Rangel vota a favor do projeto que privatiza gestão das escolas públicas do PR: mas foge do plenário e faz voto virtual


O deputado e pré-candidato ao cargo de prefeito de Ponta Grossa, Marcelo Rangel (PSD), votou a favor do projeto do Governo do Paraná que pretende privatizar a gestão de 200 escolas do Paraná, proposta chamada pelo governo de “Parceiro da Escola”. Foram 39 votos a favor e 13 contrários. A votação, em primeira discussão, ocorreu nesta segunda-feira (3).
Rangel não assumiu a vaga como deputado, pois asumiu a Secretaria da Inovação, Modernização e Transformação Digital. Mas voltou recentemente à Alep porque vai concorrer a Prefeitura de Ponta Grossa.
Rangel fez como os demais 39 deputados que votaram a favor do projeto, arregou, fugiu do plenário, pois as galerias estavam lotadas de professores e demais manifestantes, que protestavam contra a proposta. Rangel votou de forma online. Não teve coragem de encarar os professores! Apenas os 13 deputados que votaram contra o projeto continuaram no plenário e participaram da sessão de foram presencial.
A sessão foi feita online, porque o presidente da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), Ademar Traiano (PSD), suspendeu a sessão presencial depois ter sido chamado de “ladrão” pelos manifestantes que ocuparam as galerias da Alep. Traiano disse que a Casa foi invadida. Vale lembrar que Traiano confessou ao Ministério Público confessou ao Ministério Público que recebeu propina no esquema de corrupção da TV Assembleia. Será que agora corrupção não é mais roubo?
A proposta tramita em regime de urgência – mais acelerado que o normal – e foi à votação uma semana após ser apresentada pelo governo estadual.
Veja o voto de Marcelo Rangel (voto virtual)
Como cada deputado votou:
CONTRA
- Ana Júlia (PT)
- Arilson (PT)
- Cristina Silvestri (PSDB)
- Dr. Antenor (PT)
- Evandro Araújo (PSD)
- Goura (PDT)
- Luciana Rafagnin (PT)
- Mabel Canto (PSDB)
- Ney Leprevost (União)
- Professor Lemos (PT)
- Renato Freitas (PT)
- Requião Filho (PT)
- Tercílio Turini (PSD)
A FAVOR
- Adao Fernandes Litro (PSD)
- Alexandre Amaro (REPUBLICANOS)
- Alexandre Curi (PSD)
- Alisson Wandscheer (PROS)
- Anibelli Neto (MDB)
- Artagão Júnior (PSD)
- Bazana (PSD)
- Batatinha (MDB)
- Cantora Mara Lima (REPUBLICANOS)
- Cloara Pinheiro (PSD)
- Cobra Repórter (PSD)
- Delegado Jacovós (PL)
- Delegado Tito Barichello (UNIÃO BRASIL)
- Denian Couto (PODEMOS)
- Do Carmo (UNIÃO BRASIL
- Douglas Fabricio (CIDADANIA)
- Fabio Oliveira (PODEMOS)
- Flavia Francischini (UNIÃO BRASIL)
- Gilson De Souza (PL)
- Gugu Bueno (PSD)
- Hussein Bakri (PSD)
- Luis Corti (PSB)
- Luiz Fernando Guerra (UNIÃO BRASIL)
- Marcel Micheletto (PL)
- Marcelo Rangel (PSD)
- Marcio Pacheco (REPUBLICANOS)
- Maria Victoria (PP)
- Marli Paulino (SOLIDARIEDADE)
- Matheus Vermelho (PP)
- Moacyr Fadel (PSD)
- Paulo Gomes Da TV (PP)
- Ricardo Arruda (PL)
- Romanelli (PSD)
- Samuel Dantas (PROS)
- Secretária Márcia (PSD)
- Soldado Adriano José (PP)
- Thiago Bührer (UNIÃO BRASIL)
- Tiago Amaral (PSD)
- Nelson Justus (União Brasil)
Sessões extraordinárias
Após a aprovação da matéria em 1ª discussão em plenário, o presidente da Assembleia, deputado Ademar Traiano (PSD), iniciou uma sessão extraordinária para a apresentação de emendas ao projeto.
O projeto recebeu 13 emendas e seguiu para análise em sessão, também extraordinária, da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
O deputado Hussein Bakri (PSD), líder do governo na Assembleia e relator da proposta na CCJ, apresentou parecer contrário a 9 delas, decisão aprovada pela CCJ. As outras emendas foram juntadas em uma só, na forma de uma subemenda substitutiva geral.
Os deputados Arilson Chiorato (PT), Requião Filho (PT) e Mabel Canto (PSDB) pediram vista, ou seja, mais tempo para analisar o parecer de Bakri.
Com isso, o deputado Delegado Jacovós (PL), que presidia o encontro da CCJ, marcou uma nova sessão para esta terça-feira, às 13h30. Os parlamentares que integram o grupo vão decidir durante a manhã se a reunião será ou não de forma remota.
O que diz o governo
O líder do governo e presidente da Comissão de Educação da ALEP, deputado Hussein Bakri (PSD), que o programa será chamado de Parceiro da Escola e terá como objetivo passar a gestão das escolas estaduais para a iniciativa privada, a partir de 2025.
Bakri informou que serão 200 escolas estaduais que estão com nota baixa no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) e em áreas de vulnerabilidade social.
“Trata-se de mais um projeto moderno e inovador, que já está sendo testado em duas escolas desde o ano passado com altos índices de frequência e desempenho dos estudantes bem como ampla aprovação da comunidade escolar. É importante ressaltar dois aspectos: a gestão pedagógica continuará inteiramente sob responsabilidade da Secretaria de Educação e a adesão ao novo modelo só ocorrerá mediante aprovação de alunos, pais e professores”, afirmou o deputado.
O que diz a oposição
O líder da oposição na Alep, Requião Filho (PT), disse que no projeto do governo do Paraná assume a falta de competência em fazer a gestão dos colégios do estado.
“O governo assume que não tem competência pra fazer e a gestão e por isso vai contratar uma empresa, que terá lucro em cima da educação. Além disso, a conta não fecha. O projeto não fala o valor, não diz quanto a empresa vai lucrar por aluno. Esse projeto já foi copiado de outros países, como EUA e Suécia e não deu certo. O ministro da educação da Suécia pediu desculpas porque lá deu errado e agora querem implantar no Paraná esse mesmo modelo que já falhou em outros lugares”, afirmou.
LEIA TAMBÉM