Dom Sérgio relembra caminhada do padre Wilton, sempre em defesa dos pobres e excluídos


A última missa de corpo presente de Padre Wilton na Catedral Sant´Ana foi presidida pelo bispo da Diocese de Ponta Grossa, Dom Sérgio Braschi, no início da noite de segunda-feira (4). Padre Wilton Moraes Lopes faleceu na última segunda-feira (4), aos 67 anos. Padre Wilton estava internado no Hospital da Unimed em Ponta Grossa (PR), por causa de um agravamento de uma infecção urinária e de micros AVCs.
O Evangelho proclamado por Dom Sérgio foi João 11,1-46, que narra a ressurreição de Lázaro.
“Diante do mistério da morte, quando nós encontramos diante do corpo de uma pessoa querida, que está ali objeto de nossa homenagem, nós, que somos de Cristo, devemos renovar a fé na ressurreição. Nós sabemos que a vida humana é essa, ela passa por um declínio e chega a morte, mas esse não é o ponto final, pois nós sabemos que a ressurreição é que o nos espera, fazermos parte da família de Deus pelo mistério pascal”, afirmou Dom Sérgio, no início de sua homília.
Ao mencionar o Evangelho, o Bispo mencionou que, assim como Lázaro testemunhou a ressureição dos mortos, da mesma forma a páscoa de “Padre Wilton testemunha para nós que a ressurreição da vida é para nunca mais morrer”.
Missão que continua
Durante todo o dia muita gente chegou peregrinando até a Catedral e continua ao longo desta terça-feira (5), a chácara de Uvaia. “São pessoas de todas as classes sociais, desde os mais pobres da periferia, até os de classe social mais elevada”, salienta Dom Sérgio.
O bispo da Diocese em que nasceu a fundação das Irmãs da Copiosa Redenção, lembrou que a fundação começou na casa do então bispo, Dom Geraldo Pelanda, destacando a unidade de Padre Wilton com a pessoa do bispo. “Ele vai interceder por nós como fundador, mas também como membro da nossa diocese”, acredita o bispo.
“Queremos agradecer a Deus tudo o que ele deixou como fundação, certamente continuará a interceder no céu para que a Copiosa Redenção continue a servir a Igreja com abundantes vocações. Queremos fazer a nossa ação de graças como Igreja Diocesana, pela vida e presença de Pe. Wilton Moraes Lopes”, finalizou o bispo.
Dom Sergio destacou marca deixada por padre Wilton

Nas palavras de Dom Sergio, padre Wilton certamente continuará a interceder no céu para que a Copiosa – a congregação feminina e masculina – continue com inúmeras vocações e com serviço aprimorado.
“Não somente aqui, mas em tantos lugares do Brasil, em outras dioceses e também na Itália. Obrigada, Senhor! Nós estamos aqui num momento que é de dor, de saudade, de lágrima, mas também de confiança. Queremos fazer nossa ação de graças como Igreja Diocesana pela presença, pela ação e por esse legado que deixa”, ressaltou.
Dom Sergio lembrou que, diante do mistério da morte, quando nos encontramos diante do corpo de uma pessoa querida devemos renovar a nossa fé na ressurreição.
“Sabemos que a condição humana passa por um declínio normal e, um dia, encontraremos o túnel escuro da morte. Uns antes, outros depois, porém, sabemos que esse não é o ponto final da existência e da história humana porque o nosso Deus é o Deus da vida e não da morte. E Ele deseja que nós possamos viver para sempre na Sua família como filhos e filhas queridos e irmãos e irmãs, como diz a Campanha da Fraternidade. Uma só grande família. Família que Jesus veio constituir através do seu mistério pascal e isso ele anunciou na pregação do Reino definitivo do Pai”.
Ao citar a passagem do Evangelho proclamada, o bispo afirmou que o que Jesus realizou em Lázaro foi uma ressuscitação e não uma ressurreição.
“Sabemos, e, padre Wilton testemunha isso para nós, neste dia de sua partida, a ressurreição da carne é para nunca mais morrer. É algo que Jesus, filho unigênito, experimentou em seu mistério pascal, depois de dar a vida pela Humanidade sob a cruz, sendo sepultado e, ao terceiro dia, saiu triunfante do sepulcro. É bom renovarmos a nossa fé neste tempo especial de Quaresma. E isso foi o que padre Wilton viveu”, disse o bispo.
Dom Sérgio destacou o exemplo de vida do padre Wilton. “Ouvimos em sua biografia essa pessoa que desde a mais tenra idade já sentia o chamado para servir a Deus na Igreja, como sacerdote. Como um outro Cristo, como alguém que haveria de erguer a mão tantas vezes para abençoar e para perdoar na santa confissão. Se nós estamos aqui agora é porque recebemos dele, tantas vezes, palavras de conforto, de encorajamento, em momentos os mais variados. E pessoas das mais variadas classes sociais, desde os mais pobres, das periferias, até gente da mais alta classe social. Todos sabiam encontrar no padre Wilton, nos momentos de dor, de perplexidade, de sofrimento, encontravam nesse sacerdote o conforto, a consolação”, destacou o bispo.
Dom Sérgio falou sobre a fundação da Copiosa Redenção. “Tivemos esse privilégio de ter contado com a sua presença, sua ação evangelizadora e também a fundação da Congregação da Copiosa Redenção. 1987 começava, com um pequeno grupo de pessoas consagradas, ainda instituto secular, em um primeiro momento, na casa do bispo, na casa de Dom Geraldo Pellanda, a primeira obra feminina e, dez anos depois, o ramo masculino. Uma característica do padre Wilton: essa proximidade, esse espírito de profunda comunhão com a pessoa do bispo, com a Igreja diocesana, e, por isso, ali brota com a benção e apoio de dom Geraldo. E o serviço ao dependente químico. Desejo que tinha surgido em seu coração como uma necessidade premente: consagrados que pudessem servir aos dependentes químicos e dentro do carisma a adoração perpétua ao Santíssimo Sacramento, que é fonte de vocações”, relembrou Dom Sergio.

(Com informações da Copiosa Redenção e da Assessoria de Comunicação da Diocese de Ponta Grossa, jornalista Cláudia Carneiro)
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