Rangel continua calado sobre prisão do presidente da AMTT: veja o que dizem os envolvidos na operação do Gaeco


O prefeito de Ponta Grossa, Marcelo Rangel (PSDB), segue calado sobre a prisão do presidente da Autarquia Municipal de Trânsito e Transporte (AMTT) e a respeito do mandado de busca e apreensão no gabinete do secretário de Administração e Recursos Humanos, Ricardo Linhares, que é tio de Rangel. As prisões e mandados de busca e apreensão ocorreram nesta terça-feira (15), pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que investiga a possível corrupção no Estar Digital.
O prefeito de Ponta Grossa é conhecido por ser muito atuante nas redes sociais, com vídeos e selfies, mas Rangel ainda não comentou a prisão de Roberto Pelissari e as buscas no gabinete de Ricardo Linhares. O prefeito fez alguns vídeos falando de outros temas e apenas mencionou a operação do Gaeco, citando as prisões dos vereadores, mas não falou sobre os envolvidos da Prefeitura de Ponta Grossa.
De acordo com o Ministério Público (MP), a operação investiga possíveis crimes de corrupção ativa e passiva, fraude a licitação e tráfico de influência. Há indícios de irregularidades na contratação de uma empresa pela Autarquia Municipal de Trânsito e Transportes do Município (AMTT) para implantação do Estar Digital e para a compra de software pela Companhia de Habitação de Ponta Grossa (Prolar), entre os anos de 2016 e 2020. Além disso, o MP investiga possível prática de manipulação e corrupção de vereadores em uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instalada para apurar as licitações.
Foram presos os vereadores Ricardo Ricardo Zampieri (Republicanos), presidente da CPI do Estar Digital, o relator da CPI, vereador Valtão (PRTB) e o presidente da AMTT, Roberto Pelissari.
O Gaeco cumpriu também cumpriu mandados de busca e apreensão nos gabinetes de outros três vereadores que integram a CPI do Estar Digital: Pastor Ezequiel Bueno (Avante), Vinicius Camargo (PSD), Sargento Guiarone (PRTB).
No prédio da prefeitura de Ponta Grossa, os agentes fazem buscas no gabinete do secretário de Administração e Recursos Humanos, Ricardo Linhares, que é tio do prefeito Marcelo Rangel (PSDB).
Também foram presos os empresários da Cidatec, empresa que venceu a licitação do Estar em Ponta Grossa, Alberto Abujama e Antonio Carlos Domingues e o proprietário da TV Vila Velha e do site D’Ponta, João Carlos Barbiero e Celso Ricardo Madrid Finck.
Veja quem já se manifestou sobre a operação do Gaeco:
Vereador Ricardo Zampieri (Republicanos): (preso)
“O vereador Ricardo Zampieri nega veementemente qualquer tipo de irregularidade, desvio de conduta ou possível fraude. Ressalta-se ainda que o mesmo, como presidente da CPI, foi o responsável pelas denúncias de possíveis irregularidades, que resultaram na instauração da Comissão de investigação. Todos os esclarecimentos serão prestados junto às autoridades em exercício nessa operação do Gaeco ante as investigações e também anexadas toda documentação levantada durante o processo”. (nota da assessoria do vereador)
Vereador Valtão (PRTB): (preso) : Não houve manifestação da assessoria ou de advogados até o momento.
Vereador Guiarone (PRTB): (mandado de busca e apreensão) Declarou que o “Gaecofez as buscas por conta de documentos importantes para a investigação, mas que nada irregular foi encontrado em seu gabinete e em sua casa” (Manifestação nas redes sociais: Facebook)
Vereador e pastor Ezequiel Bueno (Avante): (mandado de busca e apreensão) Disse que“está colaborando com as investigações e que o Gaeco apenas cumpriu o seu papel investigativo e que disse que nada irregular foi encontrado durante as buscas em seu gabinete”. (Veja o vídeo: Soldado Pastor Ezequiel Bueno — Publicações | Facebook)
Vereador Vinicius Camargo (PSD): (mandado de busca e apreensão) Afirmou que “o procedimento do Gaeco foi normal, que seu trabalho é limpo e que as buscas em seu gabinete fazem parte da investigação do Gaeco.” (veja o vídeo: Vinícius Camargo — Publicações | Facebook)
Roberto Pelissari (Presidente da AMTT): (preso) Não houve manifestação por parte da Prefeitura de Ponta Grossa e de advogados de Pelissari.
Ricardo Linhares (mandado de busca e apreensão) (secretário municipal de Administração e Recursos Humanos e tio do prefeito Marcelo Rangel): Não se manifestou.
– O prefeito de Ponta Grossa, Marcelo Rangel (PSDB) também não se manifestou sobre a prisão do presidente da AMTT e sobre o mandado de busca e apreensão no gabinete do secretário de Administração e Recursos Humanos, Ricardo Linhares, que é tio do prefeito.
João Carlos Barbiero (proprietário da TV Vila Velha e do site D’Ponta): (preso)
“Advogados disseram que o acusado nega envolvimento no esquema de corrupção investigado pelo Gaeco”
Alberto Abujama (sócio da Cidatec- empresa que administra o Estar Digital): (preso) (não se manifestou)
Antonio Carlos Domingues (sócio da Cidatec- empresa que administra o Estar Digital): (preso) (Não se manifestou)
Celso Ricardo Madrid Finck (sócio da Cidatec- empresa que administra o Estar Digital): (preso) (Não se manifestou)
Cidadet (empresa que venceu a licitação do Estar Digital): “A Cidatec, empresa que detém a marca e a operação do Estar Digital em Ponta Grossa, informa, a respeito das operações do Gaeco realizadas nesta terça-feira de manhã: Prestamos nosso total apoio às autoridades e nos colocamos à disposição para auxiliar nas investigações. Informamos que sempre agimos em estrito cumprimento da lei vigente e com total transparência em todos os serviços que prestamos à população. Esperamos que tudo seja esclarecido o mais breve possível”.
A Prefeitura de Ponta Grossa não comentou a prisão do presidente da AMTT, Roberto Pelissari e também não falou sobre as buscas no gabinete do secretário de Administração e Recursos Humanos, Ricardo Linhares. Mas encaminhou a seguinte nota:
A Prefeitura Municipal de Ponta Grossa informa que apoia a ação legítima de investigação do GAECO e forneceu toda a documentação solicitada até o momento.
A Prefeitura informa ainda que já havia entregue toda documentação solicitada referente ao processo licitatório do Estar Digital ao Ministério Público, no qual já foi arquivado, ao Tribunal de Contas do Estado do Paraná e à CPI da Câmara de Vereadores de Ponta Grossa.
No momento, a Prefeitura aguarda andamento da operação, ficando à disposição para esclarecimentos.