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Paraná terá Dia D de combate à Dengue neste sábado(2): Estado registra 12.637 novos casos de dengue e sete óbitos

Paraná terá Dia D de combate à Dengue neste sábado(2): Estado registra 12.637 novos casos de dengue e sete óbitos
  • Publishedmarço 1, 2024
Reuniao do Comite de enfrentamento a Dengue no Palácio Iguaçu nesta semana. Foto: Geraldo Bubniak/AEN

Com o objetivo de fortalecer o combate à dengue e reduzir os casos da doença e o número de óbitos, a Secretaria de Estado da Saúde vai promover nesta sábado (2) em todo Paraná o Dia De de Combate à Dengue. A ação de mobilização segue a orientação federal, anunciada pelo Ministério da Saúde.

Nesta semana, o Comitê Gestor Intersetorial para o Controle da Dengue fez uma reunião com o objetivo de implementar ações de mobilização para a intensificação do combate à doença. O Comitê é composto por 13 secretarias, autarquias e órgãos do Governo do Estado.

“Precisamos desse alinhamento de ações com os vários órgãos de Estado. Estamos atuando em várias frentes com o apoio e trabalho integrado de várias áreas. Estamos trabalhando não somente na situação epidemiológica como também monitorando a assistência médica em todo o Estado”, afirmou o diretor-geral da Sesa, Cesar Neves.

De acordo com o boletim semanal da dengue, divulgado pela Sesa nesta terça-feira (27), mais sete mortes pela doença?foram registradas no?Paraná, totalizando 23 neste período epidemiológico, que iniciou em 30 de julho e deve seguir até agosto deste ano.

O boletim semanal da dengue publicado nesta terça-feira (27) pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) registra 12.637 novos casos da doença e mais sete mortes, totalizando agora 23 óbitos neste período epidemiológico, iniciado em julho de 2023. O documento totaliza 58.567 diagnósticos confirmados no Paraná. É o maior número de casos em um boletim do atual período epidemiológico.

Os óbitos ocorreram entre os dias 12 de janeiro e 14 de fevereiro, em seis municípios do Estado pertencentes a 1ª, 8ª, 10ª e 14ª Regionais de Saúde (Paranaguá, Francisco Beltrão, Cascavel e Paranavaí). Duas mortes foram em Antonina (1ª RS), um homem de 57 anos e uma mulher de 49 anos, ambos sem comorbidades; uma em Dois Vizinhos (8ª RS), um homem de 72 anos, com comorbidades; e uma em Paranavaí (14ª RS), um homem de 92 anos, também com comorbidade.

Na 10ª Regional de Cascavel foram registrados três óbitos, todos de mulheres, sem comorbidades, com idades entre 29 e 82 anos, que residiam nos municípios de Capitão Leônidas Marques, Quedas do Iguaçu e Cascavel.

Os dados acumulados desde 30 de julho totalizam 155.500 notificações de dengue, sendo 25.393 na última semana. Há ainda, 37.436 casos em investigação e os descartados somam 53.519. Em comparação ao boletim anterior, houve um aumento de 19,52% nas notificações e 27,51% de novos casos confirmados, o que reforça a importância do engajamento da população na luta contra o mosquito.

As 22 Regionais de Saúde possuem casos confirmados, sendo as maiores incidências na 16ª RS de Apucarana (13.019), 10ª RS de Cascavel (6.555), 17ª RS de Londrina (5.138), 15ª RS de Maringá (4.998) e 14ª RS de Paranavaí (4.736). Dos 399 municípios do Estado, 352 possuem casos confirmados. Apucarana, com 8.991 casos, Londrina, com 4.057 casos, e Maringá, com 2.780, têm o maior número de confirmações, seguidos por Paranavaí (2.346), Ivaiporã (2.173) e Cascavel (2.023).

ZIKA e CHIKUNGUNYA – O mosquito Aedes aegypti também é responsável pela transmissão, além da dengue, da zika e chikungunya. Durante este período epidemiológico não houve confirmação de casos de zika, com 71 notificações e nenhum óbito confirmado.

O novo boletim confirmou ainda cinco novos casos de chikungunya e também sem mortes em decorrência da doença. Desde o início do período sazonal foram registradas 618 notificações e 68 casos

Em Ponta Grossa, casos de dengue dobram em em uma semana

Ponta Grosa participa de Dia D de Combate à Dengue neste sábado (2): “Está prevista a participação de aproximadamente 200 pessoas nesta força-tarefa”, diz Prefeitura de Ponta Grossa. Executivo.(Foto: PMPG)

Conforme o boletim semanal divulgado pela Cesa na última terça-feira (27), Ponta Grossa soma 59 confirmações ao longo do período epidemiológico, que teve início em agosto de 2023. A 3ª Regional de Saúde de Ponta Grossa possui 115 casos confirmados.

Segundo a Prefeitura de Ponta Grossa, o bairro com o maior número de casos de dengue é a Chapada. Com o aumento de positivados, na última semana, os casos dobraram na cidade, o governo municipal informou que tem ampliado as ações de fiscalização. Em três dias, mais de 8 mil imóveis foram vistoriados.

DEFESA CIVIL – O coordenador estadual da Defesa Civil, tenente-coronel Fernando Schunig, explicou que foi realizada umaa força-tarefa nas últimas semanas com São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, com 371 municípios envolvidos em ações conjuntas, como mutirões de limpeza, eliminação de criadouros, utilização do fumacê, conscientização em escolas, aplicação de larvicidas, orientação à população, dentre outras ações.

No Paraná, 38 municípios participaram desta iniciativa entre os estados. Também foi feito treinamento de agentes, com mais de 800 participantes.

“Queremos unir forças para um trabalho integrado. Temos 16 municípios em situação de emergência no Estado, por isso a importância desse trabalho”, ressaltou o tenente-coronel.

MOBILIZAÇÃO NACIONAL – O secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, participou em Brasília nesta quarta-feira, da assembleia do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) para também debater as estratégias de enfrentamento à dengue. “O cenário da dengue é muito preocupante no País. Por isso, é importante essa junção de esforços das três esferas de gestão da Saúde. Nosso enfrentamento é todo dia. E essa mobilização nacional vai ser fundamental”, disse.

A reunião contou ainda com a participação dos representantes do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e da ministra da Saúde, Nísia Trindade. Segundo o governo federal, 17 unidades da federação estão com incidência de dengue 1 em níveis acima do esperado histórico. Dessas, 15 estão com tendência crescente e espera-se que essa tendência persista pelo menos até o final de março, em boa parte do País. 

Números da Dengue no Brasil

O Brasil tem apresentado, em 2024, um aumento expressivo de casos de dengue, importante problema de saúde pública no país há cerca de 40 anos. Desde o ano passado, o Ministério da Saúde está em constante monitoramento, acompanhando o cenário epidemiológico e direcionando ações estratégicas de prevenção e cuidado.

O controle da dengue e do mosquito Aedes aegypti estão entre os maiores desafios da saúde pública no Brasil e no mundo, exigindo ações de todas as esferas da gestão e participação ativa da população. Nesta terça-feira (27), o Ministério da Saúde atualizou o cenário e as ações de controle. Entre as novidades, está a realização do Dia D no próximo sábado, 2 de março, uma mobilização nacional para reforçar as ações de prevenção e eliminação dos focos do mosquito, com o tema ‘10 minutos contra a dengue’. 

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, reforçou a mobilização em todo o país. “Faço aqui um chamamento à sociedade, aos profissionais de imprensa, para que estejam conosco no Dia D – Brasil unido contra a dengue, no próximo sábado (2). Este é um momento de atenção não só das autoridades sanitárias, do Ministério da Saúde, mas também de toda a sociedade”, alertou.

“Ainda que essa pauta esteja concentrada na saúde, há uma importante discussão interministerial para enfrentamento dessa doença a médio e longo prazo, para isso temos reforçado ações estruturantes, com o papel fundamental do Presidente Lula nessa articulação”, complementou. 

O aumento no número de casos neste período do ano não era esperado, considerando as tendências históricas, que indicam o pico das epidemias entre março e abril. Os motivos para esta situação diferente do esperado têm raízes múltiplas, mas as alterações climáticas, em especial na época de chuvas, e a mudança nos sorotipos circulantes da dengue, são alguns dos principais fatores. A imunidade para dengue é sorotipo-específica, então a circulação de diferentes sorotipos aumenta o risco de disseminação da doença porque alcança parte da população sem defesas (imunidade).

Atualmente, 17 unidades da federação estão com incidência de dengue 1 em níveis acima do esperado histórico. Dessas, 15 estão com tendência crescente e espera-se que essa tendência persista pelo menos até o final de março, em boa parte do país. Além disso, é importante ressaltar que outros vírus podem estar circulando, como o oropouche, na região Norte. Daí a importância dos esforços feitos para fortalecer a vigilância sentinela e virológica. Desde o início de 2024 até agora foram notificados cerca de 973 mil casos suspeitos de dengue no país, principalmente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, com 195 óbitos confirmados e 672 em investigação. 

Entre as ações estratégicas coordenadas pelo Ministério da Saúde está a ampliação para R$ 1,5 bilhão os recursos para emergências, como o enfrentamento da dengue. Em 2023, a pasta já havia reservado R$ 256 milhões para esse fim. Além disso, houve otimização para acelerar a liberação de recursos para estados e municípios que decretarem emergência, seja por dengue, outras arboviroses ou situações que acometam a saúde pública. Nesta terça-feira, o primeiro repasse foi autorizado, totalizando R$23,4 milhões para municípios de Minas Gerais, Goiás, Rio de Janeiro, São Paulo, além do Distrito Federal. 

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