“Volta das coligações é retrocesso, não vamos permitir”, diz senador Oriovisto à Rádio Clube de Ponta Grossa


Em entrevista à Rádio Clube de Ponta Grossa nesta terça-feira (21), o senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) falou sobre a reforma eleitoral que será discutida na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), na quarta-feira (22). (Ouça a entrevista completa no final da matéria)
O ponto mais polêmico é sobre a volta das coligações em eleições proporcionais, que haviam sido derrubadas pelo Congresso em 2017, foi aprovada pela Câmara no mês passado. Ponto que tem o parecer contrário da relatora da reforma eleitoral, a senadora Simonte Tebet (MDB-MS).
O senador Oriovisto garante que a proposta não vai passar no Senado e acredita que retomar as coligações seria um retrocesso.
“Não vamos permitir a volta das coligações. Esse mecanismo já foi eliminado da legislação eleitoral. A volta das coligações seria um retrocesso. Isso ajuda na sobrevivência de partidos de aluguel e ilude o eleitor, que vota num candidato de direita e elege um de esquerda. Isso não vai passar”, afirmou o senador.
Para Orivisto Guimarães, a reforma não apresenta grandes mudanças na legislação eleitoral, mas reforça alguns pontos já existentes, como a questão da fidelidade partidária. A proposta prevê punição de perda de mandato para deputados e vereadores que se desligarem, sem justa causa, do partido pelo qual foram eleitos.
“Esse reforço sobre a fidelidade partidária acho importante. Ou seja, perdem o mandato aqueles deputados e vereadores que se elegem por um partido e depois mudam de partido. Destaco também a consulta popular e o peso dois aos votos dados a mulheres e negros para a Câmara dos Deputados. São pontos positivos dentro dessa reforma”, aponta o senador.
Críticas ao governo Bolsonaro:
“Se olharmos os números da economia, o desempenho desse governo é pífio”, diz Oriovisto Guimarães
O senador Oriovisto Guimarães fez críticas ao governo de Jair Bolsonaro no aspecto da economia. O senador afirmou que o ministro da Economia, Paulo Guedes, “faz um discurso bonito”, mas “não coloca em prática”.
“O que está acontecendo é o contrário que queremos. O Paulo Guedes acabou de aumentar o imposto sobre o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) (aumento de um 1% mais ou menos). Isso vai prejudicar exatamente os mais pobres. Aqueles que dependem de crédito, parcelamento. Ele está aumentando a carga de impostos. O Paulo Guedes mandou para Câmara a tal reforma do Imposto de Renda, que na verdade tinha só um objetivo, criar mais um imposto, 20% sobre a distribuição de lucros e dividendos. Ou seja, as empresas já pagam impostos, se ela distribuir esse lucro para os acionistas, pagaria mais 20%, isso provoca fuga do capital, desemprego. Paulo Guedes tem discurso bonito, mas não executa na prática”, criticou o senador.
Segundo o senador Oriovisto Guimarães, o preço alto dos combustíveis precisa ser resolvido pelo Governo Federal e não pelos estados, como sugere o presidente Bolsonaro.
Preço dos combustíveis, inflação elevada e dívida pública
O governador do Rio Grande do Sul deu uma resposta sobre isso e que eu gostei. Ele disse que o ICMS cobrado lá é o mesmo de quando a gasolina custava dois reais a gasolina, ou seja, não houve aumento da alíquota dos combustíveis, o que aumentou foi o preço dos combustíveis. Mas o preço dos combustíveis é em dólar, a Petrobras funciona em dólar, mas os nossos salários não funcionam em dólar, Então a pergunta é se a Petrobras pode funcionar em reais? E isso quem tem que resolver é o Governo Federal e a Petrobras e não os estados”, afirmou.
“Bolsonaro vai terminar o governo com a dívida pública com aumento de 70%”
O senador Oriovisto criticou a alta na inflação e a dívida pública que está aumentando de forma significativa no governo atual.
“Quando o Bolsonaro assumiu a inflação estão um pouco mais 3% e agora está quase o triplo (9,6%). A dívida pública era de 3,7 trilhões e ele vai terminar o governo com essa dívida em mais de 6 trilhões, um aumento de 70%. E tudo isso é gestão de Bolsonaro e Paulo Guedes, não é só azar por causa da pandemia, tem muita incompetência nisso. Outros países também enfrentaram a pandemia e não desvalorizam suas moedas como aconteceu no Brasil”, afirmou.
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