Procurador de PG fala sobre ocupação no Parque das Andorinhas e diz que 17 mil famílias estão na fila da Prolar


Em entrevista à Rádio Clube e ao Blog da Mareli Martins, nesta segunda-feira (6), o procurador geral de Ponta Grossa, Gustavo Schemim da Matta, falou sobre a ocupação na das famílias na região do Parque das Andorinhas. O local está abandonado há mais de anos pela Prefeitura de Ponta Grossa. (Ouça a entrevista completa no final do texto)
O procurador admitiu que existe uma demora para que o local possa contar com programas de habitação, mas atribuiu a situação às questões de regularização das matrículas.
“Esse local passou por um processo muito longo de regularização das matrículas e recentemente foram feitos, por decreto, a última regularização a pedido do registro de imóveis. Essa área iria participar agora do programa de lote urbanizados, sendo noventa e cinco lotes para residenciais e mais trinta e cinco lotes comerciais para famílias que tem cadastro na Prolar”, destacou o procurador.
Questionado sobre a fila de espera por casas da Prolar, o procurador reconheceu que a fila é grande, citando 17 mil famílias que esperam por casas oriundas de programas habitacionais.
“Realmente o número é grande, são dezessete mil cadastros. O que ocorre é que os programas são direcionados a certa renda e grau de vulnerabilidade, tem todo o processo de licitação, viabilização da área, regularização de ocupações, além das construções. Mas de fato as demandas são muitas e por isso são muitas famílias na fila de espera”, afirmou.
Extinção da Prolar
O procurador geral de Ponta Grossa, Gustavo Schemim da Matta, explicou o projeto que prevê a extinção da Companhia de Habitação de Ponta Grossa (Prolar).
“Antes a Prolar fazia a construção das casas, mas ela não faz mais isso, há muitos anos e tem administração de economia mista, trabalha com outros programas. A Prolar deixou de construir casas e atua como intermediária dos programas federais de construção de casas. Por ser empresa de economia mista, que tem rentabilidade própria, ela é está deficitária economicamente. e Hoje todos os programas são feitos com parcerias, com o setor privado e o governo federal, então nós optamos por trazer a Prolar para dentro da recém criada Secretaria da Família. Mas não haverá um prejuízo às famílias, vamos continuar com os programas com as parcerias público privadas”, explicou.
Prefeitura pede reintegração de posse do Parque das Andorinhas
Gustavo da Matta explicou que a Prefeitura de Ponta Grossa pediu judicialmente a reintegração de posse do local.
“Nós não chamamos ninguém de criminoso, como disse o líder do movimento, nós apenas acreditamos que a invasão é um ato criminoso contra a sociedade. Entramos com pedido de reintegração de posse e estamos aguardando a decisão judicial. Se a liminar for negada, vamos recorrer ao Tribunal de Justiça”, disse.
Justiça indefere pedido de reintegração de posse
A Justiça indeferiu o pedido da liminar em ação de reintegração de posse feito pela Prefeitura de Ponta Grossa, na noite do último sábado (4), em relação à área invadida no Parque das Andorinhas.. O movimento, ligado à Frente Nacional de Luta Campo e Cidade, iniciou com mais de 40 famílias e nesta segunda-feira (6) mais de 200 famílias que estão acampadas com barracas em toda a extensão do terreno.
VEJA DECISÃO
Corrupção na Prolar
Está em andamento junto ao Gaeco e o Ministério Público uma investigação sobre o desvio de verbas públicas da Companhia, que originalmente foram depositadas pelos mutuários do Programa Minha Casa Minha Vida para pagamento de taxas de cartório, mas que, a partir de 2017, deveriam ter sido devolvidas aos beneficiários, uma vez que tiveram sua cobrança suspensa pelo governo.
São réus no processo o ex-presidente da Prolar, Dino Athos Schrutt e Deloir José Scremin Júnior, que assumiu a presidência da Prolar de Ponta Grossa depois que Dino foi nomeado na Cohapar. Ambos atuaram no governo do ex-prefeito Marcelo Rangel (PSDB).
O procurador do município disse que a sindicância da prefeitura comprovou o desvio de recursos da Prolar.
“A sindicância da prefeitura comprovou que foram desviados recursos da Prolar, chegamos em valor que está no processo judicial. Administrativamente a sindicância mostrou que tinha um buraco, um furo no caixa da Prolar, mas não podemos comentar mais nada, pois está na esfera judicial”, declarou.
Sobre a participação de integrantes da Prolar no processo de corrupção do EstaR Digital, o procurador disse que não foi feita sindicância devido porque a Operação Saturno, do Gaeco, fez toda a apuração, mas garantiu que em breve a cidade terá uma nova licitação para o serviço do EstaR Digital.
Gustavo da Matta falou também sobre o transporte coletivo e o projeto que pode causar a extinção da TV Educativa.
OUÇA A ENTREVISTA COMPLETA
Coordenador da Frente Nacional de Luta Campo e Cidade lamenta descaso da Prefeitura de PG com a área de habitação

O coordenador da Frente Nacional de Luta Campo e Cidade, Leandro Dias, disse que desde sábado (3) o movimento de pessoas que participam da ocupação está aumentando.
“Começou no sábado com quarenta famílias no sábado e hoje são mais de duzentas famílias. São trabalhadores que vendem balas no sinaleiro, são aqueles que trabalham com recicláveis e outros que estão aqui em busca da moradia”, destacou.
Leandro lamentou o descaso da Prefeitura de Ponta Grossa com a área de habitação. “Aqui não tem criminoso, apenas queremos o direito à moradia digna e lamentamos o descaso da prefeitura de Ponta Grossa. Essa área está abandonada há mais de dez anos e queremos que o local tenha uma função social, por isso estamos aqui”, disse Leandro Dias.
OUÇA O QUE DISSE LEANDRO DIAS – UM DOS COORDENADORES DA OCUPAÇÃO NO PARQUE DAS ANDORINHAS