PSOL ficará neutro no segundo turno em Ponta Grossa


O Diretório Municipal do PSOL de Ponta Grossa informou que o partido ficará neutro no segundo turno das eleições. O partido ressaltou o fato da cidade contar com duas mulheres na disputa, sendo este um fato inédito. No entanto, para o PSOL, as duas candidatas Mabel Canto (PSC) e Elizabeth Schmidt (PSD), juntamente com seus partidos, “representam a retirada de direitos dos trabalhadores”, posição que não condiz com as lutas defendidas pelo PSOL Dessa forma, o partido optou por não apoiar nenhuma das candidatas e anunciou que fará oposição ao governo municipal.
No primeiro turno, o PSOL contou com a candidatura do professor da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Sérgio Luiz Gadini, que recebeu 5.029 votos (3,04%).
Por meio de nota encaminhada nesta sexta-feira (20), o PSOL disse que “não vai apoiar o continuísmo da atual gestão de Marcelo Rangel (PSDB), que tem como candidata Elizabeth Schmidt” e apontou “problemas na administração, como a falta de transparência e as prioridades administrativas que deixam problemas sociais expostos na vida da população da cidade”.
O PSOL afirmou também que “não vai apoiar a candidata Mabel Canto (PSC), por conta dos posicionamentos da candidata e dos partidos que compõe a coligação de Mabel, que representam a base do governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD) e do presidente Bolsonaro”.
O PSOL destacou que “Mabel Canto como deputada estadual sempre votou contra os servidores, votou contra os direitos de aposentadoria conquistados por servidores públicos, apoiou a destinação e o uso de dinheiro de escola pública para colégios militares, além de aprovar o fim de licença especial para servidores e professoras do Estado do Paraná”.
Por fim, o PSOL reforçou o seu compromisso na Câmara Municipal dos Vereadores, pois o partido elegeu um mandato coletivo.
O mandato coletivo funcionará da seguinte forma: a professora Josiane Kieras ocupará formalmente a cadeira de vereadora, sendo a porta-voz do grupo, que terá como covereadores o engenheiro agrônomo, Guilherme Mazer; o advogado João Luiz Stefaniak e a professora Ana Paula Mello.
“O mandato popular eleito pelo PSOL na Câmara Municipal deve atuar como oposição ao governo local, a partir de janeiro de 2021, pela simples constatação de que, seja quem for o vencedor da eleição, não se pode compactuar com nenhum desrespeito aos direitos de trabalhadores e trabalhadoras, bem como à solução dos grandes problemas vivenciados pela população da Cidade”, diz a nota do Diretório do PSOL de Ponta Grossa.
Veja a íntegra da nota do PSOL
Nenhum voto no continuísmo, sem ilusão com quem ataca trabalhadores
A eleição municipal de 2020 em Ponta Grossa destaca um fato inédito, que precisa ser lembrado: duas mulheres chegam ao segundo, representando grupos políticos que já estiveram ou estão na administração da Prefeitura local.
A candidata da situação representa não apenas o continuísmo da atual gestão (PSDB, PSD, PV e Avante), que dura oito anos, mas em boa medida os oito anos da administração anterior e, pois, traduz praticamente 16 anos de um mesmo grupo à frente da Prefeitura de PG, responsável por incontáveis problemas de gestão, falta de transparência e prioridades administrativas que deixam problemas sociais expostos na vida da população pobre da Cidade. Um rápido olhar nos problemas de PG indica claramente que não se pode ter qualquer ilusão com o continuísmo que reproduz vícios em troca de cargos comissionados no Palácio da Ronda.
A outra candidata representa uma coligação de diversos partidos (PSC, Podemos, PSB, Cidadania, PP e PDT), agregando grupos que estavam no governo local até a eleição e integram a base dos governos Ratinho (PSD) e Bolsonaro (PSL), como é o caso do PSC que vota contra os direitos dos trabalhadores, seja no Congresso Nacional ou na Assembleia Legislativa do Paraná, onde a própria candidata votou, desde que assumiu como deputada, contra direitos de aposentadoria conquistados por servidores públicos, apoiou a destinação e o uso de dinheiro de escola pública para colégios militares, além de aprovar o fim de licença especial para servidores e professoras do Estado do Paraná. Não parece sobrar ilusão com quem vota pela retirada de direitos de trabalhadores para se manter alinhada ao governo de plantão.
O mandato popular eleito pelo PSOL na Câmara Municipal deve atuar como oposição ao governo local, a partir de janeiro de 2021, pela simples constatação de que, seja quem for o vencedor da eleição, não se pode compactuar com nenhum desrespeito aos direitos de trabalhadores e trabalhadoras, bem como à solução dos grandes problemas vivenciados pela população da Cidade.
Diante deste cenário, a direção municipal do PSOL em PG espera que os simpatizantes, colaboradores, filiados ou eleitores do Partido façam a escolha de acordo com a própria consciência e análise individual, pois não cabe à direção fazer qualquer indicação de voto.
E não restam dúvidas de que, seja em PG, no Paraná ou Brasil, é preciso organizar as lutas da maioria da população para enfrentar os desmandos de governos que estão serviço de poderosos, grupos financeiros e defensores da privatização de serviços e do patrimônio público, como acontece no País.
Fortalecer as lutas da maioria de pobres não é uma tarefa apenas do PSOL, mas de todas organizações sociais e coletivas e partidos que assumem a defesa dos direitos humanos e a dignidade de milhões de pessoas desrespeitadas.
Vamos seguir em luta, nas ruas, praças, espaços públicos e, a partir de 2021, também na Câmara Municipal de Ponta Grossa.
Diretório Municipal do PSOL em PG
Ponta Grossa/PR, 19 de Novembro de 2020.