão, mas eu mantive a minha linha dentro do PPS”.
O prefeito destacou a importância do apoio de Rubens Bueno. “Gostaria de ter o apoio de Rubens Bueno sempre, ele é meu amigo, temos uma luta juntos. Terei a oportunidade de falar ainda sobre estas questões administrativas do partido, mas não tenho dúvidas de que estaremos juntos em outras lutas”, Estou com muita tranquilidade no partido em que milito. Não tenho a impressão de que o partido vai me faltar”.
O prefeito disse que não está focado nas eleições e sim no trabalho em seu governo. “O foco é em todo trabalho que nós precisamos realizar até dezembro, nos projetos que precisamos mostrar para a população. Investimos mais de R$ 60 milhões em infraestrutura, nas novas escolas, no ensino integral. Temos projetos de pavimentação, educação, esporte e cultura que fizeram uma verdadeira transformação em Ponta Grossa”.
Filiação do vice-prefeito no PPS
Recentemente o vice-prefeito de Ponta Grossa, José Carlos Raad, o ‘Doutor Zeca’, depois de deixar o PSD e o PMB, se filiou ao PPS. Devido ao imbróglio que circula em torno do diretório do PPS em Ponta Grossa, o nome de Zeca foi citado para disputada da majoritária. O prefeito Marcelo Rangel afirmou que não sabia que o vice-prefeito pretendia se filiar ao PPS, mas que viu a filiação com bons olhos. “Eu não tinha o conhecimento de que o Zeca se filiaria ao nosso partido, soube apenas depois da filiação concretizada. E quando fiquei sabendo comemorei, pois ele é um político de conduta ilibada”.
Marcelo Rangel tratou com naturalidade o fato de que Dr. Zeca pode pleitear a vaga do PPS para a majoritária. “Isso não é problema. Nos partidos de primeiro mundo ocorrem eleições dentro do partido. Seria salutar ver uma disputa dentro de um partido democrático, como o PPS”.
Cenário eleitoral:
São vários os nomes que despontam como pré-candidatos a prefeito de Ponta Grossa, mas as candidaturas que surgem com mais força são do prefeito Marcelo Rangel e dos deputados Marcio Pauliki (PDT) e Aliel Machado (Rede). Rangel acredita que por se tratarem de pessoas que já se dedicam a vida pública, o maior desafio será mostrar o trabalho exercido por cada um. “Nós temos um longo trabalho na vida pública e vamos mostrar tudo isso. Acredito que os dois nomes citados, que são deputados, também vão poder mostrar o trabalho realizado por eles. Mas a avaliação mesmo quem vai fazer é a população. Em uma eleição não se escolhe adversário”.
Embora Marcelo Rangel tenha sido cauteloso ao falar sobre o trabalho prestado pelos deputados, Rangel não escondeu que a cidade poderia ter sido mais beneficiada por eles. “Pelo fato de estarmos em uma situação difícil e de crise econômica, eu acredito que poderíamos ter conquistado mais com o trabalho destes parlamentares. Porém, respeito o trabalho deles e acredito que a avaliação final é da população”.
Entre os outros nomes que circulam como pré-candidatos estão o vereador e ex-secretário de Assistência Social, Júlio Küller (PMB), do empresário e ex-secretário de Indústria, Comércio e Qualificação Profissional, Alvaro Scheffer (PV), do empresário Roberto Mongruel (PDT), do professor da Universidade Estadual de Ponta Grossa, Sérgio Gadine (Psol) e da ex-secretária de Administração Elizabeth Silveira Schmidt (PSB).
Brigas entre Rangel e Pauliki ficaram no passado?
Na política ponta-grossense, Marcelo Rangel e Marcio Pauliki já estiveram juntos. Nas eleições de 2008, quando o deputado Sandro Alex concorreu à prefeitura de Ponta Grossa, Pauliki deu total apoio. Depois disso, o grupo teve divergências e cada um buscou outro caminho. Rangel disse “que as brigas ficaram no passado” e que no comando da prefeitura “trabalha com total profissionalismo” e “recebe a todos independente de partido ou posicionamento político”. Mas o fato é que Pauliki está no seu segundo ano de mandato, Rangel no último ano de gestão e nunca tiveram uma conversa.
Questionado sobre o assunto, Rangel disse que Pauliki nunca foi ao seu gabinete, mas que a resposta disso deveria ser dada pelo deputado e não por ele.