Juiz determina retorno de Celso Cieslak ao cargo de vereador de PG: ele é réu por corrupção e organização criminosa


Em decisão proferida na última quarta-feira (30), a Justiça mantém Celso Cieslak (PRTB) réu por corrupção e organização criminosa. Mas a decisão também determina o retorno do vereador ao cargo na Câmara de Ponta Grossa. A nova decisão é do juiz Thiago Bertuol de Oliveira.
A Operação Pactum deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) no dia 06 de junho de 2023 revela um esquema vergonhoso que afeta a área mais caótica de Ponta Grossa, a saúde pública.
O juiz Thiago Bertuol de Oliveira afirmou que não há como se justificar a manutenção do afastamento de Cieslak do cargo sob pena de ofender o princípio da razoabilidade.
“Ainda que possa ter utilizado do cargo para cometer ilícitos (conforme investigações), a manutenção da ordem de afastamento da função pública implicaria, na prática, em cassação judicial de seu mandato. Isso porque já está nessa condição há mais de 6 meses e este é o último ano do corrente mandato”, escreveu o juiz.

Celson Cieslak assumiu o cargo em junho de 2021, no lugar do vereador Valtão (PRTB), que renunciou ao cargo porque era investigado em outro escândalo de corrupção investigado pelo Gaeco, a corrupção no EstaR Digital de Ponta Grossa.
Em junho de 2023, Cieslak foi afastado pela Justiça quando foi alvo de uma operação do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
A cargo foi assumido por Sargento Guiarone (PRTB), o qual trabalhou para que Celso Cieslak tivesse o mandato cassado, mas os demais vereadores não colaboraram com Guiarone. Em agosto de 2023, ele protocolou um pedido de cassação contra Cieslak. Em dezembro, a Câmara rejeitou a cassação de Cieslak, mas ele continuou afastado devido à decisão judicial anterior.
A Operação Pactum
A Operação Pactum deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) no dia 06 de junho de 2023 revela um esquema vergonhoso que afeta a área mais caótica de Ponta Grossa, a saúde pública.
As investigações, do núcleo do Gaeco em Ponta Grossa, apuram a existência de organização criminosa composta por agentes políticos, servidores públicos e empresários, voltada à prática dos crimes de fraude a licitações, tráfico de influência, corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
As investigações tiveram início em novembro de 2022, a partir de declarações do vereador Geraldo Stocco (PV), então relator de uma Comissão Parlamentar de Inquérito que investigava o sistema de saúde no município, noticiando que o vereador Celso Cieslak (PRTB) teria oferecido vantagem indevida para modificar pontos do relatório final da CPI, lançando ainda a suspeita da existência de um esquema de propina envolvendo licitações para a compra de livros por diversas prefeituras e câmaras municipais, inclusive nos estados de Santa Catarina e São Paulo.
No curso das investigações, confirmaram-se indícios de um esquema de propina e direcionamento de licitações nas áreas de shows e eventos, de contratação de empresas para projeto de recuperação tributária e de compra de livros.
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