Após desistir da disputa ao governo do Paraná, Cesar Silvestri nega acordo com Ratinho Jr e diz que PSDB ficará neutro


Em entrevista à Rádio Clube e ao Blog da Mareli Martins nesta quinta-feira (21), Cesar Silvestri Filho (PSDB), falou sobre os motivos que o levaram a desistir da candidatura ao governo no Paraná e o seu nome na disputa do Senado. (Ouça a entrevista completa no final do texto)
Silvestri não escondeu as pressões do grupo de Ratinho Junior (PSD) e de seus aliados que trabalharam para que a sua candidatura não fosse efetivada, mas evitou polemizar o assunto para não ampliar as divergências dentro do PSDB.
“Não nego que gostaria de estar concedendo entrevista pra você agora como candidato ao governo do estado, eu trabalhei com muita dedicação pra isso. Entretanto, ninguém é candidato de si mesmo. Para construir uma candidatura, você precisa não apenas do apoio formal do partido, mas também a unidade do grupo politico. Como tivemos algo inusitado que é a federação, PSDB e Cidadania, isso acabou dificultando, pois o Cidadania já tinha apoio declarado ao Ratinho Junior. E isso criou uma divisão no partido. E eu decidi dar um passo atrás para que a minha candidatura não fosse um motivo pra desunir o partido”, disse Cesar Silvestri Filho.
Silvestri negou interferência direta e acordo com o grupo de Ratinho Junior na sua desistência, mas destacou as pressões que ocorreram.
“Não teve interferência direta na desistência da minha candidatura. Mas eu não nego que teve muita pressão do grupo de Ratinho para pressionar a retirada da candidatura, que poderia levar a eleição ao segundo turno. E o grupo do Ratinho trabalha para vencer no primeiro turno, então tivemos muita pressão”, afirmou.
Cesar Silvestri Filho evitou polemizar a participação do ex-deputado federal, Valdir Rossoni (PSDB), em negociações com o grupo de Ratinho Junior.
“Não vou mais entrar nesse jogo. Teve pressão, mas preciso unir o partido e virar essa página”, declarou.
Silvestri estava filiado ao Podemos, presidiu o partido no Paraná, pretendia disputar o governo pelo Podemos. Mas uma negociação do senador Alvaro Dias em troca do apoio de Ratinho Junior, eliminou as chances de candidatura de Cesar Silvestri ao governo pelo Podemos.
Diante disso, ele se filiou ao PSDB para buscar essa candidatura e teve que desistir pelo racha que ocorreu dentro do PSDB. Ou seja, não recebeu o apoio necessário do PSDB para disputar o governo do Paraná.
Silvestri não escondeu a frustação com a retirada de sua candidatura, mas disse que agora “vai virar a página” e concentrar o trabalho na disputa ao Senado.
“Não disputar o governo é evidente que não é o que eu desejo neste momento, eu queria estar no debate para apontar soluções ao Paraná, mas agora essa etapa já está superada. Vou continuar contribuindo como candidato ao Senado. O interesse pelas causas supera qualquer frustração, não é meu perfil ficar se lamentando, sou otimista e estou buscando motivação. O meu perfil é sacudir a poeira e seguir em frente”, disse Cesar Silvestri Filho.
Cesar Silvestri disse que vai manter o sonho de disputar o governo do Paraná, em outras eleições, mas destacou as dificuldades para estruturar uma candidato ao governo de lideranças vindas do interior do estado.
“Não desisti de nada, apenas adiei. Não vou negar que seguirei com meu sonho de disputar o governo do Paraná, pois isso está no meu coração. Mas é preciso dizer que é mais difícil ser candidato ao governo do que vencer a eleição, por ser do interior. O Paraná está sendo governado há mais de trinta anos por lideranças da capital.
A disputa ao Senado
Cesar Silvestri Filho disse que disputar o Senado foi sua escolha, que não pensou em outro cargo, diante da retirada da candidatura ao governo e que isso não foi uma imposição do PSDB.
“Disputar o senado foi minha escolha. Nós temos três senadores distantes da população, que não percorrem o estado, estão distantes da realidade do Paraná. Eu me coloco como candidato ao senado para ser um senador próximo do Paraná e eu conheço profundamente o interior do Paraná”, afirmou.
Neutralidade na disputa ao governo
O candidato ao Senado disse que não vai apoiar Ratinho Junior e que durante a convenção o PSDB decidiu pela neutralidade em relação à disputa ao governo.
“Nós decidimos pela neutralidade, foi uma condição nossa dentro da federação, que ficaríamos na neutralidade. Isso significa que quem quiser apoiar o governador pode apoiar e quem não quiser não apoia. Não há nenhuma obrigação. Eu não vou apoiar o Ratinho, mas faço uma oposição construtiva e não raivosa. A intenção é apontar caminhos para melhorar o estado”, afirmou.
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