Aliado do governo Richa, Pauliki foge de votação e contribui para aumento de imposto no Paraná


O deputado estadual Marcio Pauliki (PDT) decepcionou mais uma vez o Paraná, o que já não é novidade. Por não possuir autonomia pra votar contra o governador Beto Richa (PSDB), Pauliki fugiu da votação na Assembleia Legislativa do Paraná nesta segunda-feira (04) e, com isso, foi parceiro do governador na aprovação do projeto que altera as alíquotas do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para micro e pequenas empresas. Pelos cálculos do empresariado, haverá um aumento de até 58% do imposto a partir do ano que vem.
Por também ser empresário, Pauliki não queria se queimar com o setor empresarial, mas como não tem liberdade pra votar contra o governador Beto Richa, optou pelo caminho que é utilizado por quem não tem posicionamento, ou seja, o deputado fugiu. Aliás, falta de posicionamento e fuga são características já bem conhecidas do deputado Pauliki.
Questionado pelo Blog da Mareli Martins, sobre a ausência na votação, Pauliki respondeu “que não foge de votação” e que “não estava presente por estar em uma viagem programada há mais de dez meses”. E também disse que “não haverá aumento de arrecadação” e tentou justificar falando de uma emenda que teria feito para “amenizar o reenquadramento obrigatório do novo Simples Nacional no estado”. O deputado não deixou claro se sua viagem é referente a trabalho ou lazer. (Leia a resposta completa do deputado ao final do texto) .Vale dizer que o Paraná já concede isenção de ICMS para empresas que faturam até R$ 360 mil, desde 2007.
O fato é que Pauliki não possui autonomia para votar contra os projetos encaminhados pelo governador Beto Richa. Pauliki já afirmou à Rádio T e ao Blog da Mareli Martins “que está com Richa por que não importa a cor da vaca e sim o leite”.
No começo do mandato, em 2015, Pauliki dizia que seria “independente” até o final do mandato, mas acabou se rendendo aos encantos, ou melhor, ao “leite” do governo Richa.
Pauliki está tão adestrado ao governo Richa que agora só recebe elogios do líder do governo, deputado Luiz Claudio Romanelli (PSB). Antes, Romanelli fazia duras críticas ao deputado. Mas tudo mudou, pois Marcio Pauliki está colaborando com o governo. É assim que o jogo sujo da política funciona! O povo nunca é prioridade.
O projeto aprovado nesta segunda-feira (4) prevê a adoção das alíquotas de ICMS estabelecidas nacionalmente pelo regime do Simples Nacional, em substituição aos índices mais baixos em vigor atualmente, que foram implementados em 2007 pelo ex-governador Roberto Requião (PMDB).
Dessa forma, de acordo as informações da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná (Faciap) e da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), o aumento do ICMS poderá chegar a até 58%, sobretudo para empresas enquadradas nas faixas intermediárias de faturamento, as novas regras reduzem de 20 para seis as faixas que determinam o porcentual a ser recolhido aos cofres públicos. Já a arrecadação do governo do estado cresceria até 24%.
Entidades ligadas ao setor produtivo do estado se manifestaram contrárias ao projeto e afirmaram “que não houve diálogo por parte do governo, além de falta de transparência”.
Os outros dois deputados ponta-grossenses tiveram posicionamentos diferentes, Plauto Miró (DEM) votou a favor da proposta e Péricles de Mello (PT) votou contra.
Veja como votaram os deputados:
A FAVOR DO AUMENTO DE ICM : 36 deputados
Adelino Ribeiro (PSL)
Alexandre Curi (PSB)
Alexandre Guimarães (PSD)
André Bueno (PSDB)
Bernardo Ribas Carli (PSDB)
Cantora Mara Lima (PSDB)
Claudia Pereira (PSC)
Cobra Repórter (PSD)
Delegado Recalcatti (PSD)
Dr. Batista (PMN)
Elio Rusch (DEM)
Evandro Jr. (PSDB)
Felipe Francischini (SD)
Fernando Scanavaca (PDT)
Francisco Bührer (PSDB)
Gilson de Souza (PSC)
Guto Silva (PSD)
Hussein Bakri (PSD)
Jonas Guimarães (PSB)
Luiz Carlos Martins (PSD)
Luiz Claudio Romanelli (PSB)
Marcio Nunes (PSD)
Maria Victoria (PP)
Missionário Ricardo Arruda (PEN)
Palozi (PSC)
Pastor Edson Praczyk (PRB)
Paulo Litro (PSDB)
Pedro Lupion (DEM)
Plauto Miró (DEM)
Rasca Rodrigues (PV)
Ratinho Jr. (PSD)
Schiavinato (PP)
Stephanes Jr. (PSB)
Tiago Amaral (PSB)
Tião Medeiros (PTB)
Wilmar Reichembach (PSC)
CONTRA O AUMENTO DO ICMS: 13 deputados
Ademir Bier (PMDB)
Anibelli Neto (PMDB)
Evandro Araújo (PSC)
Gilberto Ribeiro (PRB)
Marcio Pacheco (PPL)
Nelson Luersen (PDT)
Nereu Moura (PMDB)
Ney Leprevost (PSD)
Péricles de Mello (PT)
Professor Lemos (PT)
Requião Filho (PMDB)
Tadeu Veneri (PT)
Tercílio Turini (PPS)
DEPUTADOS QUE FUGIRAM DA VOTAÇÃO: 4
Marcio Pauliki (PDT)
Cristina Silvestri (PPS)
Mauro Moraes (PSDB)
Nelson Justus (DEM)
Veja a reposta completa do deputado Marcio Pauliki ao Blog da Mareli Martins
“Eu não fujo de votações, até por que esta votação em especial de minha emenda que amenizou o reenquadramento obrigatório do novo Simples Nacional no estado. Com minha emenda aprovada, 74% das micro e pequenas continuarão isentas ou pagarão até 6% a menos de ICMS. Os 26% das empresas restantes das faixas maiores terão um teto limitado compensando a redução dos impostos das menores.
Mas estas empresas que faturam 3,6 a 4,8 milhões por ano poderão agora optar pelo Simples, o que antes não podia e assim teria também a redução de carga tributária.
Qualquer comentário diferente disso é de teor político e não técnico e infelizmente alguns entram nesse jogo. O importante é que não haverá aumento de arrecadação.
Respondendo a sua pergunta, não estive presente por que estava com uma viagem programada há mais de dez meses. Viajei na sexta e retorno na quinta-feira. Mas fiz questão de descontarem as três sessões que estarei ausente”.
(Deputado Marcio Pauliki)
(Obervação: Vale dizer que o Paraná já concede isenção de ICMS para empresas que faturam até R$ 360 mil, desde 2007)
2 Comments
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O Pauliki viu que o governo não precisava de seu voto para aprovar o projeto, pois já tinha voto de sobra. A política fiscal do parana está equilibrada graças ao governador, mas só política fiscal não resolve, sabemos disso, por causa do ex governo Requião, que reduziu o ICM e vimos no que deu o estado quase quebrou antes do governador Beto Richa assumir. Não votei para o Pauliki, porém admiro seus posicionamentos no que diz respeito à economia, e acredito que ele é favorável a este ajuste assim como a Maria Victória, para quem votei.