Prefeita de PG diz que “aumento na tarifa de ônibus é necessário para manter o serviço e a qualidade”
A prefeita de Ponta Grossa, Elizabeth Schmidt (União Brasil), se manifestou nesta quarta-feira (02) sobre um assunto que não é agradável para nenhum prefeito, mas é muito pior para a população. A prefeita sobre o aumento no valor da tarifa do transporte coletivo, que passará para R$ 5, a partir de 1º de agosto.
Atualmente o preço para o usuário é de R$ 4. Mas para a população geral o preço é ainda mais caro, pois para chegar ao valor da tarifa técnica, a Prefeitura repassa recursos em forma de subsídio à Viação Campos Gerais. A tarifa técnica oscila entre R$ 6 e R$ 7,73 e a diferença é paga com recursos dos cofres públicos. Caso contrário, o usuário pagaria ainda mais para utilizar o transporte. Porém, com o subsídio, a população toda paga pelo serviço, mesmo que não utilize.
A prefeita disse que o aumento foi necessário para manter o serviço funcionando e falou em qualidade, embora a opinião de quem usa o transporte público, é de que não há qualidade.
“Eu sei que ninguém gosta de falar sobre o aumento da tarifa, nem eu, e entendo o impacto que isso tem no dia de muitas famílias, mas eu também tenho a responsabilidade de cuidar da cidade como um todo. São mais de dois anos sem reajuste na passagem e durante todo este tempo a prefeitura manteve o sistema funcionando com subsídios importantes e isso vai continuar. Agora para garantir o funcionamento do transporte e a qualidade, tivemos que atualizar o valor da tarifa para cinco reais”, disse a prefeita.
Elizabeth destacou o valor menor nos domingos. “A boa noticia é a tarifa domingueira, com valor dois reais para que as famílias possam circular e aproveitar a cidade”, afirmou.
Segundo a prefeita, em setembro serão entregues novos ônibus e com “modernidade”. “E a partir de setembro serão vinte e cinco novos ônibus, todos com ar condicionado e mais segurança. É um passo muito difícil, mas necessário”, declarou.
Veja a declaração da prefeita de Ponta Grossa
População reclama de superlotação e retirada de linhas
Para a VCG o transporte como “negócio” vai muito bem, mas o mesmo não ocorre para os usuários que reclamam de diversas situações, como superlotação, falta de segurança e retirada de linhas.
O Portal Mareli Martins conversou com alguns usuários de ônibus e eles relataram muitos problemas. A moradora do Núcleo Cristo Rei, Tatiana Silva de Lima, disse que a atual gestão retirou linhas do núcleo e isso tem obrigado muitos trabalhadores a esperar mais de uma hora para voltar pra casa.
“A prefeitura retirou alguns horários do nosso ônibus, eu saio do trabalho e espero mais de uma hora pra poder entrar no ônibus e ir embora e isso é porque tiram um horário que tinha antes. Acho isso um desrespeito com o povo e principalmente com os trabalhadores”, disse.
João Ribeiro, mora no Santa Paula, ele conta que a Prefeitura retirou a linha Santa Paula/Terminal da Nova Rússia e isso tem causado transtorno. “Agora eu tenho que sair uma hora mais cedo para o trabalho, pois tenho que ir até o terminal Central e pegar um ônibus que chega à Nova Rússia, sendo que antes tinha um ônibus que saía do Santa Paula e fazia o trajeto direto para o Terminal da Nova Rússia. Aí eu pergunto para a prefeitura por qual motivo dificultam a vida das pessoas?, questionou.
Todos os entrevistados reclamaram da lotação. “Todo mundo sabe quais são os horários de pico e isso faz tempo e sempre foi lotado e está pior, seja pra ir trabalhar ou para voltar pra cada. Se a VCG sabe os horários que são mais lotados, não deveriam colocar mais veículos nesses horários? De manhã, na hora do almoço e a tarde, nós sofremos muito com a lotação, fora falta de segurança, homens que ficam se esfregando nas mulheres (um tipo de assédio”, relatou Marisa Teixeira, moradora de Uvaranas.
Sobre a tarifa que vai aumentar de R$ 4 para a R$ 5, foi grande o descontamento. “Eu podia pagar cinco reais se a qualidade fosse correspondente ao valor, mas o serviço é péssimo e caro”, disse Pedro Luiz Correia, morador do Núcleo Santa Mônica.
Para Darci dos Santos, o valor atual já era caro. “Quatro é muito e cinco é demais! Tinham é que diminuir o valor ou, pelo menos, melhorar o serviço, que é horrível. E seria interessante que a cidade saísse da mão da VCG e a prefeitura colocasse mais empresas no transporte. Talvez com a concorrência, poderemos ter um transporte melhor e mais barato”.
O contrato com a VCG deveria ter encerrado em junho de 2023, mais a Prefeitura de Ponta Grossa não fez a licitação e prorrogou com a VCG. Foram três prorrogações com a VCG desde que o contrato venceu (2023, 2024, 2025) e pelo jeito, virão outras prorrogações!
Prefeitura repassou mais de R$ 76 milhões para VCG entre 2024 e 2025
O Portal Mareli Martins apurou que a Prefeitura de Ponta Grossa repassou para a VCG, em forma de subsídio, R$ 76.873,260,93 (setenta e seis milhões, oitocentos e setenta e três mil e noventa e três), entre os anos de 2024 (abril) até 2025 (junho).
Veja os repasses da Prefeitura para a VCG por ano:
2023: R$ 28.2o4.756,60
2024: R$ 30.495,171,58 (superou os R$ 28 milhões inicialmente aprovados pela Câmara dos Vereadores).
2025: R$ 18.173.332,75
TOTAL (2023, 2024,2025)= 76.873,260,93
