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Elizabeth culpa Manjabosco pelo caos na Saúde em PG: ex-secretário diz que apenas cumpriu ordens da prefeita

Elizabeth culpa Manjabosco pelo caos na Saúde em PG: ex-secretário diz que apenas cumpriu ordens da prefeita
  • Publishedmaio 3, 2022
Prefeita de Ponta Grossa joga responsabilidade dos problemas na Saúde para ex-secretário. Majabosco rebate e diz que apenas cumpriu plano de governo. (Fotos: PMPG)

A prefeita de Ponta Grossa, Elizabeth Schmidt (PSD), anunciou que assumirá o comando da Fundação Municipal de Saúde até a escolha do novo nome para a pasta.

O anúncio da prefeita ocorreu nesta terça-feira (3). Elizabeth fez uma série de críticas ao modelo da saúde em Ponta Grossa, jogando a responsabilidade para o ex-secretário, Rodrigo Manjabosco, médico efetivo do município.

“Eu cansei da lentidão e da falta de planejamento. E esse trabalho não vai depender de um nome.  Esse trabalho será feito com a equipe da Fundação, pelos servidores, e com planejamento. Todos que precisam serão atendidos. Por isso, peço desculpas para as mães e para as pessoas que não têm sido bem atendidas no sistema de saúde da cidade. Isso vai mudar e logo”, disse a prefeita.

O ex-secretário de Saúde, Rodrigo Manjabosco, divulgou uma carta aberta aos funcionários da Saúde e à população de Ponta Grossa. Manjabosco disse que nunca teve a intenção de fechar o Pronto Atendimento Infantil do Hospital da Criança e que apenas seguiu o plano de governo da prefeita Elizabeth Schmidth.

Quanto ao fechamento do Pronto Atendimento Infantil no Hospital HUMAI, antigo Hospital da Criança, saliento que este nunca foi o objetivo desta Fundação, o que pode ser facilmente comprovado pela Lei que regulamentou a doação do prédio, na qual consta que o HUMAI deveria manter todos os serviços antes prestado no HC, com necessidade de ampliação dos mesmos. Destaco ainda que segui o Plano Municipal a risca, alinhado com o Plano De Governo proposto pela Prefeita Elizabeth e com o Governo do Estado”, disse o ex-secretário de Saúde.

(Veja a carta completa do ex-secretário no final do texto)

Prefeita faz anúncios para a Saúde

A prefeita de Ponta Grossa, Elizabeth Schmidt, anunciou nesta terça-feira (03) cinco novas medidas para reorganizar o sistema municipal de Saúde do município, com foco principal na implantação de um novo modelo de planejamento e gestão para a saúde.

A primeira determinação da chefe do Executivo Municipal é a retomada imediata do atendimento das crianças, com a transformação da Unidade de Saúde Sady Silveira, em Centro de Atendimento da Criança. “Essa unidade vai funcionar todos os dias para atendimento exclusivo das crianças. Graças à economia e corte de gastos em 25% que adotamos no início desse ano, teremos condições de ofertar esse espaço para atendimento com recursos próprios do município”, explica.

Segundo Elizabeth, o Centro de Atendimento da Criança vai estar integrado com as UPAS e com o Hospital Materno Infantil gerido pelo Estado, que, inclusive, irá aumentar de 5 para 15 leitos de internamento. “Essa é mais uma conquista que obtivemos junto à Secretaria de Estado da Saúde e junto à UEPG. Vamos trabalhar todos integrados nessa grande missão”, explica.

Outra medida confirmada pela prefeita é a construção de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no bairro de Uvaranas, próximo ao Terminal. “Será a melhor UPA do Paraná. Uma unidade de grande porte e com serviço mais perto de onde grande número de usuários mora. A nova UPA Uvaranas vai começar a funcionar no ano que vem, quando comemoraremos os 200 anos de Ponta Grossa. Ela vai ser um grande legado, uma grande conquista e orgulho para a nova saúde que estamos planejando”, avalia.

Também será anunciado nos próximos dias o maior programa de reformas, reestruturação de equipes de atendimento e preparação para o serviço médico nas unidades de saúde dos bairros. “Vamos esse ano reformar e modernizar 15 unidades básicas de saúde e outras 15 no ano que vem. E ainda serão mais 15 em 2024! Tudo novo! Limpo, seguro e funcionando em um projeto feito com recursos do município, das emendas de vereadores, emendas de deputados estaduais e federais”, complementa a prefeita.

A quarta medida determinada pela chefe do Executivo Municipal é a reorganização de pessoal que estava no Hospital Amadeu Puppi, que foi fechado por segurança e também vai ser reformado, para atender melhor a população nas Unidades Básicas. Os servidores serão incorporados junto às equipes de Estratégia da Saúde da Família – que fazem atendimento domiciliar – e também ao time de agentes comunitários de saúde. “Quero cada vez mais um atendimento humanizado. Quero virar a página da pandemia e dessa crise que ainda estamos vivendo em nosso sistema. Crise que está acontecendo, aliás, em todas as cidades grandes do Paraná!”, avalia.

A quinta medida prioritária é a determinação ao grupo de gestão da Prefeitura que inicie imediatamente processo de licitação pública para serviços qualificados nas UPAs Santa Paula e Santana. “Como está não ficará mais. É uma questão de tempo. Daqui a pouco as pessoas vão esquecer os momentos difíceis que, infelizmente, atravessamos”, enfatiza a prefeita.

UNIDADES DE SAÚDE QUE SERÃO REFORMADAS EM 2022

– Egon Roskamp (Santa Paula)

– Roberto de Jesus Portela (Ronda)

– CAPS AD (Uvaranas)

– Centro Municipal da Mulher (Vila Liane)

– Centro Municipal de Exames (Centro)

– SAE (Centro)

– Clyceu de Macedo (Santa Terezinha)

– Santo Domingo (Costa Rica)

– Zilda Arns (Parque Nossa Senhora das Graças)

– Horácio de Miranda (Santa Mônica)

– Ambrósio Brecailo (Bonsucesso)

– Sharise Angélica Arruda (Recanto Verde)

– Conrado Mansani (Uvaranas)

– Aluízio Grochoski (Vila Guaíra)

– Antonio Russo (São José)

Veja a carta completa do ex-secretário de Saúde de Ponta Grossa

“A área de saúde pública, compreende um processo complexo de trabalho, com decisões que envolvem muitas vidas. Nestes um ano e meio, enfrentamos uma verdadeira tempestade, a pandemia exigiu decisões difíceis e uma equipe forte para suportar todas as demandas que surgiram, seja por tratamento médico, medicamentos, leitos, orientações,
vacinas, oxigênio, afastamentos de profissionais, isolamento, disputa por insumos, recursos limitados e redução de profissionais disponíveis no mercado. Foi um período traumático a todos os profissionais de saúde e não é à toa que, o termo guerra foi usado pelo mundo a fora.

Pautei-me pela legalidade, trabalhando sempre com responsabilidade, condicionada por decisões técnicas, nunca me furtando a estar à disposição da sociedade, para orientações, prestação de esclarecimentos e informações de cunho público. Proporcionei mudanças profundas nas estruturas administrativas, contratuais, otimização de fluxos, processos de trabalho, informatização, desenvolvimento de projetos e treinamento, com um olhar atento aos números e estatísticas, buscando as melhores soluções com os recursos disponíveis. Números não mentem, e funcionam como um excelente norteador, porém muitas vezes nos levam a mudanças complexas e difíceis, mas sempre com opensamento na humanização de serviços, acolhimento da população e dos servidores.

Dentre os muitos exemplos que criamos neste curto espaço de tempo, temos um setor de apoio ao servidor, multiprofissional com a inclusão ainda este ano de aulas de hidroginástica, atendimento social, acolhimento, fisioterapia entre outros serviços, elaboração de plano de cargos, preparação e estruturação do acolhimento ao cidadão na unidade de saúde, elaboração de linhas de cuidados para gestantes e crônicos, incluindo pilates e hidroginástica.

Iriamos inaugurar um centro de atividade física para os pacientes das unidades de saúde, mudanças no transporte de pacientes e ampliação da transparência dos serviços e contratações. Reestruturamos o serviço domiciliar, oferecendo fisioterapia, fonoaudiologia, nutrição, psicologia, assistência social, tratamento dentário, de feridas e troca de sondas vinculados a atenção primária.

Preparamos novo concurso e remoção de profissionais para fortalecer a atenção primária e atendimento de urgência e emergência. Todo um projeto de aquisição de mobiliário e reforma das unidades pronto para início. O fechamento do Hospital Municipal por questões técnica e segurança do paciente, considerando os danos estruturais ao telhado e outros danos no prédio.

Quanto ao fechamento do Pronto Atendimento Infantil no Hospital HUMAI, antigo Hospital da Criança, saliento que este nunca foi o objetivo desta Fundação, o que pode ser facilmente comprovado pela Lei que regulamentou a doação do prédio, na qual consta que o HUMAI deveria manter todos os serviços antes prestado no HC, com necessidade de ampliação dos mesmos. Destaco ainda que segui o Plano Municipal a risca, alinhado com o Plano De Governo proposto pela Prefeita Elizabeth e com o Governo do Estado.

Preparei toda uma base sólida, para a partir disto, proporcionar mudanças consistentes, ao qual me propus fazer, doa a quem doer. Agradeço a todos os envolvidos neste processo, foram essenciais, afinal ninguém faz nada sozinho. Foram muitos dias de luta intensa, aprendizado e doação a Fundação Municipal De Saúde.

Respeitosamente,
Rodrigo Daniel Manjabosco
Médico da Família”

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