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Pesquisa da CNT aponta que condições das rodovias pioraram no Paraná

Pesquisa da CNT aponta que condições das rodovias pioraram no Paraná
  • Publishednovembro 22, 2024
Condições das estradas do Paraná estão piores do que em 2023, aponta pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes (CNT).

Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT) avaliou a condição de 6.429 quilômetros de estradas estaduais e federais do Paraná e chegou à conclusão de que elas estão piores. O levantamento de campo realizado por 24 equipes foi feito ao longo de 30 dias, entre junho e julho deste ano.

A pesquisa faz o levantamento da malha rodoviária de todo o Brasil. Nela, são avaliadas as condições dos diversos elementos que a constituem. São consideradas 22 variáveis, como condições do pavimento, das placas, do acostamento, de curvas e de pontes.

Segundo o levantamento, a quantidade de estradas consideradas “ruins” aumentou entre 2023 e 2024. No ano passado, 14% dos trechos estavam em más condições. Neste ano, o número subiu para 20%.

O levantamento mostrou também que, em 2024, apenas 6% das estradas avaliadas foram consideradas “ótimas”. O número caiu em comparação com o ano anterior, quando 12% das rodovias receberam esta classificação.

Em compensação, as estradas consideradas “boas” aumentaram. Em 2023, 28% delas se encaixavam na avaliação. Agora, são 31%.

De acordo com a pesquisa, as piores condições de estradas estão no interior do Paraná, com destaque para a PR-495, no trecho entre Marechal Cândido Rondon e Medianeira, e a PR-317, no trecho entre Toledo e Santa Helena.

Na BR-280, entre Marmeleiro e Barracão, e na BR-158, entre Palmital e Laranjeiras do Sul, a situação também é considerada crítica.

Além dos riscos aos motoristas, estradas em condições ruins afetam diretamente a economia do estado, conforme a Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná (Fetranspar).

O que diz o Governo do Paraná

DER-PR

O Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR), que faz parte da Secretaria de Infraestrutura do Paraná,  afirmou por meio de nota, que tem investimentos de aproximadamente R$ 1,7 bilhão, divididos em dezenas de contratos de conservação, manutenção, operação de tráfego, segurança viária, balanças e manutenção de pontes e viadutos, voltados para os 10 mil quilômetros de malha rodoviária estadual que administra. O secretário de Infraestrutura é Sandro Alex.

O DER-PR disse ainda que, conforme uma avaliação própria, 68% da malha rodoviária estadual estava em condições Boa e Ótima, 28% em condição Regular, e 4% em condições Ruim e Péssimo.

Sobre o trecho da PR-317 entre Toledo e Santa Helena, indicado como um dos mais críticos pela pesquisa, o DER afirmou que fez serviços de conservação entre 2023 e 2024, sendo eles remendos superficiais do pavimento, revestimento asfáltico, microrrevestimento asfáltico e nova sinalização horizontal, o que “deixaram o pavimento em ótimas condições”, conforme o órgão.

Disse ainda que o trecho da mesma rodovia entre São Clemente e Santa Helena recebeu serviços semelhantes em 2021.

“Atualmente está em boas condições, recebendo manutenção emergencial (operação tapa-buraco) quando surgem danos na pista, até serem providenciados os remendos necessários”, diz a nota.

Sobre a sinalização, o DER pontua que ambos trechos receberam recentemente sinalização horizontal definitiva.

Em relação à PR-495, entre Marechal Cândido Rondon e Medianeira, o órgão afirma que a rodovia passou por serviços de conservação ao longo de toda a extensão entre 2020 e 2021.

Conforme o DER, foram remendos superficiais do pavimento, microrrevestimento asfáltico, nova sinalização horizontal e implantação de tachas refletivas bidirecionais, melhorando a trafegabilidade em geral e deixando o pavimento em boas condições.

Atualmente, segundo o órgão, o trecho recebe manutenção quando surgem danos na pista, com operação tapa-buraco emergencial até ser realizado o remendo no local.

Em relação à sinalização da via, o DER afirma que faz reforço da sinalização horizontal e recomposição da sinalização vertical, garantindo que todo o trecho conte com a sinalização necessária.

“Melhorias na geometria dos trechos não estão previstas no momento, sendo necessárias obras para alterar o traçado da pista. Porém, todos os pontos mais críticos contam com sinalização específica para melhorar a segurança viária, conforme projetos básicos elaborados por meio do Proseg Paraná”, afirma a nota do DER.

DNIT

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), que administra aproximadamente 3,3 mil quilômetros de rodovias no Paraná, afirmou que “monitora mensalmente a condição da malha rodoviária sob sua jurisdição e trabalha para garantir o melhor nível de serviço dentro da disponibilidade orçamentária”.

Conforme o órgão, o monitoramento é feito a partir de uma metodologia própria de avaliação das condições da manutenção do pavimento e da conservação das rodovias federais em todo o país, que considera a situação da pista, sinalização, funcionamento dos dispositivos de drenagem, entre outros itens.

Os critérios seguidos pela autarquia consideram quatro classificações, sendo elas bom, regular, ruim e péssimo.

“Conforme o último levantamento realizado pelos técnicos da autarquia (outubro/24), em 2,2 mil quilômetros das rodovias (69%) o ICM apontou que as condições são boas e cerca de 672 quilômetros (20%) estão regulares. No caso dos trechos da BR-158/PR administrados pelo DNIT, 47% estão na classificação ‘bom’ do ICM e 18% na classificação ‘regular’. Já em relação aos segmentos da BR-280/PR sob os cuidados do Departamento, 86% da rodovia no Paraná estão classificados como ‘bom'”, afirma o DNIT.

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) apontou que a maior parte das rodovias concedidas à iniciativa privada foi classificada como “ótimo”, “bom” ou “regular”.

Disse também que as rodovias BR-158 e PR-317 possuem trechos contemplados no projeto de concessão do Lote 5, que está atualmente em análise pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

DADOS NACIONAIS

A Pesquisa CNT de Rodovias 2024 – o mais abrangente estudo sobre a infraestrutura rodoviária no Brasil – revela que as rodovias são classificadas, no seu Estado Geral, como ótimo (7,5%); bom (25,5%); regular (40,4%); ruim (20,8%) e péssimo (5,8%). Os índices indicam uma pequena melhora na qualidade geral, demonstrando que o aumento de investimentos começa a apresentar resultados, quebrando, assim, a inflexão da curva.

Divulgado pela CNT (Confederação Nacional do Transporte) e pelo SEST SENAT nessa terça-feira (19/11), o levantamento avaliou 111.853 quilômetros de vias pavimentadas, o que corresponde a 67.835 quilômetros da malha federal (BRs) e a 44.018 quilômetros dos principais trechos estaduais.

A classificação do Estado Geral compreende três principais características da malha rodoviária: o Pavimento, a Sinalização e a Geometria da Via. Levam-se em conta variáveis como condições do pavimento, das placas, do acostamento, de curvas e de pontes. Em 2024, a avaliação dessas variáveis foi:

Investimento contínuo necessário

A CNT reconhece os esforços que vêm sendo realizados para transformar o cenário rodoviário nacional e afirma que ainda é necessário ampliar os recursos e o orçamento destinados às rodovias brasileiras. A melhoria da infraestrutura de transporte é um processo de longo prazo que requer constância e comprometimento. 

Investimentos contínuos são fundamentais para garantir o avanço gradual e sustentável das rodovias. A CNT reafirma a importância de manter e intensificar esses esforços, uma vez que só assim será possível garantir uma mobilidade mais segura e eficiente, promovendo o desenvolvimento socioeconômico do país e atendendo às necessidades de uma sociedade que aspira por uma infraestrutura de qualidade.

A partir dos dados levantados na Pesquisa, a Confederação estima que o investimento necessário para a reconstrução, restauração e manutenção do pavimento corresponde a R$ 99,7 bilhões. “Continuaremos a acompanhar de perto as transformações no setor, fortalecendo a agenda de investimentos e colaborando com os setores público e privado, para que o Brasil conquiste uma rede rodoviária à altura de seu potencial e de sua população”, afirma o presidente do Sistema Transporte, Vander Costa.

Apoio para empresas

As informações da Pesquisa têm utilidade prática para os transportadores, na medida em que os auxiliam no planejamento das rotas e na estimativa dos impactos da condição das rodovias nos seus custos operacionais.

Rodovias públicas e privadas

A Pesquisa permite uma análise detalhada do Estado Geral das rodovias conforme o tipo de gestão (pública ou privada). As rodovias públicas, que correspondem a 74,8% da extensão avaliada, foram classificadas como ótimo (2,7%); bom (20,0%); regular (43,7%); ruim (25,9%) ou péssimo (7,7%) em sua extensão. Por outro lado, 63,1% das rodovias concedidas à iniciativa privada foram classificadas como ótimo (21,4%); bom (41,7%); regular (30,8%); ruim (5,7%) ou péssimo (0,4%).

Pontos críticos

Outro destaque da Pesquisa é o levantamento de pontos críticos, que abrange situações incomuns ao longo da via que podem representar sérios riscos à segurança dos usuários. Houve, em relação à edição anterior da Pesquisa, uma diminuição de 7,6% desses pontos, passando de 2.648 ocorrências, em 2023, para 2.446 em 2024.

Os dados mostram redução do número de erosões na pista, de buracos grandes e de quedas de barreiras. Ao comparar os resultados de 2023 e de 2024, segundo a jurisdição e a gestão, verificou-se que a redução mais expressiva se deu nas rodovias federais sob gestão pública (-17,4%).

Metodologia da Pesquisa

A Pesquisa CNT de Rodovias representa o levantamento mais abrangente e atualizado da malha rodoviária do Brasil, em que são avaliadas as condições dos diversos elementos que a constituem – em um total de 22 variáveis, nas categorias de pavimento, sinalização e geometria da via.

A relevância da Pesquisa decorre da abrangência da coleta de campo, da sua representatividade e da sua consistência metodológica que, ao longo dos anos, permite a comparação dos dados em uma série histórica e a análise de como os investimentos e as intervenções impactam a qualidade da infraestrutura.

As informações foram obtidas a partir de levantamento de campo realizado por 24 equipes ao longo de 30 dias (de 24/6/2024 a 23/7/2024). A coleta foi realizada de forma 100% digital, com o uso de novas tecnologias e de inteligência artificial, resultando em uma maior precisão e confiabilidade das informações.

VEJA O ESTUDO COMPLETO DA CNT SOBRE AS RODOVIAS DO BRASIL

MAIS INFORMAÇÕES

https://cnt.org.br/agencia-cnt/pesquisa-cnt-de-rodovias-2024-aponta-a-necessidade-de-reforco-continuo-da-infraestrutura-rodoviaria-brasileira

(Fontes: Confederação Nacional do Transporte (CNT), SEST, SENAT)

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