Pesquisadores da UTFPR e da UEPG protestam contra cortes de verbas da Educação


Estudantes e professores da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) realizam um protesto nesta quinta-feira (8), contra os cortes de verbas do governo federal às universidades públicas. A manifestação terá início às 17h30, na Praça Barão de Guaraúna, a tradicional ‘Praça da Igreja dos Polacos’. O ato é nacional e diversas universidades vão aderir ao protesto.
As universidades federais sofreram um confisco de R$ 328,5 milhões, totalizando em 2022 um montante de R$ 763 milhões bloqueados. Segundo a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), a limitação estabelecida pelo Decreto praticamente esgota as possibilidades de pagamentos a partir de agora e é insustentável.
Em entrevista à Rádio Clube de Ponta Grossa, a vice-presidente da Associação de Pós-Graduandos da UTFPR, Thais Cristina dos Santos, destacou a importância da pesquisa na comunidade. (Ouça a entrevista no final do texto)
“Temos em Ponta Grossa e no Brasil mais de duzentas mil pessoas que trabalham com pesquisa no país e internacionalmente também. Esse corte inviabiliza pesquisas em andamento e novas. Somente em Ponta Grossa nós temos pesquisadores analisando doenças e buscando tratamento para doenças, pesquisas sobre biodiversidade, na área de tecnologia também. São mais de setecentos milhões sendo retirados das universidade, que não tem condições de manter essas pesquisas sem estas verbas. Isso é um verdadeiro ataque do governo Bolsonaro contra o desenvolvimento de ciência e tecnologia no Brasil. Ele corta verbas das universidades, mas direciona para o orçamento secreto”.
Nos últimos meses, diversas foram as tentativas do Governo Federal de Bolsonaro, que colocaram em cheque as universidades públicas, em decorrência do financiamento do orçamento secreto.
Atualmente, há bloqueio financeiro que não permite que a CAPES, Universidades e outros órgãos cumpram com suas obrigações financeiras, como pagamento de água, luz, terceirizados e as bolsas de assistência estudantil e de estudos, no Brasil e exterior, como mestrado, doutorado e residências.
“Pela importância que nossas pesquisas para a sociedade brasileira e para nossa manutenção, nós, pós-graduandos e pós-graduandas da UTFPR Ponta Grossa e da UEPG, nos unimos neste ato nacional com cientistas brasileiras/as e a sociedade civil para reivindicar o pagamento imediato das bolsas de estudos aos estudantes brasileiros. São milhares de jovens pesquisadores que tem sua sobrevivência ameaçada concretamente pela quebra de contrato ao não serem pagos por seu trabalho produzindo ciência no país. Estamos falando de milhares de jovens, o qual possuem como única renda as bolsas de estudos”, diz a nota do movimento da UTFPR.
Entrevista com a vice-presidente da Associação de Pós-Graduandos da UTFPR, Thais Cristina dos Santos: