Uma nova pesquisa Quaest revelou que 51% da população desaprova o Congresso Nacional, enquanto 41% aprovam e 7% não souberam opinar ou não responderam. A rejeição é mais acentuada entre homens, jovens, pessoas com ensino superior completo e cidadãos com renda acima de cinco salários mínimos.
O levantamento também mostra um dado sobre o desconhecimento da população a respeito do funcionamento do Legislativo: 72% dos entrevistados afirmaram não saber que deputados e senadores têm acesso a R$ 50 bilhões em emendas parlamentares — valores destinados anualmente a redutos eleitorais, como municípios e regiões de origem dos parlamentares.
O desconhecimento sobre as emendas parlamentares é elevado em todas as faixas etárias, dos mais jovens, com 16 anos, até os idosos com mais de 60. No entanto, o nível de desinformação é ainda maior entre os mais jovens: menos de 20% deles têm conhecimento sobre a existência dessas emendas.
A pesquisa também revela uma percepção negativa em relação ao uso desse recurso. Para 82% dos entrevistados, o dinheiro das emendas não chega efetivamente às cidades. A maioria deles afirmou acreditar que esses recursos são frequentemente desviados ou envolvidos em casos de corrupção.
Apesar disso, ao serem questionados se os parlamentares deveriam ter direito às emendas, 38% ainda defendem esse direito, enquanto 46% afirmam que os parlamentares não deveriam ter acesso a essas emendas.
O levantamento revela não apenas a alta taxa de desaprovação do Congresso Nacional, mas também uma percepção negativa em relação às emendas parlamentares, vistas por grande parte da população como ineficazes — já que, segundo os entrevistados, os recursos raramente chegam às cidades.
Além disso, a maioria dos brasileiros ainda desconhece a existência dos R$ 50 bilhões previstos no orçamento para esse fim. O levantamento indica que menos de um terço da população sabe que parlamentares têm o poder de direcionar esses valores para seus redutos eleitorais.
As emendas parlamentares são recursos do orçamento público cuja destinação é definida pelos próprios deputados e senadores. Elas podem ser usadas em áreas como saúde, educação e infraestrutura, e são distribuídas conforme critérios como bancadas, partidos e comissões. O objetivo é atender demandas locais dos estados e municípios que elegeram esses representantes.
O principal problema apontado é o crescente número de investigações sobre o desvio de recursos das emendas parlamentares, o que ajuda a explicar por que grande parte da população afirma não ver esses valores chegando efetivamente às cidades.
