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Justiça condena oito integrantes do PCC envolvidos em plano para sequestrar Sergio Moro

Justiça condena oito integrantes do PCC envolvidos em plano para sequestrar Sergio Moro
  • Publishedjaneiro 23, 2025
Investigações apontaram que plano foi retaliação a Moro por mudanças no regime de visitas em presídios, estabelecidas enquanto ele ainda era ministro da Justiça no governo de Jair Bolsonaro. (Foto: Saulo Cruz/Agência Senado)

Oito pessoas foram condenadas pela Justiça Federal no Paraná por conta de um plano para sequestrar o atual senador Sergio Moro (União Brasil), ex-ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro e ex-juiz da Operação Lava Jato. Os réus respondem por organização criminosa e tentativa de extorsão mediante sequestro e fariam parte de um plano do Primeiro Comando da Capital (PCC), facção que pretendia realizar um ataque contra servidores públicos e autoridades, em março de 2023. A sentença é assinada pela juíza federal substituta Sandra Regina Soares, da 9ª Vara Federal de Curitiba.

De acordo com as investigações, o plano contra Moro seria uma forma de retaliação por mudanças implementados por ele enquanto ministro da Justiça no regime de visitas em presídios. Além disso, o PCC também teria a ideia de usar o sequestro do senador para negociar a liberação de Marcola, um dos chefes da facção criminosa e que acumula mais de 300 anos de prisão por crimes como roubo, tráfico de drogas e organização criminosa.

Foram condenados: Claudinei Gomes Carias (14 anos e nove meses de reclusão),  Franklin da Silva Correa (11 anos, quatro meses e quinze dias), Herick da Silva Soares (11 anos, quatro meses e quinze dias), Aline Arndt Ferri (8 anos, seis meses e dezessete dias), Cintia Aparecida Pinheiro Melesqui (8 anos, seis meses e dezessete dias), Aline de Lima Paixão (8 anos, seis meses e dezessete dias), Hemily Adriane Mathias Abrantes (5 anos, cinco meses e sete dias e Oscarlina Lima Graciote (5 anos, cinco meses e sete dias de reclusão).

A sentença também apresenta a extinção de punibilidade aos crimes atribuídos a Janeferson Aparecido Mariano Gomes, apontado como o líder da quadrilha, e Reginaldo Oliveira de Souza porque ambos foram mortos enquanto estavam presos. Outros três denunciados foram absolvidos.

As condenações são resultantes da investigação feita no âmbito da Operação Sequaz, da Polícia Federal, deflagrada em março de 2023, que resultou na prisão de integrantes da organização e apontou a execução de um plano para sequestrar Moro e outras autoridades.

O plano envolvia diversas etapas, como aluguel de imóveis e veículos, monitoramento do alvo, aquisição de armamento, uso de códigos próprios (Moro, por exemplo, era identificado como “Tokio”), divisão de tarefas e contabilidade detalhada. Segundo a denúncia, o motivo do sequestro seria decisões de Moro quando ele ainda era ministro do governo Bolsonaro, como a transferência de integrantes do PCC para presídios federais de segurança máxima e a proibição a visitas íntimas aos presos.

Ainda conforme as investigações, criminosos também trabalhavam com a ideia de sequestrar o senador como forma de negociar a liberação de Marcola – condenado a mais de 300 anos de prisão por crimes como roubo, tráfico de drogas e organização criminosa e apontado como um dos chefes do PCC.

Na época, ao menos dez criminosos se revezavam no monitoramento da família do senador em Curitiba, segundo a polícia.

Em maio de 2025, 13 pessoas se tornaram rés por planejar o ataque contra Moro. No entanto, ao longo do processo, dois morreram na prisão. Outros três acusados foram absolvidos.

Absolvidos

Valter Lima Nascimento, Sidney Rodrigo Aparecido Piovesan e Patric Uelinton Salomão, que haviam sido denunciados pelo crime de organização criminosa armada foram absolvidos.

Hemilly Adriane Mathias Abrantes foi absolvida do crime de tentativa de extorsão mediante sequestro, sendo condenada apenas por organização criminosa.

Moro agradeceu autoridades em manifestação nas redes sociais

Por meio das redes sociais, o senador agradeceu às autoridades envolvidas no reconhecimento, prisão e condenação dos criminosos.

“Agradeço ao MPE/SP, à PF, à polícia de SP e do PR, ao MPF e à JF pelo trabalho realizado. Falta descobrir o mandante do crime e a investigação da PF precisa continuar com este objetivo. Solicitarei providências nesse sentido ao Ministro da Justiça. Não nos curvaremos a criminosos. Continuarei, no Senado, defendendo lei, ordem e penas severas contra o crime organizado”, disse. O senador afirmou que “o PCC deve ser tratado como uma organização terrorista”.

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