Close

Ministro do STJ autoriza inquérito para investigar Beto Richa

Ministro do STJ autoriza inquérito para investigar Beto Richa
  • Publishedjunho 15, 2017
e82bd0_b1c229ba039148f7bfbf14cce43f66cd
Beto Richa será investigado por conta das delações premiadas de executivos da construtora Odebrecht. Os deladores disseram que repassaram valores destinados às campanhas eleitorais de Richa. (foto: Gazeta do Povo)

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) acatou o pedido do vice-procurador-geral da República (PGR) José Bonifácio Andrada para abertura de inquérito em relação ao governador do Paraná, Beto Richa (PSDB). Com isso, Beto Richa passa a ser investigado por conta das delações premiadas de executivos da construtora Odebrecht.

O pedido para investigar o governador foi feito pelo vice-procurador-geral da República José Bonifácio Andrada. Fernandes encaminhou os pedidos de diligências à Polícia Federal, que agora, vai apurar o que foi solicitado pela PGR (Procuradoria-Geral da República). O ministro determinou sigilo nos autos da investigação. Og Fernandes foi sorteado relator do inquérito, que não tem conexão com Petrobras. O relator da Lava Jato no STF é o ministro Luis Felipe Salomão.

O ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto Júnior, o ‘BJ’, citou em seu acordo de delação quatro repasses não declarados à Justiça Eleitoral para campanhas eleitorais do governador Beto Richa. Segundo o colaborador, o codinome usado para se referir ao governador do Paraná foi “piloto”, em três dos repasses. Em outros quatro repasses o apelido usado foi “brigão”.

Segundo as delações de Benedicto e de Valter Lana, ex-executivo da Odebrecht na Região Sul, no total Richa recebeu R$ 3.050.000 nas três últimas campanhas.
Benedicto prestou depoimento em dezembro de 2016. Aos procuradores, o delator deu detalhes sobre os valores doados, as negociações com tesoureiros de campanha e também sobre as intenções da empresa com doações para políticos.
Em um dos trechos, ele diz que, em 2014, um executivo da Odebrecht no Paraná foi procurado pelo comitê de reeleição de Richa, pedindo a doação. No vídeo do depoimento, o ex-executivo detalha os pagamentos.

“Esses pagamentos foram encaixados, foram planejados e executados dentro do nosso sistema “Drousys”, estruturado pelo setor de operações estruturais da Odebrecht. A gente adotou um codinome “piloto” para esse pagamento, como uma menção ao doutor Beto Richa. E os pagamentos foram executados nas datas 09/09/14, R$ 500 mil, 18/09/14 R$ 1 milhão e 25/09/14 R$ 1 milhão”.

Ainda de acordo com o delator, foram realizados três pagamentos. “Foram autorizados R$ 4 milhões e foram realizados R$ 2,5 milhões”, explicou. O delator contou, ainda, que há comprovantes desses pagamentos.

Essa não foi a primeira doação da Odebrecht para campanhas de Beto Richa, segundo o delator. Em outro depoimento, o ex-executivo da empresa disse que, em 2008, foram repassados R$ 100 mil para a campanha de Richa à prefeitura de Curitiba.

“Porque era uma pessoa importante no cenário político do Paraná, e tinha chances reais de ganhar e nós fizemos essa doação de R$ 100 mil, em dinheiro de caixa dois, através do setor de operações estruturadas da Odebrecht”, detalhou.

Nesse caso, o apelido usado para se referir a Richa foi “brigão”. Aos procuradores, Benedicto explicou porque a Odebrecht concordou em fazer a doação. “O doutor Beto Richa era um expoente do PSDB, um jovem. Então a gente tinha uma avaliação de que ele poderia crescer no cenário político do Paraná”, contou.

Valter Lana, ex-executivo da Odebrecht na Região Sul, afirmou em seu acordo de colaboração que, em 2010, integrantes do comitê eleitoral de Beto Richa procuraram a Odebrecht para pedir uma nova doação. Dessa vez, o valor acertado foi de R$ 450 mil.
“Esses pagamentos foram efetuados em três parcelas, uma de 200, uma de 100 e uma de 150. É… respectivamente, o de 200 na data de 30 de agosto de 2010; e de 100 dia 13 de setembro, o de 150 no dia 26 de outubro de 2010, portanto posterior da eleição. Eu até.. é, reparei que ele foi depois da eleição”, informou. (Com informações do Paraná Portal, G1, Folha de São de Paulo)

Delatores da Odebrecht explicam como eram feitos os pagamentos a Beto Richa:

Deixe uma resposta