Secretário de Assistência Social mostra total despreparo durante entrevista na T


O secretário de Assistência Social de Ponta Grossa, Rodrigo Labiak, participou de uma entrevista na rádio T nesta terça-feira (19). Rodrigo Labiak é pastor e genro do pastor Nelson Braido, da Igreja Cristã Presbiteriano (ICP) e assumiu a gestão no mês de abril deste ano, após a saída de Julio Küller (PMB), hoje vereador e pré-candidato a prefeito. Labiak estava perdido na entrevista e não sabia responder a praticamente nada, mostrando total despreparo. O secretário assumiu os atrasos de repasse para entidades sociais do municípios e em relação aos fornecedores de alimentos do Restaurante Popular. (ouça a entrevista no final da matéria)
O secretário concedeu uma entrevista, como disseram alguns ouvintes, no estilo da atriz Glória Pires, quando foi convidada a comentar o Oscar 2015 e não assistiu a nenhum dos filmes. Com isso, as respostas de Glória foram no estilo “não sei”, “não assisti”, “não posso comentar”. E com o secretário de Assistência Social do prefeito Marcelo Rangel, a coisa não foi diferente. Quando questionado sobre o orçamento, por exemplo, a reposta foi “ai, ai, ai, não sei”, “não tenho esses dados”.
Praticamente todas as perguntas, extremamente básicas, feitas pela equipe da Rádio T, foram respondidas com “boa pergunta, “não sei”, “tenho uma equipe pra isso”, “tenho que ver com os técnicos”. Até mesmo, quando teve a oportunidade de falar sobre algo que não foi questionado pela equipe, a resposta foi um desastre.
Ao final da entrevista o secretário der Assistência Social, Rodrigo Labiak chegou a dizer que “tudo era muito rápido” e que por conta do horário (7h20), ele estava com sono. “Hum… Boa pergunta também, né (risos). É muito rápido todas estas coisas e ainda de manhã, eu estou meio dormindo. Mas eu prometo que da próxima vez eu trago todos estes valores, por que transparência é a coisa mais importante”, concluiu.
Confira a entrevista (ouça a entrevista no final do texto)
Rádio T: Em relação ao atraso dos repasses de verbas para as entidades sociais, a prefeitura já regularizou essas dívidas com as entidades?
Secretário: Então, acertamos uma das parcelas que estava em atraso. Fizemos alguns projetos, desde o ano passado, para colocar em dia. A gente está desenvolvendo. Acreditamos que até o mês de agosto vamos sanar estas dívidas.
Rádio T: Em quanto está a dívida hoje?
Secretário: Por mês são cerca de R$ 1,3 milhões que a prefeitura repassa para estas instituições. Então são duas parcelas que estão em atraso, a princípio. Mas está está funcionando. Está indo bem. É um projeto que as empresas direcionam seus impostos para as instituições e está tendo uma mobilização muito boa das instituições e da prefeitura para resolver esse problema.
Rádio T: Secretário qual é o valor do orçamento da Secretaria de Assistência Social?
Secretário: Ai, ai, ai… não tenho esse valor bem certinho. Me desculpe,agora. Eu não tenho esse valor.
Rádio T: Do governo federal quais são as verbas que deixaram de ser repassadas?
Secretário: Então, são vários valores de cada gerência, são várias gerências e elas tem os seu valores e os valores são altos. Eu não tenho os valores agora, por que eu entrei em abril, teria que ter cada gerente, eles sabem bem certo os valores. Mas são valores altos.
Rádio T: Mas secretário se o senhor assumiu em abril, são três meses já, quase quatro meses. O senhor deveria ter estes valores, saber o que está atrasado e o que não está. Não é?
Secretário: Tem muita coisa atrasada, Mas eu não posso falar um valor aproximado, estamos numa rádio. Eu tenho que falar o valor correto e eu não tenho.
Rádio T: Secretário como o senhor vem para uma entrevista de rádio sem os dados? O senhor não sabe nem o valor do orçamento da secretaria. Isso não é negligência?
Secretário: Não. Eu tenho uma boa equipe, na verdade. Eu venho desenvolvendo um trabalho de ação social fora do contexto público há muitos anos. Mas questões técnicas, eu tenho muitos técnicos, sabe como? Eu auxilio eles no desenvolvimento de todas as ações, entendeu?
Rádio T: Secretário, o senhor tem um número aproximado, não precisa ser exato, do número de residências que o SOS arrumou para pessoas de extrema pobreza nestes últimos anos?
Secretário: Não sei. Não sei te dizer bem certo. Por que o SOS ele está usando o mesmo espaço, mas não é totalmente ligado. É uma fundação separada. Não sei te dizer bem certo.
Rádio T: Mas o SOS não está sob o mando da Secretaria de Assistência Social?
Secretário: Ele, pelo que eu entendi de tudo isso, ele é vinculado, usa o mesmo espaço, mas tem outra diretoria
Rádio T: Secretário gostaríamos de voltar a questão do atraso dos repasses para entidades sociais, o senhor disse que deveriam ser repassados cerca de 1,3 milhões por mês e que duas parcelas ainda estão em atraso. Por que não se chega a uma solução? E como estas entidades sobrevivem sem estes repasses?
Secretário: Então, toda a instituição necessita também além do repasse do município desenvolver ações para que tenham seus recursos próprios e estão desenvolvendo. Estamos também para lançar um projeto casa social para ajudar as instituições a se manterem. E o projeto lançando no ano passado, com o repasse dos impostos das empresas também vão auxiliar. Com isso ele consegue pagar o inteiro da instituição com o imposto, entendeu?
Rádio T: E enquanto isso não acontece, como fica?
Isso que nos fizemos neste mês de final julho e agora agosto, que as empresas tenham 100% de juros e multas zerados para que isso aconteça. Sabemos a importância destas instituições.
Rádio T: Qual programa é a “menina dos olhos” da Secretaria de Assistência Social?
Secretário: Boa. Difícil a gente direcionar um. Mas acho que o departamento do idoso, o departamento do deficiente e o restaurante popular são a menina dos olhos mesmo.
Rádio T: O restaurante popular é mantido com verbas da prefeitura? Ou tem verbas federais? Quanto do orçamento vai para o restaurante popular?
Secretário: São todas as verbas municipais, o município subsidia tudo isso. Claro que não se paga nunca um almoço por dois reais e uma sopa por um real, mas é o município que paga tudo isso.
Rádio T: Esse programa do Restaurante Popular é pago em parte pelo Governo Federal. Essa verba tem vindo ou não?
Secretário: Então, pelo que eu ouço e pelo que a gente vem desenvolvendo…
Rádio T: Mas o senhor não tem dados, secretário?
Secretário: Desculpe, por que na verdade eu não trouxe nenhum dado por que eu tenho os técnicos que desenvolvem isso. Me perdoem nesse sentido. Valor correto eu não quero passar aqui, por que posso estar falando algo errado.
Rádio T: Mas os técnicos não passam estes dados ao senhor?
Secretário: Passam. Eu tenho todos os papéis, mas a secretaria é muito grande. O valor é muito alto.
Rádio T: Secretário, qual a pergunta que o senhor gostaria que fosse feita ao senhor e não foi feita?
Secretário: Hum… Boa pergunta também, né (risos). É muito rápido todas estas coisas e ainda de manhã, eu estou meio dormindo. Mas eu prometo que da próxima vez eu trago todos estes valores, por que transparência é a coisa mais importante.
Ouça a entrevista:
2 Comments
Coisas de Rangel, colocar um incompetente em uma secretária somente para tentar amarrar o apoio do pastor Nelson á sua candidatura, uma amarra política simplesmente, mas como vejo falar muito bem do Pastor Nelson, inclusive da sua idoneidade, imagino que o Rangel vai quebrar a cara.
Olá Mareli, diariamente durante meu deslocamento ao trabalho ouço o T News e só a tenho a parabenizá-la pela forma atuante e firme com que trata teus entrevistados, buscando trazer informações concretas aos ouvintes. Muitas vezes observo que procuram se esquivar de determinadas questões, momento em que você volta a carga no intuito de chegar ao âmago do assunto. Parabéns, esse é o tipo de jornalismo que a cidade precisa, faço votos de que tenhamos tua participação por longos anos a frente desse prestigiado programa e aproveito para enviar um fraternal abraço à você e equipe.