Apoiadores de Bolsonaro fazem ato com pedido de impeachment de Lula


Apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) realizaram uma manifestação neste domingo, 25, na Avenida Paulista, em São Paulo, em defesa do ex-presidente, que é investigado pela Polícia Federal (PF) por uma suposta tentativa de golpe de Estado. Além disso, os bolsonaristas também pediram o impeachment do presidente Lula (PT)
Os manifestantes foram ao ato vestidos de verde e amarelo e com bandeiras do Brasil e de Israel. Diferente de outras manifestações bolsonaristas, faixas e cartazes com ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) não foram identificados dessa vez.
Os manifestantes proferiram gritos pedindo o impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Nesta semana, parlamentares bolsonaristas protocolaram um pedido de impeachment contra o atual presidente, após ele ter comparado os ataques israelenses na Faixa de Gaza ao Holocausto. Por volta de 14h30, a manifestação já contava com a presença de dezenas de deputados bolsonaristas.
A manifestação na Paulista é bancada pelo pastor evangélico Silas Malafaia, que estimou na sexta-feira (23) desembolsar entre R$ 90 mil e R$ 100 mil para arcar com toda a estrutura do evento, como fornecimento de água, instalação de grades e transmissão pela internet – há seguranças privados, mas a Polícia Militar também atua no local. Malafaia alugou dois trios elétricos que estão dispostos em “L”: um maior, onde está Bolsonaro e os aliados mais importantes, de onde são feitos os discursos e um segundo veículo, sem estrutura de som, para abrigar os demais convidados, fotógrafos e cinegrafistas.
Estiverem presentes os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), com quem Bolsonaro se hospedou na capital paulista, Ronaldo Caiado (União-GO), e Jorginho Mello (PL-SC), além de senadores, deputados federais e estaduais de diversos Estados brasileiros. O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (PL-SP) também esteve no local.
Segundo a organização do ato, caravanas vieram de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso e Distrito Federal.
O ex-presidente Bolsonaro desestimulou a realização de manifestações em todo Brasil e pediu que seus apoiadores se concentrassem na Avenida Paulista em uma tentativa de demonstrar o máximo de apoio popular possível.
O ato foi convocado pelo próprio Bolsonaro quatro dias após ele ter sido alvo da operação Tempus Veritatis (a hora da verdade, em português) no dia 8 de fevereiro. A PF investiga suposta tentativa de golpe de Estado no Brasil antes e após a eleição de 2022. O ex-presidente teve o passaporte confiscado e quatro ex-assessores dele foram presos preventivamente.
As investigações contra Bolsonaro
Além da suposta tentativa de golpe, Bolsonaro é alvo de outras investigações que estão no STF. Entre elas, a venda de joias recebidas como presentes pela Presidência da República fraude nos cartões de vacina do ex-presidente e sua filha e o inquérito que apura os autores intelectuais do 8 de Janeiro, quando manifestantes golpistas invadiram o Palácio do Planalto, o Congresso. Na ocasião, ocorreram atos de vandalismo.
Eleições 2024 e 2026
A manifestação também sinalizou que Jair Bolsonaro pretende usar seu capital político nas eleições de 2024, quando serão eleitos vereadores e prefeitos, e também nas disputas gerais de 2026.
“Em 2024, teremos eleições municipais. Vamos caprichar nos votos, em especial para vereadores. E também para prefeitos. E nos preparemos para 2026. O futuro a Deus pertence. Sabemos o que deve ser feito no futuro para que o Brasil tenha um presidente que tenha Deus no coração, ame a sua bandeira, cante o hino nacional e que ame de verdade o seu povo”, disse Bolsonaro.
Em outra referência ao futuro, o ex-presidente, inelegível, reclamou de retirada de políticos das disputas por decisões judiciais. “Não podemos concordar que um Poder tire do palco político quem quer que seja, a não ser por um motivo extremamente justo”, afirmou.
O ato na Paulista também evidenciou pré-candidatos das eleições municipais no interior de São Paulo e de outros estados. As caravanas pró-Bolsonaro, por exemplo, serviram como propaganda de políticos do interior do Brasil.
Fotos divulgada pela organizados dos atos dos bolsonaristas
