“Richa foi preso por tentar atrapalhar as investigações”, diz coordenador do Gaeco


O coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Leonir Batisti, disse que a principal justificativa para a prisão do ex-governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), foi obstrução de justiça. Segundo Batisti, Richa “tentou atrapalhar as investigações”. O juiz Fernando Bardelli Silva Fischer, da 9ª Vara Criminal de Curitiba, foi quem decretou a prisão.
Beto Richa teve a prisão preventiva decretada nesta terça-feira (19), no âmbito da Operação Quadro Negro, que investiga o desvio de mais de R$ 20 milhões da educação. Estes recursos deveriam ser usados na construção e reforma de escolas, mas foram utilizados em campanhas eleitorais de Beto Richa e seus aliados.
Richa foi transferido nesta terça-feira (19) para o Complexo Médico-Penal, em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Mas a defesa do ex-governador pediu que ele seja transferido para uma sala de Estado Maior, em razão do cargo que ocupou.
O coordenador do Gaeco, Leonir Batisti afirmou que a prisão foi determinada tecnicamente pela garantia de ordem pública, conveniência da instrução criminal e garantia da lei penal. “A justificativa apresentada ao juiz que acolheu o pedido foi principalmente o fato de que houve nesse período uma combinação e uma obstrução de Justiça, notadamente dirigida a pessoa do Maurício Fanini […] Em um primeiro momento com um convencimento de Maurício Fanini e em um segundo momento com a entrega de dinheiro a ele, e continuando aquela tentativa de convencimento para que ele sempre se mantivesse firme e mantivesse as relações de amizade e portanto não expusesse os fatos que haviam acontecido e pelos quais o próprio Maurício Fanini fora então até preso”, esclareceu Batisti.
Defesa pede transferência de Beto Richa para sala de Estado Maior
A defesa do ex-governador Beto Richa (PSDB), preso no âmbito da Operação Quadro Negro nesta terça-feira (19), pediu que ele seja transferido do Complexo Médico-Penal, em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, para uma sala de Estado Maior, em razão do cargo que ocupou.
O advogado de defesa do ex-governador argumentou que há jurisprudência firmada pelo Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) no sentido de que a prisão ocorresse em uma sala de Estado Maior e que a possibilidade está prevista em lei.
Nas outras duas vezes em que foi preso, ele ficou no Regimento da Polícia Montada, no bairro Tarumã, em Curitiba.
Ao fazer o pedido, a defesa também citou o caso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está preso em uma sala especial na Superintendência da Polícia Federal (PF) em razão do cargo que ocupou.
O juiz que comandou a audiência de custódia se declarou incompetente para avaliar essa situação, que, segundo ele, é de responsabilidade do juiz Fernando Bardelli Silva Fischer, da 9ª Vara Criminal de Curitiba, que decretou a prisão.