Ricardo Barros vira réu em investigação de esquema de propina em contratos da Copel


O deputado federal e líder do governo Bolsonaro na Câmara Federal, Ricardo Barros (PP), virou réu em um processo na Justiça Eleitoral que apura um suposto esquema de pagamento de propinas e lavagem de dinheiro em contratos da Companhia Paranaense de Energia (Copel). Barros foi ministro da Saúde de 2016 a 2018, durante o governo Temer.
Conforme a denúncia do Ministério Público do Paraná (MP-PR), o esquema envolveu a compra de duas empresas do setor de energia eólica, as duas da Galvão Engenharia, pela companhia. Os contratos somam quase R$ 200 milhões, segundo os promotores.
Segundo a denúncia do MP, Barros teria utilizado da influência que tinha na diretoria da Copel, por ser então secretário estadual de Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul no Paraná, para negociar a contratação das empresas.
Em troca, conforme a denúncia, o deputado solicitou e recebeu valores ilícitos de executivos do grupo Galvão que o haviam procurado. Parte dos pagamentos foi feita em espécie e outra parte por meio de doações eleitorais.
Somando os pagamentos em espécie e as doações irregulares, conforme a denúncia, o atual deputado recebeu mais de R$ 5 milhões no esquema.
A denúncia foi oferecida pelo MP-PR em 13 de outubro e aceita pela 3ª Zona Eleitoral de Curitiba em 17 de novembro. O processo corre sob sigilo. As fraudes, segundo a denúncia, ocorreram entre o final de 2011 e o ano de 2014.
Além do deputado, também viraram réus Jean Alberto Luscher Castro, executivo da Galvão Engenharia, Eduardo Queiroz Galvão, membro do Conselho de Administração da Galvão Engenharia, e os empresários Delmo Sérgio Vilhena e Élio Alves Pereira. Jean Alberto Luscher Castro e Eduardo Queiroz Galvão são delatores no processo.
Ricardo Barros nega acusações
O líder do governo nega as acusações. Segundo ele, os depósitos citados pelo Ministério Público são lícitos e estão declarados no imposto de renda dele ou das empresas que possui.