Senador Oriovisto fala sobre a CPI Covid e diz que o Brasil precisa investir em ciência e tecnologia


Em entrevista à Rádio Clube de Ponta Grossa, nesta sexta-feira (30), o senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) disse que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) Covid “precisa apontar os erros que foram cometidos na gestão da pandemia”. E afirmou que a “quebra de patente das vacinas não ajuda o Brasil e pode atrapalhar”. Oriovisto declarou que o único caminho para o Brasil é “investir em ciência, tecnologia e educação”. (Ouça entrevista completa no final do texto)
Sobre a CPI Covid, o senador destacou que apesar da falta de credibilidade do relator Renan Calheiros (MDB), a expectativa é de que a CPI tenha um bom andamento por conta dos demais senadores que integram a CPI.
“A minha impressão sobre o fato do Renan Calheiros ser o relator foi ruim, mas ele tem uma fama ruim, mas nunca foi condenado a nada. E tem outros senadores que fazem parte da CPI, inclusive tem quatro senadores que são defensores ferrenhos do governo Bolsonaro, tem quatro de oposição e tem outros independentes, que não vão assinar qualquer coisa. Embora o Renan tenha uma biografia difícil de engolir, o Renan ainda não foi condenado a nada, que possa impedir o trabalho dele como senador. Dessa forma ficamos de mãos amarradas na questão do Renan”, afirmou o senador.
Oriovisto Guimarães destacou que o papel da CPI Covid é apontar os erros cometidos na gestão do Governo Federal sobre a pandemia. “Eu acredito que o trabalho da CPI é estabelecer onde foi que o Brasil errou, não pra condenar alguém, mas para não cometermos os mesmos erros”, disse.
“Quebra de patente da vacina não resolve nada”, diz o senador Oriovisto
O senador Oriovisto Guimarães defendeu investimentos em ciência e tecnologia e afirmou que a quebra de patentes das vacinas não resolve nada.
“Não resolve o problema e ainda atrapalha. Ontem eu fui voto vencido, foi aprovada não a quebra de patente, mas uma lei dizendo que o presidente poderá quebrar a patente. Fizeram uma lei pra dizer que ele tem poder de quebrar patente, mas ele já tinha esse poder, ou seja, choveu no molhado, eu acho que a Câmara não vai aprovar isso e se aprovar o Bolsonaro tem que vetar e se vetar está certo”, disse.
O senador destacou a importância do Brasil investir em ciência e tecnologia. “Eu estive com presidente do Butantan, Dimas Covas, estive com a Vanilda, presidente do Fio Cruz,nos reunimos no Senado para discutir como podemos melhorar e perguntar a eles se ajuda quebrar patente e eles disseram que não ajuda e ainda atrapalha. O único caminho é investir em ciência e tecnologia, pois um país que não investe em ciência, tecnologia e educação, vai sempre depender dos outros”, ressaltou.
“STF não faz um bom trabalho”
Questionado sobre atuação do Supremo Tribunal Federal (STF), Oriovisto Guimarães disse que os ministros não fazem um bom trabalho e que dificultam o trabalho do Governo Federal.
“O STF trabalha mal, pois o sistema judiciário inteiro precisa ser reformado, a nossa justiça é antiga e precisa ser reestruturada. Muitas ações do STF causam insegurança jurídica. Hoje a coisa é tão absurda, que se os deputados e senadores aprovarem uma lei e o presidente aprovar, um único ministro pode dizer que é inconstitucional. Dessa forma, nenhum presidente consegue governar”.
“Reforma Tributária está nas mãos do presidente da Câmara Federal”
“A reforma tributária está na mão do presidente da Câmara, Arthur Lira. Ele conversou com amiguinhos dele e com o Paulo Guedes e agora disse que vão votar em fatias, mas que fatias são essas? Nós ainda não sabemos nada sobre esse projeto, apenas o presidente da Câmara sabe”, afirmou.
Pedágios no Paraná
“Governador do Paraná deveria impedir a participação de empresas corruptas na licitação dos pedágios”, diz senador Oriovisto
Para o senador Oriovisto Guimarães o que importa não é o modelo das novas concessões de pedágio no Paraná e sim a fiscalização dos contratos com as concessionárias. Os atuais contratos encerram em novembro de 2021, mas a licitação deve ocorrer apenas em 2022.
“O mais importante do que o modelo é a gestão do contrato, nós não tivemos gestão, caso contrário, as obras teriam sido cumpridas e não teríamos tido estes desvios. O governador precisa ficar em cima e e o Ministério dos Transportes também, para que o contrato seja cumprido. A sociedade inteira se mobilizou pra discutir esse assunto, já participei de vários reuniões, mas no final eles vão fazer o contrato”, destacou.
As seis concessionárias que atuam no Paraná estão envolvidas em corrupção e confessaram isso. Mas como fizeram um acordo de leniência com o Ministério Público Federal poderão participar da nova licitação.
Mas o senador Oriovisto Guimarães defende que o governador Ratinho Junior (PSD) estabeleça uma norma na licitação junto ao Governo Federal que proíba a participação de empresas corruptas no processo licitatório.
“Eu acho que isso é uma questão legal, de gestão, mas eu não faria negócio com alguém que seja corrupto. E isso é fácil de resolver, você desqualifica estas empresas, colocando no edital que empresas com condenação por corrupção não podem participar da licitação, Mas quem pode fazer isso é o governador do Paraná, Ratinho Junior”, disse o senador.
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