Vereadores de Ponta Grossa mudam de opinião e passam a ser favoráveis à reforma da Previdência, depois de reclamação do presidente da Acipg. (Foto: Kauter Prado/CMPG)

Vereadores de Ponta Grossa deram um exemplo nesta quarta-feira (17) de que o coronelismo ainda está presente na Princesa dos Campos. Dos 23 parlamentares, 16 decidiram mudar de opinião sobre a reforma da Previdência e agora são favoráveis. E isso aconteceu depois de uma ‘prensa’ que levaram do presidente da Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa (Acipg), Douglas Taques Fonseca.

Antes, os parlamentares aprovaram, na última segunda-feira (15), por unanimidade, uma moção de apelo em que pediam que os deputados do Paraná votassem contra a reforma da Previdência, ou seja, se posicionaram contrários ao projeto.

Mas o presidente da Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa (Acipg), Douglas Taques Fonseca, não gostou nada do posicionamento dos vereadores e fez críticas aos vereadores, dizendo ser favorável à reforma da Previdência. E é claro que ele foi prontamente atendido.  O presidente da Acipg teria dado uma ‘prensa’ nos vereadores e, por isso, decidiram mudar de opinião.

Nesta quarta-feira (17), o vereador Ricardo Zampieri (PSL) fez uma moção de apoio à reforma da Previdência. E já obteve a assinatura de 16 vereadores: Paulo Balansin (Pode), Jorge da Farmácia (PDT), Rogério Mioduski (PPS), Rudolf Polaco (PPS), Sebastião Mainardes (DEM), Valtão (PP) e Mingo Menezes (DEM), Daniel Milla (PV), Divo (PSC), Dr. Magno (PDT), Felipe Passos (PSDB), Eduardo Kalinoski (PSDB), Florenal Silva (Pode), Vinícius Camargo (PMB), Pastor Ezequiel (PRB).

O vereador Pietro Arnaud (Rede) foi o autor da Moção de Apelo contrária à reforma da Previdência, lamentou o fato de que os vereadores preferiram obedecer ao presidente da Acipg, do que atender os interesses da população.

“Eu lamento profundamente que os vereadores tenham mudado de opinião e passaram a apoiar essa reforma que acaba com a multa de 40% para o patrão, que acaba com o PIS, servidores municipais que ganham menos de dois salários mínimos vão perder o PIS. Os dez primeiros anos da reforma serão pagos pelos mais pobres em 83%, num ano em que os bancos atingiram o maior lucro da história do Brasil, ser favorável à reforma da Previdência é ser contra o trabalhador”, declarou Pietro.

O vereador também destacou os prejuízos que serão causados aos servidores públicos. “Mais de 900 servidores, sujeito a demitir de PG por que são aposentados e ainda estão trabalhando e não poderão trabalhar mais com a reforma”, disse.

Ricardo Zampieri tentou explicar a mudança de opinião, dizendo que votou favorável à moção de Pietro, mas que isso não se refere ao mérito. “Foi aprovada a legitimidade do vereador Pietro em fazer esse apelo. Mas eu sou favorável à reforma da Previdência”, alegou o vereador.