Poluição na Represa do Alagados pode ser a causa dos microcrustáceos que chegaram às torneiras em Ponta Grossa”, diz professor da UEPG


Profissionais do Departamento de Geociências da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), fizeram a coleta de amostras dos microcrustáceos que surgiram nas represas do Alagados e do Pitangui, em Ponta Grossa. (Ouça a entrevista completa no final do texto)
Em entrevista à Rádio Clube, nesta quarta-feira (20), o professor do Departamento de Geociências, Henrique Simão Pontes, disse que existe a possibilidade de que o aparecimento dos microcrustáceos tenha relação com a poluição dos rios Alagados e Pitangui. Segundo o professor, a análise servirá para comprovar esta situação.
“As amostras dos microcrustáceos estão sendo encaminhada para pesquisadores da Universidade de Lavras de Minas Gerais três semanas teremos o resultado. Mas certamente é possível que tenha relação com a poluição dos nossos rios. Mas certamente é possível que tenha relação com a poluição dos nossos rios. Nós observamos, ao longo do anos, uma alteração muito grande na paisagem na bacia hidrográfica do Alagados e Pitangui. Modificação da vegetação nativa, lançamento de produtos químicos, como agrotóxicos, lançamento de dejetos humanos, com ocupação ao redor do Alagados e dejetos de animais. E tudo isso acaba modificando e afetando a represa”, destacou o professor.
De acordo com Henrique Simão Pontes, essas modificações na paisagem da bacia hidrográfica do Alagados favorecem o surgimento de novas espécies.
“Com essas modificações e a crise hídrica que vivemos, essa carga orgânica em grande quantidade acaba favorecendo a proliferação de algumas espécies, como os microcrustáceos, que se alimentam de fitoplâncton, que são algas que se alimentam dessa carga orgânica na represa. E o que estamos vendo nas nossas torneira hoje é resultado da falta de gestão e controle da nossa represa”, afirmou Pontes.
Ainda de acordo com o professor é possível que outros componentes estejam passando pelo sistema de tratamento da Sanepar e chegando às torneiras da população de Ponta Grossa.
“Quando observamos na lupa verificamos que os microcrustáceos tem, em média, um milímetro, é visível a olho nu. Eles são pequenos, mas é um tamanho que consideramos que de forma alguma poderia passar pelo sistema de tratamento da Sanepar. E se está passando isso, pode passar outro tipo de componente”, declarou.
O professor destaca que o descaso com preservação e manutenção da represa do Alagados envolve outros órgãos e não apenas a Sanepar. “Precisamos ter um olhar para essa questão. Não podemos culpar apenas a Sanepar. A responsabilidade da Sanepar é do tratamento da água que chega nas torneiras Mas a falta de cuidado e preservação do Alagados e do Pitangui envolve outros órgãos, que falham na gestão, como secretarias de Meio Ambiente, estadual e municipal, por exemplo, além do Instituto Água e Terra”, disse.
OUÇA A ENTREVISTA
Gerente Geral g da Sanepar na região Sudeste – Jeanne Schimdt- garante que água com crustáceos não faz mal à saúde, mas não apresenta nenhum laudo que comprove a afirmação.
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