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Deputados criticam censura de juíza à imprensa sobre corrupção de Plauto e Traiano: ambos confessaram crimes em delação ao MP

Deputados criticam censura de juíza à imprensa sobre corrupção de Plauto e Traiano: ambos confessaram crimes em delação ao MP
  • Publisheddezembro 6, 2023
Juíza proíbe imprensa de divulgar matérias sobre confissão de Traiano e Plauto ao Ministério Público no esquema de corrupção da TV Assembleia. A censura à imprensa foi um pedido do próprio Traiano, presidente da Alep. (Foto: Alep)

Deputados criticaram durante sessão desta terça-feira (5) na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) a censura imposta pela juíza Giani Maria Moreschi, do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), sobre as reportagens que retratam o esquema de corrupção da TV Assembleia, envolvendo o ex-deputado de Ponta Grossa, Plauto Miró Guimarães Filho (União Brasil) e o presidente da Alep, Ademar Traiano (PSD).

Traiano é presidente da Alep desde 2015. Ele foi reeleito para o último mandato no início desse ano. Plauto teve oito mandatos, mas não foi reeleito em 2022. Plauto pretende participar das eleições de 2024. A censura foi um pedido do próprio Traiano.

Os deputados fizeram um acordo com o Ministério Público e confessaram que receberam propina do grupo Malucelli para a licitação da TV Icaraí, responsável pela produção de conteúdo da TV Assembleia, canal do legislativo estadual do Paraná. Os anexos estão sob sigilo

Outro conteúdo proibido pela juíza na imprensa trata da delação do empresário Vicente Malucelli.

Uma matéria sobre a delação de Traiano, Plauto Miró e Vicente Malucelli foi veiculada na Globo News, no dia 02 de dezembro de 2023, mas a juíza atendeu um pedido de Traiano e mandou retirar a matéria do ar. E também proibiu a veiculação de qualquer matéria sobre o assunto em todos os veículos de comunicação.

Conforme a matéria da Globo News, “Plauto e Traiano teriam pedido R$ 300 mil em propina ao empresário Vicente Malucelli para que a TV Acaraí (do grupo Malucelli) continuasse com o contrato de produção da TV Assembleia”.

Em delação premiada ao Ministério Público do Paraná, em dezembro de 2022, “”Traiano e Plauto confessaram os crimes, aceitaram pagar o valor desviado (R$ 300 mil) para que o processo seja extinto. ( O conteúdo da delação foi censurado pela juíza a pedido de Traiano, dessa forma, o Blog e todos os veículos de imprensa não podem divulgar, com previsão de multa de R$ 50 mil por dia para quem publicar)

Segundo o Ministério Público do Paraná, “o esquema de propina foi fechado em 2015 por Traiano, Plauto (ainda era deputado) e  empresário Vicente Malucelli”.

Vicente Malucelli fez delação premiada ao Ministério Público em 2015. Ele afirmou “que aceitou pagar propina para Traiano e Plauto porque ficou com medo de que eles não renovassem o contrato da TV Acaraí com a TV Assembleia”.

Nesta semana com a censura determinada pela juíza Giani Maria Moreschi não é possível publicar o conteúdo da delação por nenhum veículo de imprensa.

A censura está repercutindo entre os deputados na Alep, principalmente pelo silêncio do presidente Ademar Traiano, que segue fugindo do assunto e da imprensa.

O líder da oposição na Assembleia, deputado Requião Filho (PT), disse que “não há justificativa para a proibição”.

O deputado Renato Freitas (PT) também criticou a falta de transparência.”A verdade não pode ser uma ilegalidade e nem algo que envergonhe a Assembleia Legislativa do Paraná. Exatamente o oposto. A verdade orgulha não só os membros da Assembleia Legislativa do Paraná – ou deveria -, como principalmente o povo que os elegeu.”

O deputado Fábio Oliveira (Podemos) afirmou que a decisão fere a liberdade de imprensa. “A ação em curso não está dando transparência aos paranaenses, a transparência que o Paraná espera e que os paranaenses merecem. E eu prezo profundamente pela reputação da Assembleia Legislativa, eu prezo profundamente pela reputação dessa Casa de Leis. Que a verdade senhores, seja revela, e encarecidamente, que a Justiça prevaleça.”

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