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Policia avalia se vereador Neto Fadel agiu em legítima defesa ou se houve excesso em tiroteio que matou empresário

Policia avalia se vereador Neto Fadel agiu em legítima defesa ou se houve excesso em tiroteio que matou empresário
  • Publishednovembro 28, 2024
Vereador Neto Fadel (PSD) e empresário Guilherme de Quadros Beche. (Foto: TSE/Cedida pela família)

A Polícia Civil está avaliando se o vereador Miguel Zahdi Neto (PSD), mais conhecido como Neto Fadel, agiu em legítima defesa, se houve excesso de legítima defesa ou se ele cometeu homicídio doloso (com intenção de matar) em relação ao falecimento do empresário Guilherme de Quadros Becher, que foi baleado por Fadel.

A informação foi repassada pelo delegado Luiz Gustavo Timossi, responsável pelo caso. Ele divulgou o novo posicionamento após ouvir os familiares de Becher, na quarta-feira (27). Segundo o delegado, a versão da família do empresário tem algumas “divergências sensíveis” com a versão do vereador e dos familiares e amigos dele.

Fadel é presidente da Câmara Municipal de Castro, nos Campos Gerais do Paraná, e matou Becher a tiros na noite de 20 de novembro. Fadel concorreu à Prefeitura de Castro nas eleições de 2024.

A defesa da família de Becher afirma que o empresário atirou contra a grama, e que após acertá-lo, o vereador continuou atirando mesmo com o empresário caído no chão.

Já a defesa do vereador Neto Fadel afirma que Becher atirou contra ele e seus familiares, e que agiu em legítima defesa.

O CASO

De acordo com a Polícia Civil (PC-PR), o caso aconteceu após um desentendimento entre Fadel e Becher por conta de barulho de crianças, na noite de quarta-feira (20). Após a discussão, Becher atirou diversas vezes em direção à chácara do vereador, que atirou de volta na direção do imóvel vizinho e atingiu o empresário, segundo a corporação.

A polícia afirmou que Fadel tem porte de arma de fogoe que Becher tinha registro de CAC – sigla para “Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador” – autorização para que uma pessoa física possa colecionar armas de fogo, praticar tiro desportivo, e praticar caça.

O delegado Luís Gustavo Timossi afirmou que, após a morte de Becher, Fadel e familiares foram ouvidos, e o vereador foi liberado sem ser autuado por, em princípio, ter agido em legítima defesa.

A defesa dele ressalta que o homem agiu em legítima defesa, que prestou socorro à vítima e permaneceu no local à disposição das autoridades.

Importante mencionar que a arma utilizada para defesa estava devidamente registrada e com porte. Após o depoimento, diante da evidente ação em legítima defesa, Miguel foi liberado. Miguel colaborou com toda a investigação e segue à disposição para todos os esclarecimentos que se tornem necessários. Por fim, Miguel lamenta a morte de Guilherme. No entanto, infelizmente, precisou agir em legítima defesa para salvar sua vida, de seus familiares, amigos e crianças”, afirma o advogado Ewerton Machado Rosa.

A defesa da família da vítima disse que os familiares estão abalados e que “a verdade será revelada”.

“A família lamenta profundamente que a autoridade policial não tenha mantido a prisão em flagrante ao menos até colher declarações e depoimentos sobre o outro lado da história, aguardando o laudo de necropsia – que ainda não saiu – deixando que a autoridade judicial, ouvido o Ministério Público, decidisse sobre a soltura”, afirma o advogado Jairo Baluta.

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