Richa diz que APP-Sindicato representa o PT e não os professores


O governador Beto Richa (PSDB) esteve em Cascavel nesta quarta-feira (8), durante o Show Rural. E em entrevista à imprensa, o governador declarou que vai enfrentar a APP-Sindicato, que representa os professores do Paraná. Richa, mais uma vez, disse que as manifestações são de caráter político. Segundo o governador “o sindicato não defende os professores e sim o PT”. A APP-Sindicato convocou uma assembleia para o próximo sábado (11), em Maringá, com objetivo de definir se a categoria entrará em greve novamente.
“Quando os representantes do sindicato estão na minha sala reunidos, eles me elogiam, agradecem os investimentos do estado, mas da porta para fora a política é diferente. Todos sabem a orientação político-partidária que esse sindicato tem, são ligados ao PT, a Dilma e o Lula e não estão tão interessados assim nos direitos dos professores”, declarou o governador Beto Richa.
O governador rebateu as inúmeras críticas da APP-Sindicato, que o chamam de inimigo da educação. “Posso garantir que o governo que mais investiu em educação foi o nosso. Faço um desafio aqui ao dizer que não conheço ninguém que no ano passado, no meio de uma crise, recebeu 10,67% de reajuste. Os professores e todos os servidores do Paraná receberam. E nos meus seis anos de mandato foram 46% de ganho acima da inflação, ou seja, ganho real”.
Richa deixou claro que será firme com a APP-Sindicato. “É preciso prevalecer o interesse público. Chega de demandas permanentes, insaciáveis e corporativas. Vamos enfrentar esse desejo insaciável desse sindicato e vamos defender o interesse dos paranaenses”, afirmou.
Reivindicações da APP-Sindicato:
Dessa vez, a categoria é contrária a alteração na hora-atividade e na distribuição das aulas, anunciadas pelo governo. Com as mudanças, a hora-atividade passa ser de cinco horas e não de sete horas. Para a APP, a hora-atividade cairia dos 33% obrigatórios por lei para 25%.
Além disso, conforme as determinações do governo, os professores temporários não vão poder renovar contratos do Processo Seletivo Simplificado. As medidas foram comunicadas à APP Sindicato no dia 17 de janeiro, em uma reunião convocada pelo governo do estado.
De acordo com o presidente da APP, Hermes Leão, a diminuição da hora-atividade acarreta em menos tempo para atividades extraclasse e aumenta o número de professores temporários desempregados. “A cada 20 aulas, cada uma com duração de 50 minutos, sete correspondem à hora-atividade. Com as alterações, cinco seriam destinadas para atividades fora de sala de aula. O nosso entendimento é que não existe legalidade nessas mudanças, sem falar na falta de diálogo do governo conosco”, disse.
Mudanças propostas pelo governo foram parar na Justiça
As alterações propostas pelo governo foram parar na Justiça. A APP havia conseguido uma liminar do Tribunal de Justiça de Estado do Paraná, que derrubava a decisão do governo sobre a distribuição de aulas, mas o governo de Richa recorreu e derrubou a liminar. E nesta quarta-feira (8), a APP-Sindicato teve outra vitória na Justiça, dessa vez sobre as alterações na hora-atividade.
Veja o texto publicado no site da APP-Sindicato
A APP-Sindicato conseguiu, na 4ª Vara da Fazenda Pública, mais uma liminar favorável, desta vez na ação que moveu contra o Estado do Paraná contra a diminuição da hora-atividade dos(as) professores(as) da rede pública estadual. A alteração promovida pelo governo transformou a distribuição de aulas de 2017 em um verdadeiro caos.
O juiz Guilherme de Paula Rezende, entendeu que o governo estadual está contrariando a jornada prevista na Lei Complementar Estadual nº 103/2004, que trata do plano de carreira dos(as) professores(as) da rede estadual do Paraná, e determina o limite máximo de dois terços da carga horária para atividades de interação com os(as) alunos(as). “A Resolução nº 113/2017-SEED acabou por violar o princípio da estrita legalidade, na medida que contrariou expressamente o previsto na lei complementar estadual”, diz trecho da decisão.
“Essa decisão comprova a ilegalidade da resolução da maldade. E esperamos que o Judiciário mantenha a coerência no julgamento das nossas outras ações e na manutenção desta decisão”, analisa o secretário de Assuntos Jurídicos da APP, professor Mário Sérgio Ferreira de Souza.
Com informações do CGN (cgn.uol.com.br/)