No Debate T, Sandro defende saída de Temer e prisão de Aécio

Mesmo depois de ter apoiado o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG), o deputado Sandro Alex (PSD) reconheceu que as denúncias contra Aécio são graves e que ele deve ser preso. Sandro também declarou que a saída mais sensata para Michel Temer (PMDB) é a renúncia. As declarações do deputado foram feitas durante o Debate T do último sábado (20).

“Eu disse fora Dilma respeitando a Constituição e por que havia um crime de responsabilidade. Agora temos um fato novo de que o Michel Temer também cometeu crime e ele é investigado em três crimes. Acredito que ele deve deixar o poder por meio da renúncia, que é o modo menos traumático. Mas se ele não renunciar existem outros caminhos, como a cassação da chapa Dilma-Temer pelo TSE. Além disso, já existem onze pedidos de impeachment de Temer na Câmara”, afirmou.

Em 2014, Sandro Alex apoiou a candidatura do senador afastado, Aécio Neves (PSDB-MG), ao cargo de presidente. Aécio contabiliza sete inquéritos investigativos e na semana passada foi destaque nos escândalos de corrupção. O Supremo Tribunal Federal (STF), abriu investigação contra o parlamentar com base na delação do dono da JBS, Joesley Batista. Aécio foi gravado pelo empresário pedindo R$ 2 milhões.

Sandro Alex disse que sente vergonha das atitudes de Aécio Neves e pediu a sua prisão. “Em 2014 entre apoiar Dilma e Lula, que fazem parte da organização criminosa do PT, eu escolhi apoiar o Aécio, por que ele apresentava uma alternativa. Mas logo que soube do flagrante que foi noticiado nesta semana, disse que ele deve ser preso. E acredito que essa seja a mesma atitude das pessoas que acreditaram no Aécio. Eu não vejo ninguém fechando rodovia e fazendo protesto pago com dinheiro público em defesa do Aécio. Essa é uma diferença de posicionamento”,

Saída de Temer deve respeitar a Constituição

O deputado Sandro Alex também destacou que o ideal seria que a população pudesse escolher o próximo presidente, ou seja, por eleições diretas, mas explicou que pela Constituição o formato de eleição é de forma indireta.

Isso por que de acordo com o Artigo 81, como faltam menos de dois anos para o fim do mandato de Michel Temer – que se encerraria em dezembro de 2018 –, as eleições seriam indiretas.

Feitas até 30 dias após a saída de Temer, tais eleições seriam feitas pelos 513 deputados e pelos 81 senadores do Congresso Nacional, assim como aconteceu na época da ditadura militar. Durante estes 30 dias, assume o presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM-RJ). (Maia também é investigado na Lava Jato)

Depois de Rodrigo Maia na linha sucessória estão o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PDMB-CE) e a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), a ministra Cármen Lúcia.

“É claro que em um momento como esses a população legitimamente pede essa escolha por que tem um cenário contaminado, mas o problema é que a Constituição da República diz que o caminho é pelas eleições indiretas. O texto é bem claro, embora tentem interpretar de forma diferente. E para mudar isso, teria que mudar a Constituição e isso levaria muito tempo. Isso seria um casuísmo, sabendo que levaria muito tempo para mudar isso”, destacou o deputado Sandro Alex.

Para Sandro Alex, Temer não tem mais condições de continuar no poder. “Na minha opinião o Michel Temer não tem mais condições de governabilidade e precisa renunciar. Temos um presidente como se estivesse na UTI, respirando com aparelhos e tentando ganhar tempo para reverter o quadro, mas eu não acredito nisso. O menos traumático seria a renúncia de Temer”, concluiu.