Vereadores que votaram a favor do repasse de dinheiro público para VCG, integram CPI do transporte coletivo


Depois de votarem a favor do repasse de mais de R$ 1,7 milhões da Prefeitura de Ponta Grossa para a Viação Campos Gerais (VCG), vereadores abriram uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o transporte coletivo.
Esta é mais uma entre tantas CPIs que abordam este tema. Mas nessa CPI, em especial, chama a atenção o fato de que todos os vereadores que integram a CPI do transporte votaram a favor do repasse de dinheiro público para a empresa.
Até mesmo o vereador que pediu a abertura da CPI votou a favor do repasse do dinheiro para a empresa, Geraldo Stocco (PSB), que levou uma rasteira dos companheiros da CPI e estava muito nervoso na sessão desta quarta-feira (26). O motivo é que ele não foi escolhido para ser o relator da comissão. Stocco disse que os colegas fizeram isso sem o consultar.
A CPI tem como presidente o vereador Leandro Bianco (Republicanos) e o relator será Léo Farmacêutico (PV). Mas incialmente Geraldo Stocco seria o relator. Também fazem parte da comissão Adriana Jamier da Silva (SD), Divonsir Pereira Antunes (PSD).
“É algo muito desagradável iniciar uma CPI deste jeito; não gosto de pensar que o presidente foi coagido para tirar o nosso mandato da relatoria, porque até segunda-feira ninguém queria ser relator. Votei no Leandro Bianco para presidente; e houve o convite para o nosso mandato ser relator. A comissão precisa conversar, mas fazer assim, sem avisar? Eu não tinha pedido para ser relator, me ofereceram a relatoria, e aceitei. Ontem à tarde foi decidido uma coisa e agora fazem outra. Protocolaram outra ata, tirando a relatoria do nosso mandato, ata em não consta a minha assinatura. Não me chamaram para reunião, para discutir esta mudança”, disse o vereador Geraldo Stocco.
Durante a sessão desta quarta-feira (26), a vereadora do mandato coletivo do PSOL, Josiane Kieras, ironizou a situação da CPI, que conta com vereadores que votaram a favor da utilização de dinheiro público para a empresa VCG.
Imaginem uma cidade onde a concessionária de transporte coletivo, em conluio com o sindicato de trabalhadores, deixa de pagar os salários dos motoristas e cobradores e promovem um lockout para chantagear o alcaide local a indenizar esses salários não pagos. Imaginem que este alcaide cede a chantagem com o beneplácito da maioria dos vereadores da cidade. Imaginem que, concomitantemente, estes vereadores decidem constituir uma comissão para investigar a empresa de transporte após terem autorizados a prefeitura pagar a indenização. E que esta comissão é composta justamente por vereadores que votaram a favor deste pagamento. Imaginem que esta cidade é Ponta Grossa”, disse a vereadora do PSOL.